domingo, 20 de março de 2011

Madres do Deserto – Santa Eufrásia – Parte III





Depois da morte de sua mãe, e após ter escrito aquele que queria ser seu esposo, a menina sentiu-se livre de qualquer preocupação terrena e não pensou mais que à própria santificação. No giro de poucos anos, aumentou as penitências ao máximo. A princípio, comia uma vez por dia, pois era a regra comum: passou depois a uma refeição a cada dois dias, depois a cada três dias, depois a cada semana. Quer ser a serva de todas e se fez ensinar como um favor os ofícios mais humildes do mosteiro: educada na primeira infância em um palácio, encontrava sua alegria nos trabalhos manuais que seus empregados não iriam querer. Para colocar à prova a sua obediência e a sua dedicação, a abadessa a colocou a provas físicas e morais, das quais Eufrásia triunfou sem hesitação. Um dia, a pediu de transportar a outro lugar um monte de pesadas pedras, coisa que ela fazia com solicitude, mas a preço de uma intensa fatiga. Depois, quando aquele trabalho foi terminado, a ordenou de transportar as pedras de novo ao primeiro lugar onde estava e Eufrásia o fez com a mesma convicção, se bem que próxima ao esgotamento. Para ver aonde chegaria a sua humildade, a superiora a fez ainda trocar de lugar o monte de pedras por um mês inteiro: Eufrásia nunca se lamentou, nem fez alguma pergunta.

Ela não demorou em encontrar perto, uma religiosa, de nome Germana, que a atormentava com suas mesquinhez. Não como a abadessa para fazê-la progredir na virtude, mas por estúpidos ciúmes. A chamava de hipócrita e ambiciosa, a acusava de fazer-se a reputação de santa para tornar-se abadessa. Este comportamento chocou as outras monjas, que advertiam a superiora. Ela infligiu a germana uma severa penitência. Eufrásia, triste, suplicou dia após dia à abadessa, enquanto ela não perdoava à culpada.

Recebeu em poucos anos, em uma idade em que as outras monjas começam o aprendizado da virtude, ao vértice de uma vida espiritual, irmã Eufrásia desencadeou não mais a inveja de uma monja, mas o ódio do demônio. E as perseguições do inimigo foram muito mais terríveis do que aquelas da irmã Germana. Este começou com sugerir-lhe pensamentos estúpidos e obscenos: ela que, no mundo, graças a uma infância bem vivida, não havia conhecido nada das vulgaridades humanas, mas no claustro iniciou com estas imagens de origem diabólica, aos horrores dos pecados mais baixos. Aquela situação durou pouco tempo, porque a jovem pura soube desmascarar o adversário, opor-lhe imediatamente com recusa e mandá-lo para longe com práticas de mortificação e de humildade. Tinha encontrado, em particular, uma arma excelente nas confissões de suas tentações. Haviam-lhe dado por guia e companheira, uma irmã que foi por um certo número de anos mestra das noviças, uma monja esperta, de nome Júlia: apenas apresentava-se a mínima sugestão mental vinda do inferno, Eufrásia ia humildemente abrir-se com irmã Júlia; e o diabo, amante do segredo e da cumplicidade, abandonava o campo.
Segundo uma estratégia enunciada por Santo Antão e conhecida de todos os Padres do Deserto, o demônio mudou o método. Porque não conseguia agitar a santa monja com aproximações interiores, procurou de dar-lhe medo com violências físicas. Um dia, em que Eufrásia estava em cima da escada, sem ter nenhuma pessoa presente, sentiu-se empurrada pelas costas, e rolando os degraus, caiu com a testa por terra, ficando um pouco contundida. Outra vez, longe de qualquer co-irmã, enquanto pegava água, foi pega por uma mão anônima e jogada no poço: conseguiu sair e pegou um resfriado forte. O mais grave acidente que aconteceu foi enquanto estava cortando lenha, função que fazia com habilidade desde muitos anos, quando sentiu o machado improvisamente desviado contra ela: se fez uma profunda ferida no pé, da qual melhorou com dificuldade.

Continuamos na próxima semana...
Fiquem na Paz!
Madre Rosa maria de Lima, F.M.D.J

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