quarta-feira, 2 de maio de 2012

A dignidade do trabalho e do trabalhador nas catequeses do Papa

1º de maio, a Igreja celebra a Festa de São José Operário. A festa, instituída por Pio XII em 1955 para dar um sentido cristão ao Dia Internacional do Trabalho, ocorre num momento de grave crise a nível planetário: mais de 200 milhões de desempregados no mundo. Ao longo destes seus sete anos de pontificado, Bento XVI já dedicou vários discursos à questão do trabalho. Para o Papa, nas políticas económicas, “a prioridade deve ser dada aos trabalhadores e às suas famílias”; Com efeito, sublinha, “o primeiro capital a ser preservado e valorizado” é o próprio homem. Por isso, o objetivo prioritário dos governos deve ser garantir o acesso de todos ao trabalho. Dirigindo-se directamente aos desempregados e precários na Diocese italiana de Terni a 26 de Março do ano passado dizia: “Queridos trabalhadores e trabalhadoras ... a Igreja apoia, conforta, encoraja todos os esforços para assegurar a todos um trabalho seguro, digno e estável. O Papa está próximo de vós, das vossas famílias, dos vossos filhos, dos vossos jovens, dos vossos anciãos e tem todos no coração perante Deus” Nos seus discursos sobre o trabalho, Bento XVI tem denunciado também as especulações e falado de um “mau uso” das finanças em prejuízo da economia real; Referiu a dada altura que nos últimos anos cresceu “uma classe cosmopolita de administradores, que muitas vezes respondem apenas às indicações dos acionistas”. Entre as causas da crise está o apego ao dinheiro. No encontro com o clero de Roma em Fevereiro de 2009 dizia: “A ganância humana é idolatria. Devemos denunciar esta idolatria que é contra o verdadeiro Deus e a identificação da imagem de Deus com outro Deus, “mammona” (riqueza material). Devemos fazê-lo com coragem, mas também concretamente”. O Papa tem falado também contra a exploração dos trabalhadores, especialmente dos imigrantes, muitas vezes utilizados como “mercadoria”; pede que o trabalho, especialmente para as mulheres, seja harmonizado com a família, e que seja respeitado o descanso dominical, porque o homem não deve ser escravo do trabalho. A crise actual, no entanto, pode tornar-se numa oportunidade para rever os modelos de desenvolvimento e os estilos de vida. Eis as suas palavras aos administradosre da Região Italiana do Lácio a 12 de Janeiro de 2009… “Talvez nunca como hoje a sociedade civil compreenda que somente com estilos de vida inspirados na sobriedade, na solidariedade e na responsabilidade, é possível construir uma sociedade mais justa e um futuro melhor para todos”. O trabalho para o cristão torna-se também oração quotidiana, como fazia Jesus: o Filho de Deus - recorda o Papa – se dedicou “por muitos anos às atividades manuais, de modo a ser conhecido como o filho do carpinteiro”. E Bento XVI confia todos os trabalhadores ao seu padroeiro, São José. Ouçamos a este respeito as suas palavras no Angelus de 19 de Março de 2006: “Do exemplo de São José chega a todos nós um forte convite para desempenharmos com fidelidade, simplicidade e modéstia a tarefa que a Providência nos atribuiu”. Radio Vaticano

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