quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Bento XVI apontou o dedo à febre pelo lucro e pediu sistema financeiro centrado nas pessoas



Bento XVI lançou hoje um apelo por uma economia centrada no homem" e não "no lucro", falando no avião que o levou a Madrid, onde preside às cerimónias da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2011.
"O homem deve estar no centro da economia, e isso confirma-se na crise atual", disse aos jornalistas que o acompanharam, apontando o dedo à “maximização do lucro”.
Segundo o Papa, a atual crise económica “confirma o que já aconteceu nas anteriores crises”, isto é, que “a dimensão ética não é uma coisa exterior aos problemas económicas, mas uma dimensão interior e fundamental”.
“A economia não funciona apenas com uma autorregulação mercantil, tem necessidade de uma razão ética, para funcionar”, prosseguiu.
Os reparos de Bento XVI acontecem num dia em que as bolsas europeias têm negociado em quebra, com perdas nalguns casos acima dos 5% .
O atual Papa lembrou o pensamento de João Paulo II (1920-2005), em particular a convicção de que o “homem” deve estar no centro da economia e de que esta se deve medir pelo “bem de todos”.
Neste contexto, apelou a uma atenção particular pelos jovens, pedindo uma perspetiva “humanista e religiosa, ou seja, ser um para o outro”.
Sobre a Jornada de Madrid, o Papa declarou que a “sementeira de Deus é sempre silenciosa, não aparece de repente nas estatísticas” e que a iniciativa é “uma realidade importante para o futuro da humanidade”.

Radio Vaticano

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