quarta-feira, 8 de maio de 2019

Papa Francisco ato de humildade


Queridos irmãos e irmãs, acompanhamos estes dias, na mídia secular, a exaltação de humildade e nobreza do Sumo Pontífice Francisco, ao abaixar-se e beijar os pés dos lideres africanos, do Sul do Sudão, junto com o Arcebispo Anglicano de Canterbury , que por ocasião de um retiro espiritual foram ao Vaticano.

Mas o que mais me chamou a atenção não foi o ato de humildade do Santo Padre, mas a crítica que veio a ele, por meio de pessoas e meios de comunicações que se dizem católicos e obedientes ao Papa, mostrando assim, que os inimigos não estão fora da Igreja, mas dentro dela mesma, semeando a discórdia e a cisão.

Pude escutar, tais criticas como: “Francisco realizou um ato profundamente irracional”, “é um falso humilde”, “desrespeitador de sua dignidade de ser Papa”, “fez um ato escandaloso”, “foi hipócrita ficando de quatro”,  “fez um gesto sem precedentes”, mostrando assim o ódio ao Papa, e a ignorância da História da Igreja.

Tal gesto tem precedente sim. Beato Paulo VI, já beijou os pés de lideres de outras Igrejas. No dia 16 de dezembro de 1975, S. E.mo Metropolita Meliton de Calcedônia, enviado do Patriarca Dimítrio I, trouxe a notícia formal de Constantinopla à Roma, anunciando, no interior da Capela Sistina, durante a missa e na presença de Paulo VI, que uma Comissão Pan-ortodoxa havia sido criada para preparar o diálogo teológico entre a as Igrejas Ortodoxas e Católico-romana. Confirmou-se que o próprio Patriarcado de Constantinopla havia estabelecido uma comissão sinodal especial para este diálogo. Quando ouviu o anúncio da Delegação Ortodoxa, o Papa Paulo VI surpreendeu a todos os presentes e, dirigindo-se ao Metropolita Meliton, ajoelhou-se diante dele beijando-lhe os pés. Um gesto de humildade, este sim sem precedente, um Papa beijar os pés do líder de outra Igreja, um Metropolita ortodoxo grego que representava naquele momento o Líder da Igreja Ortodoxa. Surpreso por este gesto dramático do Sumo Pontífice romano, Meliton, por sua vez, tentou fazer o mesmo, isto é, beijar os pés do Papa Paulo VI, mas este o impediu de fazê-lo. Meliton então beijou-lhe a mão.

Dizer que o Papa não poderia fazer isto, porque estaria ferindo a sua dignidade, é na verdade desculpa de pessoas que não desejam viver a humildade, pois Jesus , sendo a autoridade máxima na terra, lavou os pés de seus discípulos, porque o papa não poderia fazer o mesmo com outras autoridades ‘menores’, em busca da paz? Por ser um chefe de estado não poderia fazê-lo? E onde fica as palavras de Jesus: “Neste mundo tereis chefes, pessoas que mandam, mas entre vós não deve ser assim!”.  Vós me chamais de Mestre e Senhor; e dizeis bem, porque sou. Se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar o pés uns dos outros. (Jo 13, 20). 

Este gesto foi escandaloso? Com certeza! Principalmente para os orgulhosos!  Como para os fariseus, hipócritas de hoje, ele também se faz incompreensível , assim como foi o gesto de Jesus ao lavar os pés dos apóstolos.  

O Gesto do Papa foi consciente, foi pensado, foi de um homem que passou por cima de qualquer orgulho, e se fez pequeno, e por isso é Grande! Ele não se humilhou, manteve –se no patamar que é, “servo dos servos”! E os atos do Papa, não é um ato de um homem, mas sempre de Pedro, pois não há distinção entre o Papa Francisco e o Homem Bergoglio, uma vez Papa, é sempre Papa, transtornados são os que não tentam mudar o seu eu, diante da atitude humilde do Papa que denuncia o seu orgulho satânico. 

Certa vez o Papa Francisco disse que “não é necessário consultar um psicólogo para saber que quando alguém critica muito outra pessoa é porque ele se sente decrescido e o que quer é crescer às custas dos outros”, e como dói ver pessoas, dentro da Igreja, que em nome da “ortodoxia”, da “sabedoria”, da “santidade”, da “psicologia”, se sentem juízes até do Papa. Tenho dó dessas pessoas recalcadas, e mal amadas, frustradas, que são dignas de piedade, pois pode ser que um dia amaram a Igreja, e como Agostinho dizia “melhor errar com a Igreja do que acertar sozinho”, e agora se acham mais inteligentes, sabias, prudentes, ortodoxas, santas que o Papa.

Termino dizendo a estes, orgulhosos satânicos: “HUMILDADE”, em vez de pedi-la aos outros, "VIVAM-NA", em vez de julgar, e criticar, VIVAM A HUMILDADE, se é que realmente estão com a IGREJA! E por favor lavem a vossa boca imunda de malidicência ao falar mal do Papa, que com sua vida mostra o bem e vive o amor!

Padre Fernando Tadeu 

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