quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Purgatório


A palavra Purgatório foi criada pela Igreja como um conceito doutrinário que se refere a um estado de purificação aos que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão plenamente purificados, ou seja, não cometeram pecado mortal mas possuem penas temporais a expiar por seus pecados, pois no céu “nada de impuro pode entrar”. (Ap. 21,27).

Este conceito de purificação é absolutamente distinto do castigo eterno dos condenados. A doutrina da fé relativa ao Purgatório foi formulada pela Igreja especialmente no Concílio de Florença e de Trento, fazendo referência a alguns textos da Sagrada Escritura. O Purgatório é uma verdade de fé revelada por Deus e encontramos na sagrada escritura diversos textos nos quais o magistério da igreja se baseou. Após o sermão da montanha por exemplo onde Jesus disse a multidão: "Reconcilia-te com o teu adversário... enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao ministro e te encerrem na prisão. Em verdade te digo que, de modo nenhum, sairás dali, enquanto não pagares até o último ceitil" (Mt 5, 25-26).

São Gregório Magno (†604), Papa e doutor da Igreja, explicava o Purgatório a partir de uma palavra de Jesus: “No que concerne a certas faltas leves, deve-se crer que existe antes do juízo um fogo purificador, segundo o que afirma aquele que é a Verdade, dizendo que se alguém tiver pronunciado uma blasfêmia contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado nem no presente século nem no século futuro". (Dial. 4,39). Vemos claramente neste trecho que há pecados que serão perdoados no mundo futuro, após a morte porém, o pecado contra o Espírito Santo, não será perdoado nem neste mundo, nem no mundo futuro. (Mt 12,31)


Já no antigo testamento, encontramos em II Macabeus um episódio em que soldados judeus foram encontrados mortos em um campo de batalha pois carregavam junto de si objetos consagrados a ídolos, o que era proibido pela lei de Moisés. Imediatamente se puseram em oração pedindo que o pecado cometido por tais soldados encontrasse completo perdão. Depois, Judas realizou uma coleta para que fosse enviada a Jerusalém como sacrifício expiatório a fim de que os mortos fossem redimidos de seus pecados. (II Mac 12, 39s) E fez isso mediante sua fé e esperança na ressureição dos mortos como o texto continua: “Se ele não esperasse que os mortos que haviam sucumbido iriam ressuscitar, seria supérfluo e tolo rezar pelos mortos. Mas, se considerasse que uma belíssima recompensa está reservada para os que adormeceram piedosamente, então era santo e piedoso o seu modo de pensar. Eis porque ele mandou oferecer esse sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, afim de que fossem absolvidos do seu pecado” (2 Mac 12,44s). Ou seja, vemos que também os judeus oravam pelos seus mortos.

É engraçado como muitos não acreditam nesta verdade de fé, simplesmente por acreditar em teorias protestantes que se dizem basear apenas na sagrada escritura pois dizem ser apócrifo o livro de Macabeus. Porém, o livro dos Macabeus pertence ao cânon dos livros inspirados, e por isso cremos na existência do Purgatório e na oração em favor dos mortos.

Existem outras inúmeras passagens bíblicas que indicam sim a existência do Purgatório e uma delas é a Primeira Carta de São Pedro:”Pois também Cristo morreu uma vez pelos nossos pecados (…) padeceu a morte em sua carne, mas foi vivificado quanto ao espírito. É neste mesmo espírito que ele foi pregar aos espíritos que eram detidos na prisão, aqueles que outrora, nos dias de Noé, tinham sido rebeldes (…). Pois para isto foi o Evangelho pregado também aos mortos; para que, embora condenados em sua humanidade de carne, vivam segundo Deus quanto ao Espírito(...)” (1Pe 3,18-19; 4,6)

Nesta passagem, a Igreja enxerga o purgatório e Jesus pregando durante o Sábado Santo “aqueles que outrora tinham sido rebeldes”, ou seja aqueles que aguardavam a salvação. O texto bíblico é claro!!! Vamos rever: (...) foi o Evangelho pregado também aos mortos; para que, embora condenados em sua humanidade de carne, vivam segundo Deus quanto ao Espírito!

Como vemos irmãos, não se trata de um lugar de sofrimento ou tormento eterno onde a alma passaria eternamente, mas um lugar onde aguardavam a purificaçao e salvação de Jesus.

Em uma das aparições de Nossa Senhora em Medjugorje, Maria Santíssima permite que os videntes vejam o céu, inferno e purgatório. Quanto ao purgatório, Nossa Senhora diz: ali é o lugar onde as almas se purificam; é preciso rezar por elas. Somente as nossas orações, sacrifícios e a graça de Deus podem libertá-las de lá.

Portanto amados irmãos, sejamos obedientes a Santa Igreja e como fiéis peregrinos neste terra, oremos pela purificação das almas do purgatório pois assim diz o Compêndio:


“Em virtude da comunhão dos santos, os fiéis ainda peregrinos nesta terra podem ajudar as almas do purgatório, oferecendo por elas orações de sufrágio, em particular o Sacrifício Eucarístico, mas também esmolas, indulgências e obras de penitência” (211)

Desejo a todos que permaneçam na paz e na graça de Cristo Jesus!

Paz e Bem!

Pati

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