sábado, 17 de maio de 2014

O QUE PENSAVA CERTA MÃE





"Permita-me, meu irmão, que lhe venha trazer uma reminiscência de minha infância. Em minha casa paterna, no escritório de meu pai, em cima de sua mesa de trabalho, havia um quadro. Entre as lembranças que sempre me acompanham na vida, há esta que está bem viva; parece que, ainda hoje, estou vendo este quadro, com toda a nitidez.
 
Atrás dum vidro grosso, havia uma estampa, que uma armação de metal mantinha erguida, bem visível a todos os que se aproximassem. Apresentava a figura duma mulher com um menino ao lado, os dois ricamente vestidos. Ela era Branca de Castela, rainha de França; ele, o príncipe Luís, mais tarde Luís IX, o grande São Luís, rei de França, cuja festa celebramos no dia 25 de agosto. Em baixo da gravura, havia esta frase: 'Meu filho, você sabe bem quanto eu o amo, mas prefiro vê-lo morto a saber que cometeu um pecado mortal.'
 
Estas palavras exprimiam bem a fé e a fortaleza dessa mulher extraordinária, assim não estranhamos que tenha dado à igreja um grande cristão, um santo canonizado.

Mas não deveria ser este o propósito de cada um de nós, a disposição constante de nossa vida? Olhemos as legiões de mártires da Igreja. Por que foram sacrificados? Simplesmente para não cometerem um pecado mortal, renegando Cristo.
 
Que é o pecado mortal? Uma transgressão grave da lei divina, com pleno conhecimento e inteira liberdade. Uma injúria séria a Deus. O homem prefere um prazer momentâneo à amizade com Deus. Diz ao Altíssimo que este deleite lhe é mais valioso do que o próprio Senhor; se não afirma isto por palavras, ele o faz por ato.
 
São estas as consequências dum único pecado mortal:

1) perda da graça divina, assim este pecado é chamado mortal, pois de algum modo traz a morte à alma, privando-a da vida de Deus;

2) o homem deixa de ser templo de Deus, o Espírito Santo retira-se de sua alma;

3) são cancelados seus méritos espirituais, é como se perdesse tudo de bom que fez na vida;

4) arrisca-se à condenação eterna. Se morrer neste estado, ficará perpetuamente no inferno. Poderá haver desgraça maior?
 
Paremos um pouco e meditemos nestas verdades. Terminemos nossa reflexão com uma conversa com o Senhor, digamos a Cristo que preferimos morrer a perder a vida divina - a graça - em nosso coração."
 
 
(Dom Cristiano Frederico Portela de Araújo Pena, 1.º bispo de Divinópolis, falecido em 2 de agosto de 2000, em odor de santidade, ordenado bispo em 17 de maio de 1959, há exatos 55 anos).
 
 
* Aí do céu, Dom Cristiano, dê-nos a sua bênção!

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