terça-feira, 3 de abril de 2012

A SANTA MISSA – Testemunho de CATALINA (cont.)



VI
O perdão e a paz

Quando íamos rezar o Pai-Nosso, o Senhor falou pela primeira vez durante a celebração, e disse:

Espera, quero que rezes com a maior profundidade de que sejas capaz, e que recordes, neste
momento, a pessoa ou as pessoas que mais dano te causaram durante a tua vida, para que as abraces junto a teu peito e lhes digas de todo coração: “Em Nome de Jesus eu te perdoo e te desejo a paz. Em Nome de Jesus te peço perdão e desejo minha paz”. Se essa pessoa merecer a paz, irá recebê-la e lhe fará muito bem; se essa pessoa não for capaz de se abrir para a paz, essa paz voltará ao teu coração. Mas não quero que recebas e dês a paz a outras pessoas enquanto não fores capaz de perdoar e sentir essa paz primeiro em teu coração.

Cuidado com o que fazem – continuou o Senhor. Vocês repetem no Pai-Nosso: “perdoai-nos assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”. Se vocês são capazes de perdoar e não esquecer, como alguns dizem, estão condicionando o perdão de Deus. Estão dizendo: “perdoa-me somente como eu sou capaz de perdoar, e não mais que isso”.

Não sei como explicar minha dor, ao compreender o quanto podemos ferir o Senhor e quanto podemos ferir a nós mesmos com tantos rancores, sentimentos maus e coisas feias que nascem dos complexos e das suscetibilidades. Perdoei, perdoei de coração e pedi perdão a todos os que me haviam machucado alguma vez, para sentir a paz do Senhor.

O celebrante dizia: “...dai-nos a paz e a unidade”... e depois: “A paz do Senhor esteja convosco...”

Imediatamente vi que entre algumas pessoas que se abraçavam (não todas), aparecia uma luz muito intensa; soube que era Jesus e praticamente me atirei para abraçar a pessoa que estava ao meu lado. Pude sentir verdadeiramente o abraço do Senhor nessa luz, era Ele que me abraçava para me dar Sua paz, porque nesse momento eu havia sido capaz de perdoar e de tirar do meu coração toda dor que sentia contra outras pessoas. É isso o que Jesus quer, compartilhar esse momento de alegria abraçando-nos para desejar-nos Sua Paz.


VII
Comunhão

Chegou o momento da comunhão dos celebrantes e voltei a notar a presença de todos os sacerdotes junto ao Monsenhor. Quando ele comungava, disse a Virgem:

Este é o momento de pedir pelo celebrante e por todos os sacerdotes que o acompanham. Repete Comigo: Senhor, abençoa-os, santifica-os, ajuda-os, purifica-os, ama-os, cuida deles, sustenta-os com Teu Amor... Lembrem-se de todos os sacerdotes do mundo, rezem pelas pessoas consagradas...

Queridos irmãos, esse é o momento em que devemos pedir porque eles são Igreja, como também o somos nós, os leigos. Muitas vezes nós leigos exigimos muito dos sacerdotes, mas somos incapazes de rezar por eles, de entender que são pessoas humanas, de compreender e avaliar a solidão que muitas vezes pode rodear um sacerdote.

Devemos compreender que os sacerdotes são pessoas como nós e que precisam de compreensão, cuidado, que precisam de afeto, atenção de nossa parte, porque estão dando suas vidas por cada um de nós, como Jesus, consagrando-se a Ele.

O Senhor quer que as pessoas, do rebanho que Deus lhe confiou, reze e ajude na santificação de seu Pastor. Algum dia, quando estivermos do outro lado, compreenderemos a maravilha que o Senhor fez ao nos dar sacerdotes que nos ajudem a salvar nossas almas.

As pessoas começaram a sair dos bancos para ir comungar. Havia chegado o grande momento do encontro, da Comunhão; o Senhor me disse:

Espera um momento, quero que observes uma coisa...

Por um impulso interior, levantei os olhos para a pessoa que ia receber a comunhão na língua, das mãos do sacerdote.

Devo esclarecer que esta pessoa era uma das senhoras de nosso grupo, que na noite anterior não tinha conseguido confessar-se e o fez naquela manhã, antes da Santa Missa. Quando o sacerdote colocou a Sagrada Comunhão sobre sua língua, aquela luz muito dourada-branca, como um flash de luz, atravessou esta pessoa primeiro pelas costas e então foi ladeando-a nos ombros e na cabeça. Disse o Senhor:

É assim que Me comprazo em abraçar uma alma que vem para Me receber com o coração limpo.

O tom da voz de Jesus era o de uma pessoa feliz. Eu estava atônita vendo essa amiga voltar para o seu lugar rodeada de luz, abraçada pelo Senhor, e pensei na maravilha que perdemos tantas vezes por ir receber Jesus com nossas pequenas ou grandes faltas, quando deveria ser uma festa.

Muitas vezes dizemos que não há sacerdotes para nos confessarmos a todo momento, e o problema não está em confessar-se a cada momento, o problema está na nossa facilidade em voltar a cair no mal. Por outro lado, assim como nos esforçamos para encontrar um salão de beleza ou os homens um barbeiro quando temos uma festa, temos que nos esforçar também em procurar um sacerdote quando precisamos que tire todas essas coisas sujas de nós, mas não ter a desfaçatez de receber a Jesus em qualquer momento com o coração cheio de coisas feias.

Quando me dirigia para receber a comunhão, Jesus repetiu:

A última ceia foi o momento de maior intimidade com os Meus. Nessa hora de amor, instaurei o que diante dos olhos dos homens poderia ser a maior loucura: fazer-me prisioneiro do Amor. Instaurei a Eucaristia. Quis permanecer convosco até a consumação dos séculos, porque Meu Amor não podia suportar que ficassem órfãos aqueles a quem amava mais do que a Minha vida...

Recebi aquela Hóstia, que tinha um sabor diferente, era uma mistura de sangue e incenso que me inundou inteira. Sentia tanto amor que me corriam as lágrimas sem poder detê-las...

Quando cheguei ao meu banco, ao ajoelhar-me o Senhor disse:

Escuta...

E num instante comecei a escutar dentro de mim as orações de uma senhora que estava sentada à minha frente e que acabara de comungar.

O que ela dizia sem abrir a boca era mais ou menos assim: “Senhor, lembra-te que estamos no final do mês e que não tenho dinheiro para pagar o aluguel, a mensalidade do automóvel, a escola das crianças, tens que fazer algo para me ajudar... Por favor, faz com que meu marido deixe de beber tanto, não posso suportar mais suas bebedeiras e meu filho menor vai perder o ano outra vez se não o ajudares, ele tem provas nesta semana... E não te esqueças da vizinha que precisa mudar-se de casa, que se mude de uma vez porque eu não consigo aguentá-la, etc., etc. ”

Logo o senhor Arcebispo disse: “Oremos”, e obviamente toda a assembleia se pôs de pé para a oração final. Jesus disse, num tom triste:

Percebeste? Nem uma só vez Me disse que Me ama, nem uma só vez agradeceu o dom que lhe fiz de baixar Minha Divindade até sua pobre humanidade, para elevá-la até Mim. Nem uma só vez disse: obrigada, Senhor. Foi uma ladainha de pedidos... e assim são quase todos os que vêm receber-Me.
Morri por amor e estou ressuscitado. Por amor espero por cada um de vós e por amor permaneço convosco..., mas vós não percebeis que preciso de vosso amor. Lembrai-vos de que sou o Mendigo do Amor nesta hora sublime para a alma.

Vocês percebem que Ele, o Amor, está pedindo nosso amor e não o damos? E mais, evitamos ir a esse encontro com o Amor dos Amores, com o único amor que se dá em permanente oblação.

Quando o celebrante ia dar a bênção, a Santíssima Virgem disse:

Atenção, cuidado... Vós fazeis um rabisco em lugar do sinal da Cruz. Lembre-se de que esta bênção pode ser a última que você recebe em sua vida das mãos de um sacerdote. Você não sabe se, saindo daqui, vai morrer ou não, e não sabe se terá a oportunidade de que outro sacerdote lhe dê uma bênção. Essas mãos consagradas estão-lhe dando a bênção em Nome da Santíssima Trindade, portanto, faz o sinal da Cruz com respeito e como se fosse o último de sua vida.

Quantas coisas nós perdemos por não compreender e não participar todos os dias da Santa Missa! Por que não fazer um esforço para começar o dia meia hora antes para correr à Santa Missa e receber todas as bênçãos que o Senhor quer derramar sobre nós?

Estou consciente de que nem todos, devido às suas obrigações, podem fazê-lo diariamente, mas pelo menos duas ou três vezes por semana sim, e, no entanto, muitos se esquivam da Missa do domingo com o pequeno pretexto de que têm uma criança pequena ou duas ou dez e portanto não podem assistir à Missa... Como fazem quanto têm outro tipo de compromissos importantes? Levam todos os filhos ou se revezam e o esposo vai numa hora e a esposa em outra, mas cumprem o compromisso com Deus.

Temos tempo para estudar, para trabalhar, para nos divertir, para descansar, mas NÃO TEMOS TEMPO PARA IR AO MENOS NO DOMINGO À SANTA MISSA.

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