quinta-feira, 15 de julho de 2010

PEDINDO A LIBERDADE



Em meio ao meu peregrinar, aqui estou, Senhor, clamando por Ti. Nos ardores de meus dias de fervor, tantas vezes me comprometi Contigo, com o dom de meu ser, de meu ter e de meu agir, para a construção de teu Reino. So­nhei em ter uma vida doada, feita serviço, como o grão de trigo que, unido a tantos outros grãos, morre para ser trigal.
Quantas promessas e quantos des­cumprimentos! Pretensiosamente confiei em mim mesmo, pensando poder transformar meus anseios em realidade.
Hoje sinto o quanto pesa sobre mim o barro de minhas origens. Surpreendo-­me sendo bem mais um filho da terra, do que um filho do céu. Busco a unidade e cons­tato que existe em mim, a divisão. Quero ser dom e acumulo posses. Apegos desordenados se aninham em meu coração e me impedem de fazer a tua vontade.
Hoje, experimento que a construção de uma vida é dom. Por isso, clamo: - “escuta, Senhor, a oração deste coração dividido!” Como Santo Agostinho, neste mo­mento de clarividência e de graça eu também exclamo: “Fizeste-nos, Senhor, para Ti e nosso coração permanecerá inquieto enquanto não repousar em Ti”.
Quero ser teu, Senhor, quero deixar­-me conduzir por Ti, porque sei ser esta a única maneira de realizar o anseio de plenitude que trago dentro de mim. Por isso, clamo erguendo minha voz por uma profunda liberdade. Por isso, busco em Ti, e só em Ti, a fidelidade no seguimento de teu Filho Jesus.
Sei que a “eleição” por teu Filho deve levar a marca da generosidade incondi­cional. Da inteira disponibilidade. Ele me pede que o siga no despojamento da pobreza que leva à generosidade espon­tânea, na loucura das afrontas e das hu­milhações que domam o amor próprio, desmascaram a honra vã de todas as vai­dades e das idolatrias de todas as espé­cies, para que possa aprender com Ele, que é manso e humilde de coração.
Ah, como é bela a humildade que nada teme porque nada tem a perder, que cons­trói a fraternidade gratuita, que leva-a em tudo servir com alegria, porque no teu Rei­no os maiores são os que servem! Como é bela a humildade que é fiel acatamento de tua vontade para, como nosso pai Abraão, ser fonte de bênçãos para os demais!
E, no entanto, Senhor, eis-me aqui com meu coração dividido.
Quantas vezes carrego o peso de uma vontade que diz querer, mas permanece inerte, abúlica e inconsequente na sua incapacidade de dar passos, porque en­redada nos seus apegos. São os tesouros ­miragens, de meus ídolos, que não ouso vender para comprar o campo que escon­de o real e verdadeiro tesouro.
Digo querer como se não quisesse.
Outras vezes sinto impulsos para uma generosidade maior. Sonho com um “eis-me aqui, Senhor”, que desejaria ir­restrito, com toda a força. E, no entanto, surpreendo-me a negociar contigo, pedindo abatimentos, propondo arranjos, desejando que con­vivas com meus amores terrenos. Esque­ço-me, ou faço de conta que não me lem­bro de que, como disse alguém “com o Absoluto não se regateia, quem não der tudo não deu nada!”
Como aquele jovem rico do Evangelho, ve­nho muitas vezes correndo pressuroso e alegre para perguntar a teu Filho Jesus qual é o cami­nho da vida. E de volta, meus passos tam­bém se fazem lentos e trôpegos e meu rosto carrega a tristeza, porque me é pedido que me desfaça de meus “bens”.
Livra-me, Senhor, dos desacertos dessa sensibilidade que debilita a vonta­de. Dá-me aquela liberdade interior vol­tada para o único e verdadeiro bem, centrado em Ti, o sumo Bem. Que os afetos de meu coração re­pousem em Ti. Que, com tua graça, eu aprenda a amar todas as criaturas somen­te em Ti, o criador de todas elas.
Contra os “aguilhões da carne”, só tua graça é eficaz. Por isso, ao pedir li­berdade, é tua graça que eu peço. Essa graça que faça de Ti o meu tesouro, o meu único tesouro! Essa graça com que dotas em profusão a Igreja. Nela são incontá­veis os santos, canonizados ou não, que renunciaram a tudo, que tudo entrega­ram, para se lançarem na aventura de se deixarem conduzir por Ti.
E, tendo em mãos o barro dócil, Tu, o divino Artista, pudeste modelar nele, a teu gosto, na medida do teu Amor, a tua imagem e semelhança. Pudeste fazer des­ses corações livres, fiéis e generosos se­guidores do teu Filho, construtores do teu Reino.
Aceita, Senhor, o meu pobre barro. Faze com que ele seja teu. Somente teu. In­condicionalmente teu. Para que nele e por ele realizes os desígnios do teu Amor!
Tudo desejo para que Tua vontade prevaleça na minha vida. E que a minha vida seja um testemunho do teu amor…
Promotores Vocacionais
Pe. Martinho Maria de Porres, F.M.D.J.
Ir. Cecília Maria Patrícia de Roma, F.M.D.J.


Pe. Mateus Maria, FMDJ
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Panie Jezu Ufam Tobie!

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