quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Confissão automática ou Reconciliatio et paenitentia



o Vídeo é para rir um pouco, mas segue uma meditação que fiz sobre o documento Reconciliatio et paenitentia.

João Paulo II exorta a humanidade à verdadeira reconciliação, aquela que brota do amor, que brota de um gesto livre do homem penitente que tem o conhecimento de ser distante de Deus, e deseja assim voltar à amizade com Deus, à reconciliação consigo mesmo e com os seus irmãos. Assim a reconciliação assume não uma simples satisfação pessoal, mas à volta à paz do coração, a volta ao Pai Misericordioso, como relata a parábola do filho pródigo.

Podemos constatar que a reconciliação dos homens com Deus, só se torna possível graças à entrega de Jesus na cruz, foi por este sacrifício de amor que a humanidade foi remida, assim, a barreira que dividia o homem de Deus caiu, se estabeleceu à nova aliança com Deus e a reconciliação se tornou um grande dom libertador.

A reconciliação ainda hoje é eficaz, atual e praticada pela Igreja, a qual é o instrumento salvífico para a humanidade, pois é a esposa de Cristo, a dispensadora dos sagrados mistérios, é sinal e instrumento de reconciliação , e como dizia o Papa Leão Magno, “Instrumento de Salvação”.

A iniciativa primeira da reconciliação é de Deus, o qual espera ardentemente o homem pecador, espera a sua volta, a sua adesão à felicidade plena e a paz, contudo Deus manifestou a sua Misericórdia por meio de Jesus, o qual com seus atos proféticos e com sua morte redentora na cruz, apontou o Pai. Mas tal missão foi transmitida aos doze de forma total, de modo que Jesus garantiu a sua presença eficaz quando disse: “Estarei convosco todos os dias”. Portanto a missão da Igreja é continuar a obra reconciliadora, reconciliando o homem com Deus, com os irmãos, e consigo mesmo, mas tal reconciliação só é possível pelo poder que lhe fora transmitido pelo seu fundador e passado graças à sucessão apostólica.

A missão da Igreja é estar aberta a todos os seus filhos penitentes, pecadores e arrependidos, pois ela possui a verdade e deseja transmiti-la. É ela a incumbida em anunciar a Boa Nova entre os povos, para libertá-los das garras do demônio, do vício e do pecado, e por isso ela usa da autoridade de Cristo morto e ressuscitado, para salvar o homem, libertá-lo e reconciliá-lo com Deus.

A igreja é embaixadora de Cristo, porque fala em seu nome, possui autoridade para agir com responsabilidade e liberdade, e possui a graça do Espírito Santo para operar os prodígios e portentos na humanidade, transmitindo assim o grande amor misericordioso do Pai para com os seus filhos. Este amor é maior que o pecado, e é este amor que sustenta o homem até no momento do pecado, pois sem ele o homem cairia no nada.

O homem só está pronto para acolher o perdão e a misericórdia de Deus, quando reconhece o seu estado de podridão interior, vendo que sem Deus seu criador, e sem a sua graça, vive o inferno dentro de si. Mas a reconciliação com Deus exige do homem o movimento de conversão, de mudança interior, de adesão à vontade de Deus e ao seu projeto salvador, mas para que isso ocorra se faz necessário o confronto do homem com Deus.

Podemos constatar que o pecado leva o homem a uma terrível infelicidade e distância de Deus, sendo fruto da desobediência à palavra de Deus e a sua vontade. É portanto quebra com o amor misericordioso de Deus.

Se vê claramente a raiz do pecado no jardim do Édem, onde a desobediência do homem, levou-o ao conhecimento do bem e do mal, também ao conhecimento de si mesmo, no sentido de ver que podia escolher entre aceitar e viver em Deus, tendo-o como único Senhor de sua vida ou querer ser como Deus, seguir a Lúcifer.

Perante o grande amor de Deus, o pecado se torna nada, insignificante, porém altamente prejudicial à vida da alma, caso esta o execute por livre escolha consciente do ato pecaminoso e não por fraqueza “Faço o mal que não quero, e não faço o bem que quero”, como dizia São Paulo. Mas, os desígnios de Deus são infinitos, e o Senhor aproveita até do mal para extrair algo de bom.

O homem mesmo pecador e miserável, sente o perdão e a misericórdia de Deus, quando com contrição o busca de coração sincero e suplica a misericórdia, esperando que Deus sonde a miséria do seu coração e lhe dê a Paz. Contudo tal reconciliação de paz é confiada a Igreja, a qual tem o papel de reconciliar, exortar e esperar o tempo certo para cada coisa, executando em prol da alma o papel de médica e de juíza, através de seus ministros. Assim a igreja usa da sua voz para catequizar o homem, para levá-lo a reconciliação com Deus, a qual é praticada por meio dos Sacramentos e em especial, através do Sacramento da Penitência.

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