domingo, 25 de setembro de 2011

Madres do Deserto – Santa Sinclética – Parte XVI

Continuando com os ensinamentos de Santa Sinclética...

Enfermidade de Santa Sinclética
O inimigo, invejoso do bem, era incapaz de suportar tanta virtude, e tramava a forma
de destruir a Santa em sua mesma raiz espiritual. Investiu, pois para um último
combate a esta virgem generosíssima e decidiu-se vingar dela com um ódio muito
grande. Feriu os órgãos internos, atormentando-os com tremendas dores sem que
remédio algum conseguisse aliviá-la.
Primeiro, atacou o órgão mais necessário para viver, o pulmão. Aumentando pouco a
pouco seu mal com enfermidades contagiosas. A oração de Santa Sinclética havia
podido abreviar o seu fim, porém ela não quis. O demônio como um carrasco
sanguinário, colocou manifestou sua crueldade engenhosa, multiplicando e
prolongandoseus ataques como fez com Jó. Foi debilitando paulativamente o pulmão
pelos escarros para poder desfazê-lo. Sinclética suportava ao mesmo tempo contínuas
febres que, à maneira de cal, desgastavam seu corpo.
Quando Sinclética completou 80 anos, o diabo a atacou como a Jó, como disse,
ferindo-a da mesma maneira. Porém no caso da santa, a pena foi mais breve embora
mais viva e penetrante. O bem-aventurado Jó sofreu durante trinta e cinco anos. Santa
Sinclética, só a décima parte, como se tratava dos primeiros frutos. Por três anos e
meio o demônio quis destruir o corpo da santa, que lutou gloriosamente contra ele.
O adversário começou a atacar Jó em seus bens e riquezas, a ele não tocou, porém no
caso de Sinclética os primeiros sofrimentos vieram de dentro. Os órgãos internos,
como vimos, foram os primeiros atacados e as dores foram fortíssimas. Penso, que
nem sequer os maiores mártires chegaram a padecer tanto como esta santa de
gloriosa memória. A eles os atacava com o sanguinário carrasco desde fora, os faziam
passar entre espadas ou por meio do fogo, porém tudo isso era nada comparado com
os tormentos reservados a Sinclética.
Era como se o inimigo se tivesse servido de um fogo incandescente para abrasar seus
órgãos, atiçando a fogueira pouco a pouco e desde dentro, debilitando e à maneira de
cal, desgastando seu corpo internamente e à larga. Certamente as dores eram amargas
e desumanas. Os juízes quando querem aumentar as penas dos condenados, os fazem
morrer a fogo lento. De igual modo o demônio não cessava de atormentar Sinclética
com uma febre que a consumia dia e noite.

Últimos ensinamentos
Porém Santa Sinclética sobressaía a esta prova com generosidade e sua alma não
desfalecia; em tudo ela encontrava nova ocasião para lutar contra o maligno. Ainda
mais, curava com boas palavras aos que o inimigo havia ferido, e arrancava das faces
deste leão sanquinário, as almas que, todavia estavam ilesas, e às feridas lhes dava os
remédios saudáveis do Mestre. Aquelas que ainda não haviam sofrido as preservava;
e, dando-lhes a conhecer a astúcia dos ataques diabólicos, as livrava do pecado.
Esta admirável virgem dizia que as almas consagradas a Deus deviam estar sempre
vigilantes, porque era, sobretudo elas que o inimigo atacava. Quando vivem em paz,
está rugindo, desesperado por sua derrota. Retrocede pouco a pouco e espera, e
enquanto dormem se aproxima. Para fazê-las cair tomar posse, mesmo de razões que
lhes fazem viver em paz. E até mesmo entre os piores existe sempre, ao menos, uma
centelhazinha de bem, assim entre os bons existe às vezes algo pior, pois os que lutam
se encontram mais ou menos entre dois fogos.
Frequentemente uma pessoa se vê assediada pelas mais vergonhosas inclinações,
porém ao mesmo tempo é misericordiosa em extremo. As almas zelosas são de
ordinário muito prudentes, praticam o jejum e uma ascese laboriosa, porém as vezes
se deixam levar pela avareza e inclusive estão inclinadas à calúnia.
Demos a devida importância às faltas leves
A gota de água com o tempo perfura a rocha. O que, pela graça de Deus, não cai em
faltas graves, porém têm em nada as leves, padecerá muito por isso. O Senhor, como
verdadeiro Pai, nosestende a mão no caminho. Livra-nos dos maiores e dos menores
perigos com nossa cooperação. Com frequencia vigiamos os grandes e somos
negligentes nos pequenos. O que cai facilmente em faltas leves como evitará as
graves?


Na próxima semana continuamos...
Fiquem na paz!
Madre Rosa Maria de Lima, F.M.D.J

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