quarta-feira, 18 de maio de 2011

" VIVAM O EVANGELHO, É ESTA A MENSAGEM"




ENTREVISTA COM IVAN DRAGICEVIC – “ VIVAM O EVANGELHO, É ESTA A MENSAGEM


P = Vocês videntes antes das aparições não se encontravam. Que relacionamento foi aparecendo em seguida?
R =
Sim ,nós seis temos características diferentes, de verdade muito diferentes, e no inicio e antes das aparições em muitos casos, nem mesmo nos encontrávamos. Entre nós, cinco eram adolescentes, mas Jacov era somente uma criança.
Mas no momento em que Nossa Senhora apareceu para nós juntos , esta historia nos uniu e se estabeleceu um relacionamento intimo entre nós. E digo que somos unidos não somente porque Nossa Senhora nos aparece, mas em todas as situações concretas de nossa vida, e dividimos as dificuldades cotidianas que se apresentam, na condução de uma família, na educação dos filhos... Falamos entre nós de coisas que nos afligem, das tentações que nos envolvem, porque também nós sentimos as atrações do mundo; as nossas fraquezas permanecem e vão sendo combatidas. A nossa convivência nos ajuda a levantarmos, a fortalecermos a nossa fé, a permanecermos simples, a sustentar-nos e compreendermos com mais clareza, aquilo que Nossa Senhora nos pede. É naturalmente singular este relacionamento porque somos pessoas com características completamente diferentes uns dos outros, com uma visão do mundo peculiar que envolve também os aspectos mais especiais e domésticos.


P = Como acontece os encontros entre vocês? As aparições raramente vocês têm juntos e a vida os levou a lugares também muito distantes...
R –
Quando estamos todos aqui, naturalmente nos encontramos algumas vezes durante a semana, mas algumas vezes menos, porque cada um tem a sua família e muitos se dedicam aos peregrinos. Porem o fazemos, especialmente nos períodos de muitos peregrinos, e procuramos manter-nos informados uns com os outros e meditarmos sobre aquilo que nossa Mãe celeste diz a cada um de nós. É muito útil falarmos sobre o que nos ensina Nossa Senhora porque quatro olhos vêm melhor do que dois e podemos assim recolher sutilezas diferentes. É importante para nós, porque nós em primeiro lugar devemos esforçar-nos para compreender mas sobretudo devemos vivermos aquilo que Nossa Senhora diz e nos pede. Não é porque somos os videntes que devemos sentir-nos os melhores.


P = Vocês são os pontos de referencia, os mestres de Fé para a paróquia de Medjugorje.
R =
Cada um de nós segue os seus Grupos de Oração. Eu, quando estou aqui, sigo a programação da Paróquia, e pessoalmente guio um grupo de oração de 30 pessoas que foi formado no ano de 1983. Nos primeiros sete anos nos encontrávamos às segundas feiras, às quartas feiras e às sextas feiras, mas agora nos encontramos somente duas vezes na semana, por três horas de oração juntos, que compreendem também o momento da aparição. Também glorificamos ao Senhor, rezamos a Ele com espontaneidade, lemos as Escrituras, cantamos e meditamos juntos. Algumas vezes nos encontramos com as portas fechadas , mas algumas vezes em outras casas nos reunimos na colina das aparições , acolhendo todos aqueles que desejam participar. Mas deve-se considerar que depois, no inverno, estou em Boston...

P= Medjugorje – Boston, que trabalho fazes?
R =
Não tenho um trabalho particular, porque passo muita parte do ano a dar meu testemunho na Diocese e nas Paróquias que me convidam. No inverno passado, por exemplo, visitei quase uma centena de Igrejas; e assim eu gasto o meu tempo, ao serviço dos Bispos, dos Párocos e dos grupos de oração que me requisitam. Andei ao longo das duas Américas, mas estive também na Austrália e Nova Zelândia. Como fonte de renda a minha família possui em Medjugorje alguns apartamentos para hospedarem os peregrinos.


P = Também você possui uma tarefa particular?
R =
Juntamente com o grupo de oração, a missão que Nossa Senhora me confiou é aquela de trabalhar com e pelos jovens. Rezar pelos jovens significa também ter olhos pela família e pelos jovens Sacerdotes e consagrados.


P = Onde vão os jovens hoje?
R =
É um grande tema isto. Nós temos muito para falar, mas existe muito mais para fazer e rezar. A necessidade da qual fala Nossa Senhora muitas vezes nas mensagens é aquela de recomeçar a oração no seio da família. Surgem famílias santas. Muitos, ao contrário, se apresentam no matrimônio sem prepararem os fundamentos de sua união. A vida de hoje não é cercada de ajuda, com as suas distrações, devido ao ritmo de trabalho estressante que não favorecem a reflexão sobre que coisa se está fazendo, ou para onde se está andando, ou a falsas promessas de uma existência fácil na medida própria e do materialismo. São todos estes reflexos externos à família que acabam por destrui-la, por estragar os relacionamentos.


P = No entanto hoje, as famílias possuem inimigos, nas escola e companhia dos filhos, ou nos ambientes de trabalho dos pais. Eis alguns inimigos da família: a droga, o álcool, muitas vezes os jornais, a televisão e inclusive o cinema.
R =
testemunhar é um dever, mas com respeito a quem quer ouvir, com respeito à idade e de como se fala, de quem é e de onde vem. Algumas vezes somos presos da pressa, e acabamos por forçar as consciências, desejando impor aos outros a nossa visão das coisas. Ao contrário devemos começar a sermos os bons exemplos e deixar que o nosso pedido amadureça pouco a pouco. Existe um tempo antes da colheita que tudo ficará bem. Um exemplo : Nossa Senhora nos pede para rezarmos três horas por dia; muitos dizem: é muito, e também tantos jovens, tantas famílias pensam assim. Eu divido este tempo entre a manhã, hora do almoço e à noite, incluindo a Missa, o Rosário, a Sagrada Escritura e a meditação, e chego à conclusão de que não é muito.
Mas os meus filhos podem pensar diferente, e podem considerar a coroa do Rosário um exercício monótono. Neste caso, devo me aproximar deles na oração e a Maria e explicar-lhes o que é o Rosário, e ao mesmo tempo, mostrar a eles com a minha vida, quanto para mim é importante e saudável; mas devo evitar de impor-lhes e esperar que a oração cresça dentro deles. E assim, no principio, proporei nova forma de rezar, outras formulas, de acordo com o atual estado de crescimento, e ao seu modo de viver e pensar.
Porque na oração por eles e por nós, não é importante a quantidade, mas a qualidade. Uma oração de qualidade une os membros de uma família, produz uma adesão consciente à fé e a Deus.
Muitos jovens sentem-se sozinhos, abandonados, não amados: como ajudá-los? Sim, é verdade, o problema é que a família doente gera filhos doentes. Mas a sua pergunta não pode ser liquidada em poucos minutos: um rapaz que se droga é diferente de um rapaz que está em depressão; ou um rapaz em depressão também se droga. Cada pessoa tem a necessidade de ser amada da maneira justa e não existe uma única receita, a não ser pela oração e amor que você deve colocar no teu serviço a eles.



P = Não é estranho que próprio você, pela sua natureza, que sempre foi muito tímido, seja pedido de evangelizar os jovens, que na certo não são um publico fácil...
R =
Seguramente que nestes 20 anos, olhando Nossa Senhora, escutando-a e procurando colocar em prática as coisas que Ela pede, estou profundamente mudado, tornei-me corajoso; o meu testemunho tem sido muito rico, muito profundo. Todavia, a timidez ainda permanece e lhe asseguro que é para mim muito mais fácil,pela confiança que se criou com o passar do tempo.


P = Você viaja especialmente na América: você tem idéia de quantos grupos de oração inspirados em Medjugorje foram formados?
R =
Da ultima data que me comunicaram somos cerca de 4.500 grupos.


P = Parece-me que mais do que os outros videntes você tem uma missão específica de levar as mensagens de Medjugorje no mundo. É Nossa Senhora que te pede isto?
R =
Sim, Nossa Senhora me pede isto; eu falo muito com Ela, lhe digo tudo, caminho com Ela. E é verdade que dedico mais tempo do que todos às viagens, e me foi pedido efetivamente muito para o apostolado. É importante viajar, especialmente para reunir todos aqueles povos que conhecem Medjugorje, mas pra os quais uma peregrinação comporta sacrifícios enormes. Pessoas que em muitas casas já vivem as mensagens de Medjugorje e muito melhor do que eu. A iniciativa de toda viagem, deve vir sempre dos Sacerdotes, não sou eu que me proponho por um encontro de oração, para dar um testemunho. Fico muito feliz quando os Párocos me convidam para ir às Igrejas , porque se cria um clima de oração que favorece o anuncio das mensagens de Nossa Senhora; porem nas conferências com muitos relatores se corre o risco de ser mais dispersivo.


P = primeiramente você falou também dos Bispos: sõ muitos favoráveis a Medjugorje? O que pensa disto o Papa?
R =
Tenho encontrado muitíssimos Bispos lá onde sou convidado, e em diversos casos me chamaram para suas mesmas iniciativas. E todos os Sacerdotes me convidaram para sua Igrejas e é porque reconhecem nas mensagens de Nossa Senhora, as mensagens do Evangelho. Nas mensagens de Nossa Senhora eles vêm repetir-se o mesmo pedido do Santo Padre por uma evangelização no mundo. Muitos Bispos me testemunharam da particular devoção de João Paulo II por Maria, e isto se confirma ao longo do seu pontificado. Recordo-me sempre daquele dia de 25 de agosto de 1994, no qual o Santo Padre estava na Croácia e a Virgem se referiu a ele, textualmente, como um seu instrumento: “ Queridos filhos, hoje estou perto de vocês de um modo especial, para rezarem pelo dom da presença do meu amado filho no vosso país. Rezem, filhinhos, pela saúde de meu adorado filho que sofre e que Eu escolhi para este tempo.”

Podemos quase pensar que a consagração do mundo a Nossa Senhora seja resultado de um pedido feito por Ela mesma.


P = Aqui em Medjugorje nasceram muitas comunidades, imagem viva da riqueza dos movimentos da Igreja contemporânea: você está de acordo?
R =
Quando viajo, não há maneira de perguntar a quem encontro, de que movimento faz parte. Vendo todas aquelas pessoas que rezam, que sentam nos bancos da Igreja, digo que todos fazemos parte da mesma Igreja, da mesma comunidade. Não conheço os carismas específicos dos movimentos, mas estou convencido de que os movimentos são instrumentos muito uteis para a salvação de quem os freqüenta porque estão na Igreja, amam a Igreja e trabalham pela sua unidade; e para que isto aconteça, é necessário que sejam guiados pelos Sacerdotes ou pelo menos, os consagrados. Se os dirigentes são leigos, é necessário que haja sempre um estreito ligamento com a Igreja e os sacerdotes locais, porque nestas condições reside uma melhor garantia de crescimento espiritual segundo o Evangelho. Em caso contrário, aumenta o perigo de perigosos desvios, o risco de acabar fora e distante do ensinamento de Jesus Cristo. E isto vale também para as novas comunidades, que também em Medjugorje, florescem com extraordinária espontaneidade. Estou certo de que Nossa Senhora está feliz com os vários desejos de consagrar-se a Deus ou de empenhar-se um estilo de vida mais repleto de orações, todavia é preciso estar vigilante e trabalhar todos na mesma direção. Para as comunidades que estão aqui, por exemplo, peço uma particular atenção à iniciativas da Paróquia e do Bispo, que representa em Medjugorje, a autoridade da Igreja Católica. O risco é de que cada um possa cair na velha tentação de se fazer paróquia.Os videntes em primeiro lugar, salientaram o legado vosso como fieis, e de Nossa Senhora como professora de oração, com a Paróquia de Medjugorje... na Igreja e pela Igreja.


P = Na Igreja existem algumas tensões de caráter teológico: deseja-se discutir por exemplo o primado do Papa, existem posições divergentes sobre temas como ecumenismo, a ciência, a bioética, a ética... Mas também no nível doutrinal e devocional chegam a colocar em duvida a presença de Jesus na Eucaristia, se perdeu o valor do Rosário comunitário... Maria está preocupada? Você, o que pensa?
R =
Eu não sou um teólogo, não desejo exceder-me sobre um campo que não é o meu.Posso dizer qual é a minha opinião pessoal. Eu disse que os Sacerdotes são os guias naturais do rebanho aos quais é preciso termos confiança. Mas com isto não desejo dizer que eles não devem olhar a Igreja, aos Bispos, ao Papa, porque também é grande a responsabilidade deles. Vivemos um momento difícil para as comunidades e para os Sacerdotes e pessoalmente eu sofro muito em ver tantos sacerdotes que se afastaram de suas comunidades. É perigoso que os sacerdotes se deixem levar pela mentalidade deste mundo: o mundo é de Deus, mas no mundo entrou também o mal que nos distrai da verdade de nossa vida. Dizendo claramente: dialogar com quem pensa de modo diverso de nós é um bem, mas sem renunciar àquilo que caracteriza a nossa fé, que caracteriza o nosso eu.

Devo confessar-vos que onde há sacerdotes que rezam muito, e em particular são devotos de Nossa Senhora, a comunidade é mais sadia, é mais viva, existe mais espiritualidade, se cria maior comunhão entre os sacerdotes e as famílias, e a comunidade paroquial propõe à sua volta, uma imagem de família.
Se o teu Pároco tem posição contrária em respeito ao magistério da Igreja, que fazer? Segui-lo, acompanhá-lo, ou pelo bem dos filhos, passar para uma outra comunidade? Sem a ajuda dos outros não podemos caminhar. Devemos rezar pelos nossos sacerdotes para que o Espirito Santo renove as nossas comunidades. Se me perguntassem qual é o sinal maior das aparições de Medjugorje, direi que está nas milhares de comunhões que são administradas nestes anos em São Tiago, e em todos os testemunhos que chegam de toda parte do mundo de pessoas que quando retornam para casa, mudam as suas vidas.


P = Todas as suas respostas estão na tradição e na fidelidade à Igreja, ao Evangelho...
R =
Nestes vinte anos, Nossa Senhora não disse nada que não se encontre no Evangelho, Ela somente nos recorda de mil maneiras tudo que li está contido, porque muitos se esqueceram, porque hoje não se olha mais para o Evangelho. Mas ali está contido tudo que nos faz bem, o Evangelho que nos indica a Igreja, que nos indica os Sacramentos. No Evangelho encontramos tudo que nos serve, mas não nos servirá de nada se não começarmos a vive-lo. E Nossa Senhora fala tanto porque deseja que vivamos o Evangelho e espera, assim fazendo, de alcançar a todos e de convencer o maior numero de pessoas possível.

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