quarta-feira, 27 de abril de 2011

CHEGARAM OS TEMPOS FINAIS? (Parte III)



A VINDA GLORIOSA DE CRISTO

Queridos irmãos, damos continuidade a este importante estudo feito pelo Pe Livio Fanzaga acerca de um assunto que a todos intriga: Será que estamos vivendo os tempos conclusivos da história humana? Hoje ele aborda o tema da vinda gloriosa de Cristo. Boa leitura!


A última etapa da história humana, que é a que estamos vivendo, se concluirá com a vinda de Cristo na glória. Trata-se de um artigo de fé de importância fundamental. Não é por acaso que a Bíblia termina com a afirmação de Cristo de que a sua vinda é iminente. “Aquele que atesta estas coisas diz: Sim! Eu venho depressa!” (Apoc 22,20). Assim como a nossa vida individual termina com o juízo particular, assim o caminho da humanidade se concluirá com a vinda de Cristo juiz que, como diz o Credo, virá para julgar os vivos e os mortos. A vinda de Cristo concluirá a história do mundo.


A este respeito não faltam auto-denominadas revelações particulares que falam de vindas intermediárias, em geral inseridas em contextos milenaristas. A visão de fé prevê apenas duas vindas de Cristo: a primeira na humildade da carne e a segunda em poder e glória, que coincide com o fim do mundo. Prever uma vinda intermédia de Cristo, que inaugura um tempo particular de paz e de prosperidade, antes da vinda final, significa sair da perspectiva de fé assim como está exposta com autoridade no Catecismo da Igreja Católica (n. 673-677). No que se refere à segunda vinda de Cristo deve ser salientado que, de acordo com a perspectiva do Novo Testamento, ela é sempre iminente, mesmo que não caiba a nós conhecer os tempos e os momentos escolhidos pelo Pai (Mt 24, 36). O cristão sabe que o futuro está nas mãos de Deus e que ele não pode interferir nisso. Ocorre com a história humano o mesmo que na vida pessoal: o futuro não nos pertence. A este respeito, a advertência de Jesus é categórica: “Estai preparados porque o Filho do homem virá numa hora em que menos pensardes” (Mt 24,44).


Por outro lado, Paulo, em diversas ocasiões, insiste na imprevisibilidade do momento escolhido pelo Senhor. Também então circulavam auto-proclamadas revelações privadas, como acontece agora; qualquer um afirmava conhecer o dia e a hora. Vale ainda hoje o convite do apóstolo: “A respeito da época e do momento, não haveis mister, irmãos, que vos escrevamos. Pois vós mesmos sabeis muito bem que o Dia do Senhor virá como um ladrão de noite. Quando os homens disserem: ‘Paz e segurança!’, então repentinamente lhes sobrevirá a destruição, como as dores à mulher grávida. E não escaparão” (I Tess 5,1-3). Palavras que revelam as angústias dos momentos finais, mas que reafirmam o caráter inesperado e desconhecido do momento da vinda do Senhor.



O cristão deve, portanto, desconfiar quando supostas revelações privadas dão a data da vinda de Cristo na glória e no fim do mundo. Não se quer negar a possibilidade de Deus revelar o futuro aos seus santos e a almas privilegiadas. A profecia de Fátima em relação aos acontecimentos que ocorreriam neste século encontraram crédito na Igreja. Mas uma coisa é a revelação de acontecimentos futuros, que nunca faltou na história da Igreja; outra é a revelação do dia da vinda do Senhor, que Cristo mesmo quis que permanecesse desconhecido dos homens: “E se então alguém vos disser: Eis aqui está o Cristo, ei-lo acolá, não creiais. Porque se levantarão falsos cristos e falsos profetas, que farão sinais e portentos para seduzirem, se possível fora, até os escolhidos. (...) A respeito, porém, daquele dia ou daquela hora, ninguém o sabe, nem os anjos do céu, nem mesmo o Filho, mas somente o Pai” (Mc 13, 21-22.32). Isso não impede que o cristão deva discernir os sinais dos tempos e fazer as suas reflexões. Mas depois, diante da pergunta: “Estamos então no fim dos tempos?”, a sua resposta não pode ser outra senão a de Paulo VI: “Nós nunca o saberemos!”. (a ser continuado)
Traduzido do italiano para o português por Tania

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