domingo, 10 de abril de 2011

Visita de um bispo do México


No início do mês de novembro de 1997, Dom Lázaro Perez, bispo da diocese de Autlan, Jalisco, visitou Medjugorje com um grupo de peregrinos do México. Em um breve encontro, ele nos falou sobre suas experiências, sobre seu país e suas impressões sobre Medjugorje. Aqui estão algumas de suas impressões sobre sua peregrinação à Medjugorje.

“ No México, Medjugorje é muito conhecida. Eu ouvi falar sobre Medjugorje, pela primeira vez, há quinze anos, época em que se começava a falar sobre esses acontecimentos. Para ser sincero, nós, os bispos, assim que ouvimos falar de aparições ou fenômenos similares, tendemos a ser prudentes em nossas declarações. Geralmente, no início, nós dizemos que não é possível e rejeitamos. Nós temos sempre medo de confirmar essas notícias sobre aparições, pelo medo de que a crença possa ser frágil e se converta em fanatismo. Essa era a minha convicção inicial sobre Medjugorje.

Em 1985, quando eu estava na Itália, conheci um casal que tinha vindo a Medjugorje. Depois disso, progressivamente, fui passando a ficar cada vez mais interessado. No entanto, ainda dizia habitualmente que isso não podia ser verdade. Eu acreditava que, após as aparições de Guadalupe, não podia haver outras aparições, posto que Maria de Guadalupe era a Rainha do México. Mas, no México, ouvia-se falar cada vez mais da missão de Maria e de suas mensagens transmitidas às crianças. Eu tinha medo de ser uma espécie de fanatismo religioso. Comecei a me interessar verdadeiramente sobre esse assunto quando, por acaso, li um livro do teólogo René de Laurentin, que trata de aparições no mundo inteiro. Eu li o livro com muito interesse em virtude do fato de o autor ser padre e meu antigo professor em Roma, onde eu tinha frequentado suas aulas de mariologia. Por considerá-lo um teólogo sério e conhecido e que não agiria com fanatismo, tive maior interesse em continuar a leitura. No livro, li uma frase do padre Laurentin, que me tocou profundamente, a qual dizia: 'Nós atravessamos por um período no qual os jardins da Igreja tornaram-se estéreis, e chegou o tempo em que Nossa Senhora vem para renová-los, para dar-lhes um novo frescor.' Eu conclui que os problemas existentes na Igreja não são resolvidos e que os pastores da Igreja talvez sejam responsáveis por isso. Eu me senti um dentre eles. É necessário que haja muito mais santos sacerdotes e pastores que se engajem a viver segundo Jesus Cristo, o Bom Pastor, e de acordo com o Sagrado Coração de Jesus. Todos esses acontecimentos abriram as portas ao ateísmo, à secularização, à sociedade consumista, que estabelece uma cultura de valores em oposição aos valores contidos no Evangelho. Lendo as experiências do padre Laurentin, eu disse a mim mesmo: 'Isso certamente não é uma invenção' . 'Ele diz a verdade'. Eu tive a oportunidade de falar sobre isso com um amigo teólogo, este me aconselhou a não ir à Medjugorje, dizendo que não arriscaria sua honra de teólogo. Padre Laurentin me disse que esses teólogos falam sobre Maria, mas não a amam verdadeiramente. Eles se servem da mariologia para ensinar, mas não têm nenhuma relação afetiva com Maria.

Enfim, tudo isso fez com que despertasse em mim um grande interesse por Nossa Senhora, ainda que, no decorrer de minha vida, ela já tivesse um lugar importante. No símbolo da minha diocese, nós temos uma estrela que representa a Virgem Maria. Eu desejei veementemente que o símbolo da Virgem Maria fizesse parte do escudo da nossa diocese. Após ter lido o livro do Padre Laurentin, meu interesse por Nossa Senhora só fez crescer. Eu também encontrei numerosos peregrinos em Medjugorje. Ao retornarem ao México, eles estavam espiritualmente mais ricos e disponíveis a viver a caridade no espírito da nova evangelização. Tudo isso demonstra os frutos de Medjugorje, embora a Igreja oficialmente continue a observar esses fatos com prudência. Eu penso que é necessário que todos nós dirijamos antes a nossa atenção para os frutos de Medjugorje. Estou aqui com 108 peregrinos do México e já posso constatar numerosos frutos. Eu vou convidar os meus fieis a virem a Medjugorje. É uma pena que vocês estejam bem distante do México. Nós temos uma cultura religiosa forte, e a devoção à Bem Aventurada Virgem Maria tem um lugar particular. Eu penso, segundo os textos do Concílio Vaticano II, que Maria reza e intercede com Cristo, e isso é o que experimentei aqui em Medjugorje. Nesta manhã, nós falamos com uma vidente, a Vicka. Ela nos transmitiu a mensagem de Nossa Senhora sobre a conversão, o jejum, a oração, o perdão e a confissão, todos esses valores que estão se perdendo em nossos dias. Pessoalmente, eu penso que, se a Gospa, por meio de Cristo, tenta fazer reviver esses valores, deveria ser dever fundamental de um padre, sobretudo de nós, os bispos. É necessário que digamos a nossos fieis que esse mundo tem um caminho de salvação, porque o Cristo é o nosso Caminho. O Cristo é o nosso Salvador e aqui nós vemos que a Mãe do Cristo nos chama a fazer reviver os valores que nos conduzem à salvação. Estes valores são a oração, a reconciliação, a conversão e o jejum, para que nós possamos estar mais próximos da cruz de Cristo. Nos nossos tempos, como já no tempo de São Paulo, a Cruz se torna motivo de escândalo, e não somente para os incrédulos. Infelizmente a cruz tornou-se escândalo mesmo para cristãos. Todo mundo deseja uma vida fácil, as pessoas têm medo das provações, eles tentam eliminar a cruz de seus horizontes. É por isso que creio que Nossa Senhora nos quer dar um grande conselho: renovem os valores cristãos negligenciados, abandonados, e sobretudo renovem a oração, e assim vocês experimentarão a conversão. Nós todos devemos nos reconciliar com Deus e com a Igreja pelo sacramento da Confissão e, se nós nos reconciliarmos sinceramente com Deus, nós poderemos mais facilmente seguir pelo caminho de Cristo. Seguir o Cristo, mas não importa como: devemos estar prontos a tomar a nossa cruz e testemunhar a fé de Cristo”.

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