segunda-feira, 25 de abril de 2011

Madres do Deserto - Santa Eufrosina - Parte IV



Continuando a história de Santa Eufrosina...

Enquanto Pafanúcio chora diante do irmão Esmerado, a voz do irmão ressoou na sombra, rouca, mas ainda com um não sei o que de doçura feminina. “Porque te perturbas? Porque te matas? A mão do Senhor é impotente? Tem alguma coisa de difícil para Deus? Bem, eu te digo: eis que chega o fim de sua tristeza. Daqui a três dias, saberá que coisa aconteceu com sua filha. Mas com uma condição, de não deixar-me mais”. Com a permissão de Agápito, Pafanúcio ficou na cela, em oração com o santo monge, contando as horas que o separava da suprema revelação. Na última hora reclinou-se sobre aquele que morria: “Agora, não me disse que devia esperar três dias para saber tudo? Não sabes que o terceiro dia já passou?”



Irmão Esmerado se apoiou e olhou o pobre rosto do velho que se achegava ao seu, dolorosamente constrangido por esperar. “Deus onipotente -disse – tiveste piedade da minha miséria. Combati até o fim a boa batalha. Estou para receber a coroa da justiça. Agora não esconderei mais nada de Eufrosina: sou eu aquela infeliz filha, e você é meu pai. Eis que me viu antes de eu partir para o outro mundo. Não deixe que seja outro a não ser o senhor que me vista e enterre meu corpo. Reze por mim”. Pafanúcio se jogou diante do pobre corpo para recolher seu último respiro: ela já estava morta. O homem se levantou, deu um forte grito e caiu por terra.



Agápito que estava perto da porta, correu. Viu subitamente que o irmão Esmerado havia expirado. Reanimou o visitante: “Eis, amigo, o que tens agora?”. Pafanúcio se ergueu no mesmo instante e exclamou na cela: “Filha minha, filha minha dulcíssima! Por que você se escondeu assim? Porque foi embora sem mim para a vida eterna?”. Agapito não era um noviço: entendeu tudo. Correu até ao abade, retornando rapidamente com ele. Teodósio se ajoelhou e falou ternamente para a morta: “Eufrosina, esposa de Cristo e filha dos santos, não esqueça-nos, nós que fomos seus irmãos neste mosteiro! Interceda por nós diante de Nosso Senhor Jesus Cristo, porque nos faça nos faça chegar, graças ao nosso bom combatimento, até ao porto da salvação, e para que tenhamos a nossa herança com ele e os seus santos”.



Depois ordenou de preparar uma sepultura digna para aquela irmã ignorada. Todos os monges desfilaram diante da sua frágilidade. Um irmão cego de um olho, não escutando que o seu coração e a sua fé, andou a beijar o seu rosto e quando se levantou via a todos com os dois olhos. Pafanúcio doou todos seus bens para o mosteiro, e pediu mesmo com a idade avançada, de ser acolhido entre os irmãos. Teodósio consentiu e lhe deu a cela de irmão Esmerado, onde viveu ainda dez anos, edificando os monges com suas virtudes.

Termino aqui o relato da vida de Santa Eufrosina, que ela interceda por nós, para que tenhamos a mesma coragem de desapegarmo-nos daquilo que nos impede de melhor servir ao Senhor!



Fiquem na Paz!
Me. Rosa Maria de Lima, F.M.D.J

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...