domingo, 17 de abril de 2011

Visita de Dom João Evangelista Martins Terra


Dom João Evangelista Martins Terra, bispo auxiliar de Brasília, visitou Medjugorje no início do mês de novembro de 1997. É com alegria que ele aceitou compartilhar conosco suas impressões e de fazermos parte de sua experiência. Aqui está a entrevista concedida em sua integralidade ao 'Press Bulletin':


'Press Bulletin' (Boletim de Imprensa): Dom Martins Terra, seja bem vindo à Medjugorje! Fale-nos de seu país, de sua cidade Brasília, da cultura, da religião, da vida cotidiana de seu povo.

Dom Martins Terra- Eu gostaria primeiramente de cumprimentar a todos os seus leitores. Eu me chamo João Evangelista Martins Terra. Sou bispo auxiliar de Brasília, cidade nova e capital do Brasil. A cidade não tem mais de 30 anos, e já conta com 3 milhões de habitantes e com uma migração intensa. Embora o número crescente de seitas no Brasil, Brasília é a diocese que conta com o maior número de católicos. Nós temos 201 seminaristas no seminário diocesano e 30 no seminário da ordem franciscana. O neo catecumenato, cada vez mais crescente no mundo, é igualmente muito forte no Brasil, e tem um grande seminário com 76 seminaristas em formação, dos quais 20 receberão ordenação sacerdotal no próximo ano. Desde o começo de sua existência, Brasília dispôs de um grande número de padres, diocesanos e religiosos, que ali acompanhavam as pessoas que migravam para a nova cidade. Por sua grande extensão, o Brasil se parece mais a um continente do que a um simples país. É tão grande como os EUA e a Europa. Diferentes povos e raças ali coabitam, população cuja maioria é de origem portuguesa, italiana e de outros países europeus. Temos também uma forte população negra, descendente de escravos vindos da África no século XVI, bem como de uma população autóctone, os indígenas. Esta mistura de povos é de maioria católica. No decorrer destes últimos anos, diversas seitas surgiram, as quais não apresentam caráter definido, mas são fortemente marcadas por uma tendência à discriminação. Entre si, elas não se diferenciam muito, a não ser pelos seus líderes. Eu penso que esse fenômeno não é importante e é passageiro. Em combate ao surgimento destas seitas, temos o extraordinário movimento carismático ou Renovação no Espírito. Eu vim à Medjugorje com 45 membros deste movimento, a Renovação Carismática. Tínhamos antes feito uma peregrinação à Terra Santa: Jerusalém, Nazaré e Belém. Nós rezamos muito nestes lugares. Em seguida, viemos para Medjugorje. Aqui sentimos uma devoção especial à Virgem Maria. Os brasileiros veneram bastante a Santa Virgem, a Mãe do Cristo. No Brasil, temos o Santuário de Aparecida, onde Ela apareceu. Nós temos também outros santuários consagrados à Mãe de Deus.

Boletim de Imprensa: Quando o senhor ouviu falar de Medjugorje pela primeira vez, e por quem?

Dom Martins Terra: Eu ouvi falar pela primeira vez de Medjugorje há 15 anos quando eu estava na Europa. No Brasil, nós temos uma catedral militar consagrada à Rainha da Paz. Marija Pavilovic e o padre Leonardo Orec visitaram o Brasil em 1991. Naquela ocasião eles participaram da bênção da pedra fundamental. A Rádio Católica de Brasília leva o nome de Rainha da Paz. Seu grande mérito é levar ao conhecimento dos brasileiros os acontecimentos de Medjugorje.

Boletim de Imprensa - É a primeira vez que o senhor vem à Medjugorje?

Dom Martins Terra: Sim, venho pela primeira vez e de uma maneira inesperada. O fato de eu me encontrar aqui é um pequeno milagre para mim. Eu ensino ciências bíblicas e neste momento, normalmente, estaria ministrando aulas. Circunstâncias inexplicáveis fizeram com que eu me encontrasse aqui hoje. Para mim e para todo o grupo, esta foi, de alguma maneira, uma peregrinação miraculosa, uma ocasião para rezarmos incansavelmente.

Boletim de Imprensa – Quais são as vossas impressões pessoais, e também como bispo e pastor da Igreja?

Dom Martins Terra: Visitei por diversas vezes Lourdes e Fátima. Vi que nestes lugares, tudo já foi completado, enquanto que, aqui, os videntes ainda estão lá e a gente sente uma forte presença de Nossa Senhora. Eu sinto que a cidadezinha e todo o seu entorno vive tão somente para Nossa Senhora, não é verdade? Tive impressão disso. Estou surpreso por esta pequena cidade. Ela não é tão grande quanto Fátima, que se tornou uma grande cidade. Aqui é diferente. A simplicidade dos lugares ao redor da Igreja está ainda preservada. Ontem, fui convidado para almoçar na casa dos franciscanos e fiquei surpreso com sua simplicidade tanto à mesa, quanto durante às orações ou nas confissões. Tive a impressão de encontrar-me nas primeiras igrejas de Jerusalém. Eu vivi e trabalhei durante dois anos em Jerusalém, onde fui arqueólogo e professor de Escritura Sagrada. Eu trabalhei no deserto da Síria como capelão de uma tribo de levitas. Eu creio que esse trabalho me preparou para receber a grande graça de Medjugorje e a bênção de Nossa Senhora.

Boletim de Imprensa: Como bispo e pastor da Igreja, o senhor sabia que nosso bispo diocesano não é favorável a estes acontecimentos? Isso vos incomoda?

Dom Martins Terra: Não, porque há outros bispos que não pensam assim. Gostaria de mencionar o arcebispo de Pescara, que é um grande amigo. Com ele, faço todos os anos um retiro em San Marino, onde o Padre Gobbi organiza retiros para bispos e padres, com a frequente participação do arcebispo de Pescara. Este me disse uma vez que tinha perguntado sobre o assunto Medjugorje ao Santo Papa João Paulo II: "Santo Padre, que devo fazer uma vez que os fieis de minha diocese partem frequentemente em peregrinação a Medjugorje?" "Que fazem eles?" - perguntou o Santo Padre. "Eles rezam e se confessam" – respondeu o arcebispo. "E isso não é bom?" - disse o Santo Padre. Eu trabalhei durante dez anos com o Papa João Paulo II e o cardeal Ratzinger* (*atual Papa Bento XVI), que é um homem admirável, muito espiritual e muito simpático. Já ouvi pessoas dizerem que ele é muito estrito e sério, mas eu penso que é um homem de grande coração. Uma vez, eu o questionei sobre o movimento de Medjugorje e ele me disse que uma árvore se reconhece pelos seus frutos, e que os bons frutos são sinais da presença de Deus.

Boletim de Imprensa: Foi ele mesmo, o cardeal Ratzinger, que vos disse isso?

Dom Martins Terra: Sim.

Boletim de Imprensa: A propósito de Medjugorje?

Dom Martins Terra: Sim, a propósito de Medjugorje e do Padre Gobbi, esses dois movimentos.

Boletim de Imprensa: Ao retornar ao Brasil, o que o senhor dirá aos fieis, na condição de bispo e pastor da Igreja?

Dom Martins Terra: No Brasil, temos peregrinações organizadas para Medjugorje. Temos também peregrinações a outros santuários. As mais numerosas são aquelas para Medjugorje, o que achei muito interessante, e é a razão da minha vinda aqui, para agradecer à Nossa Senhora este bonito presente. Eu creio que a minha vinda alegrou também um grande número de fieis da minha diocese.

Boletim de Imprensa: O senhor está pronto para sustentá-los ao deixar Medjugorje?

Dom Martins Terra: Claro. No Brasil, nós temos publicações semanais com as últimas notícias de Medjugorje. Estas publicações são gratuitas, o que aumenta o número de leitores.

Boletim de Imprensa: Para concluir, o que os senhor diria àqueles que vivem aqui e que trabalham todos os dias para atender aos peregrinos? Qual seria a vossa mensagem aos paroquianos de Medjugorje?

Dom Martins Terra: Diz-se que ninguém é profeta em seu país. Numerosas pessoas vêm aqui para rezar. Então eu me pergunto: será que o povo de Medjugorje também vive dessa maneira? Eu me pergunto se os jovens de Medjugorje estão conscientes da graça presente aqui. Podem eles tomar suas responsabilidades e dar testemunho dessa fé poderosa lhes dada por Deus? A responsabilidade não cabe somente aos sacerdotes, mas também a todos os paroquianos consagrados à Virgem. Todos os habitantes de Medjugorje devem ter isso em mente.

Boletim de Imprensa: Nós vos agradecemos e nos confiamos às vossas orações. Em nome de todos os leitores, nós vos asseguramos as nossas orações, a vós e a todos os peregrinos que vêm aqui.

Dom Martins Terra: Estou feliz por ter passado este tempo convosco. Nós, infelizmente, já retornaremos ao Brasil após o meio-dia.

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