segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Rezai e jejuai


Caríssimos irmãos e irmãs em Cristo, a paz de Jesus e o amor de Maria estejam convosco e com os seus.


Gostaria de hoje compartilhar com vocês a mensagem do dia 13 dezembro 1981:

“Queridos filhos! Rezai e jejuai! Não desejo dizer-vos outra coisa. Obrigada por terdes respondido ao meu chamado”.

Em todos estes anos, Nossa Senhora nos tem chamado à oração e ao jejum, muitas vezes, insistentemente... Nos quatro dias que se seguiram a esta mensagem acima, Maria pediu exatamente a mesma coisa... Quatro mensagens seguidas, pedindo apenas isto: Rezai e jejuai!!!

A Mãe não nos pediria tão insistentemente por algo que não fosse, primeiramente, importante e se não fosse algo bom para nós. Ela nos apresenta o jejum como uma arma no combate contra o inimigo.

E na mensagem do Papa Bento XVI para a Quaresma de 2009, com o tema "Jejuou durante quarenta dias e quarenta noites e, por fim, teve fome" (Mt 4, 1-2), podemos ver claramente o porquê temos no jejum uma arma tão poderosa contra o maligno, quando nos diz: “O verdadeiro jejum finaliza-se portanto a comer o «verdadeiro alimento», que é fazer a vontade do Pai (cf. Jo 4, 34).”

Caríssimos, não há maior derrota para satanás do que quando nos rendemos por inteiro à vontade do Pai, pois uma alma humilde, obediente à vontade de Deus, ele não pode dominar. E infelizmente, nos nossos dias, o jejum é uma prática, por muitos, esquecida, negligenciada, abandonada.

O
jejum é bíblico, é uma prática frequente e recomendada pelos santos ao longo de toda a história da Igreja, pois nos ajuda a ter intimidade com o Senhor; e quem mais intimidade teve com o Senhor senão Sua própria Mãe que, em Medjugorje, nos tem exortado a retomar esta prática, e ainda nos diz que “o melhor jejum é aquele a pão e água” (21 julho 1982).

Nos dias em que vivemos é possível ver o quanto o homem está imerso no materialismo, tudo posso resolver pelas coisas do mundo... O dinheiro tudo compra, tudo resolve; as diversões me distraem e me dão alegria; roupas caras, dezenas, centenas de sapatos, jóias, bons restaurantes, muita comida, bebida... Fartura!!! O importante é ser feliz; preciso olhar para dentro de mim e ver o que me faz bem, me dá prazer... Tudo vazio. Como fica a alma em tudo isto??? VAZIA!!!

Com o jejum vemos que somos dependentes, mas não das coisas do mundo, não do materialismo, mas de Deus. Quando jejuo, mortifico minha carne, aplaco meus desejos, subjugo-os e me vejo por uma perspectiva nova: da criatura que não vive só de pão (Mt 4, 4).

É fato que muitos não jejuam por não saber como fazê-lo, como começar... Então como jejuar?? Quando?? Por quê??? Vou falar aqui, como uma leiga que tem encontrado na prática do jejum alegria e força para viver a caminhada de fé, em busca do encontro com o Senhor no dia-a-dia!!!

Se quem nunca jejuou, fizer o propósito de, a partir de hoje, jejuar toda quarta e sexta, a pão e água, com a graça de Deus, é provável que muitos engrenem e encontrem nesta prática seu verdadeiro significado; mas pensando didaticamente, me lembro de um
apoftegma de Santo Antão, que o Pe. Martinho postou no blog, sobre um caçador que escandalizado com uma atitude do santo, o questiona e tem como resposta, o exemplo de que se puxarmos demais o arco, ele estoura; e assim somos nós, se formos além dos nossos limites, corremos o risco de desanimar e desestimulados abandonarmos até a mínima prática.

Portanto, podemos começar com a abstinência de carne, pois muitos comem carne às sextas-feiras normalmente, quando em respeito ao sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo, somos chamados a evitar este alimento neste dia da semana. Depois podemos adotar o jejum da Igreja, conhecido por duas refeições menores, simples e uma completa, que pode ser o jantar ou o almoço (sem carnes)... Ficar sem os doces, cortar o café, abandonar nestes dias as famosas “beliscadas”, comer menos ao invés de encher-se de comida, fazer pequenos sacrifícios...

No dia em que se decidir pelo jejum, que não seja somente de alimento, mas também da língua, ficar sem falar mal dos outros, deixar de falar coisas vãs; pode ser o dos olhos, me guardar de olhar com malícia, me abster das muitas horas na televisão e no computador, ofereça a Deus, se ponha diante de Dele em oração, conte com Seu auxilio divino, pois caso contrário, estamos apenas deixando de fazer algo, mas sem propósito... E as pessoas do mundo também são capazes de deixar de fazer muitas coisas assim, mas que se tornam doenças e distúrbios, pois não o fazem na graça do Senhor.

O inimigo se aproveita de tudo para desmerecer as obras dos filhos de Deus, nos levar ao pecado e se não realizamos o jejum firmados na oração e no desejo único de nos aproximarmos de Deus, de nos alimentarmos Dele, corremos o risco de nos acharmos melhores que os outros; assim, corremos o risco de nos tornarmos arrogantes e enchendo nosso coração de soberba deixar satanás nos dominar e fazermos o jejum para que os outros vejam e Jesus nos diz: “Em verdade eu vos digo: já receberam sua recompensa.” Mt 6,16. Ou que o jejum se torne um distúrbio, no qual eu deixo de comer cada vez mais e minha mente adoece, meu corpo adoece e eu me perco numa prática sem sentido...

O jejum é um sacrifício. Mas deve ser uma prática alegre e para se tornar uma prática alegre deve ser feita com amor e sustentada pela oração. Todos os sacrifícios, por menor que sejam, devem ser entregues ao Senhor... Jejum sem oração, sem oferecimento, é dieta!!!

Quando jejuo e rezo, me coloco na presença de Deus com humildade; e humildade como dizia Santa Teresa D’Ávila é a verdade, é reconhecer a verdade de que diante de Deus não sou nada, sou uma criatura totalmente dependente de Sua bondade e misericórdia. É se colocar diante de Deus como o publicano do Evangelho deste 30º domingo TC, que se reconhecendo pecador, indigno até de elevar seus olhos a Deus, voltou para casa justificado (Lc 18, 9-14).

E o jejum nos ajuda a sermos humildes, nos purifica e nos faz ver aquilo que temos em excesso e que podemos dispensar, nos faz ver o valor daquilo que possuímos, nos faz ver que não podemos nos colocar diante de Deus como se Ele precisasse deste nosso gesto, esperando que Ele nos parabenize e nos recompense com bens, pois não compro, nem barganho com Deus.

Quando jejuo, disciplino meu corpo e na oração me coloco na presença do Senhor, não para persuadi-lo da minha necessidade, pois Ele tudo sabe daquilo que preciso e como disse Santo Agostinho, “Ele não pode ignorar”, mas para na verdadeira humildade me reconhecer pobre e me fortalecer no Senhor, pois Deus resiste aos soberbos, mas dá sua graça aos humildes (Pr 3,34), exalta os humildes (Lc 1,52).

A prática do jejum me coloca em contato com minha realidade e da fome do corpo, olho para a fome espiritual, a fome da minha alma, fome e sede de Deus!!! E dessa união com Deus, dessa necessidade de Deus sou compelida a ir em auxílio da necessidade do outro, ou seja, na minha pobreza encontro o Tudo e não há outro desejo na minha alma senão partilhar este Tudo, partilhar aquilo que o Senhor generosamente me dá, pois como Pe. Slavko fala na
oração do dia do jejum, tudo recebi para administrar bem.

No começo, às vezes, talvez você sinta o cheiro de coisas que gosta e nem sequer haja nada daquilo perto... Nos dias de jejum, sempre aparecerá um churrasco, uma festa no trabalho, um aniversário... Mas com o passar do tempo aprendemos que é neste momento que a oração tem que se tornar mais intensa, pedindo ao Senhor como rezou Pe. Pio, “fica comigo, Jesus, para que eu possa ser fiel”...

Haverá um momento que aprenderemos a tirar o foco da fome do corpo e nos voltar para o Senhor, e digo que só conseguiremos isto pela graça da comunhão com o Corpo de Cristo e com oração; virão as lutas contra as concupiscências da carne, as nossas más inclinações, “porque os desejos da carne se opõem aos do Espírito, e estes aos da carne; pois são contrários uns aos outros” (Gl 5, 17).

Quando sentirmos sono, dor de cabeça, talvez achemos que é por causa da fome; a ira talvez se manifestará de maneira mais forte pela menor coisa, a pregiça das coisas de Deus como desculpa da fraqueza que sentirmos no corpo, mas lendo um texto encontrei uma resposta que me ajudou a entender o que diz São Paulo...

No texto a pessoa explicava que quando sentimos reações no corpo, nosso primeiro pensamento é achar que é por conta da fome, mas na verdade é nosso corpo se rebelando porque queremos viver de acordo com o Espírito, porque queremos buscar uma união profunda com Deus e porque o inimigo sabe que se não cedemos aos caprichos de nossa carne, nos tornamos livres, em Cristo Jesus!!!

Gostaria que com esta reflexão pudéssemos nos sentir encorajados a tentar o que Maria pede em Medjugorje. E que compreendêssemos que não é por minha força, pois não sou capaz, mas pela graça de Cristo; não pelo meu empenho, mas pelas mãos de Maria que me convida, mas também me acompanha, pois sabe que sou fraca... É pela confissão, pois quando jejuamos, sentimos ainda mais necessitados da reconciliação com Deus, pois vemos o quanto somos egoístas, o quanto olhamos somente para nós, o quanto estamos afastados da generosidade, da mansidão, da pureza de coração, do amor a Deus acima de toda e qualquer coisa. É pela Eucaristia, que se torna alimento ainda mais necessário para minha alma, se torna alimento essencial, fundamental, porque na união com o Corpo de Cristo sou purificado e encontro ainda mais força para progredir no caminho para Deus, me liberto da escravidão das coisas materiais e aceito o caminho da vontade de Deus!!

Diante do convite de Maria, entendemos que jejuar é um ato de amor a Deus, pois morro para minhas vontades, para que Deus seja vida em mim e assim, encontro verdadeira alegria em tudo que tenho e possuo, pois não sou mais aprisionado a todas estas coisas, mas elas me servem para servir ao meu irmão, para auxiliar o projeto de Deus. Coloco cada coisa no seu devido lugar! Talvez não possamos dizer que já vivamos o jejum como deve ser vivido, com a intensidade de oração necessária para nos unirmos profundamente a Deus, mas devemos nos alegrar, que com o auxílio de Maria, iremos descobrir esta bela prática.

Santo Antonio Maria Claret nos diz que os filhos do Imaculado Coração de Maria, gozam as privações, alegram-se nos tormentos, pensando unicamente em como seguir e imitar a Jesus Cristo, sofrendo sempre e unicamente preocupados com a glória de Deus e a salvação dos homens; pois que o Imaculado Coração de Maria nos auxilie a aceitarmos o jejum em nossas vidas como arma contra os nossos pecados, contra as investidas do inimigo; que nos ajude a aceitar o jejum como uma prática alegre que me une ao Coração humilde e manso de Jesus, para a glória do Senhor!!!

Obrigada por ler este comentário e acolher o que a Mãe tinha a te dizer hoje.

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