quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Servo de Deus Marcel Van - O início de uma linda amizade


Queridos irmãos, queridas irmãs, a paz!
Vamos conhecer hoje um pouco mais sobre a sofrida e fascinante vida do Servo de Deus Marcel Van.
Ele entrou para a escola aos 7 anos de idade, mas, devido ao sistema de educação demasiadamente severo, chegou a um estado de exaustão. Foi então confiado por sua mãe ao Padre Joseph Nha, diretor da “Casa de Deus”, onde encontrou um ambiente de bebidas, jogatinas, linguagem baixa e presença de meninas de vida duvidosa.
Neste mesmo período, a tragédia atingiu sua casa. Enchentes destruíram algumas das propriedades de sua família e, para piorar ainda mais as coisas, seu pai desperdiçou o  pouco que restava em jogos e bebidas, deixando sua mãe, irmão e irmãs em situação de extrema pobreza.
Por fim, Marcel fugiu e voltou para casa, mas, devido à pobreza que a família estava passando, teve que ser reenvido para Huu-Bang. Dois meses mais tarde, Van fugiu novamente e começou a viver como mendigo nas ruas. “Minha profissão”, ele escreveu, “consistia em estender a mão para as pessoas que passavam... Depois de uma semana nesta vida, eu estava irreconhecível. Minhas mãos e pés estavam magros, minha pele curtida pelo sol e minhas bochechas ocas... Ainda assim, não achei esta vida de pobre vagabundo difícil em absoluto. Pelo contrário, experimentei uma alegria tranquila em sofrer por Deus. Sabia que, ao fugir, tinha evitado o pecado, eu tinha evitado o que entristece o Coração de Deus”.
Uma terrível tentação
Em relação a este período, escreve: “Passei a  considerar-me uma criatura desprezível. O demônio fez esse pensamento se desenvolver em mim – se as pessoas não podiam mais me suportar, como Deus poderia ainda me suportar? Vou morrer em breve e vou ter que ir para o inferno”.
Como sempre, Jesus e a Virgem Maria permaneceram sendo sua esperança, e  recebia conforto e paz através da oração do rosário. Um dia,  abriu seu coração a um padre, que o confortou com estas palavras: “De bom grado aceite todas essas provações e ofereça-as ao Senhor. Se Deus lhe enviou a cruz, é um sinal de que Ele o escolheu”.
Um chamado de Deus
Graças a um amigo, Van foi admitido no Seminário Menor em Lang-Son, em 1942. Seis meses mais tarde, por falta de fundos, a instituição fechou suas portas, mas Van pôde continuar seus estudos na Paróquia de Santa Teresa do Menino Jesus, em Quang-Uyên, sob a direção de dois padres dominicanos. Ele desejava ardentemente tornar-se santo, mas estava assustado com os severos sacrifícios que pensava serem necessários. “Apesar do meu grande desejo de alcançar a santidade, eu estava certo de que nunca iria conseguir porque, para ser um santo, você precisa jejuar, flagelar-se com um chicote, usar uma pedra no pescoço e pequenas cadeias cobertas com espinhos, uma camisa de crina grosseira, suportar o frio, a sarna, etc... Meu Deus, se é assim, eu desisto... Tudo isso é demais para mim”.
A manifestação de Santa Teresinha do Menino Jesus – “A História de uma Alma”
Um dia, Van espalhou numa mesa alguns livros sobre a vida de muitos santos. Fez então uma oração, pedindo a Deus que o guiasse, prometendo que iria ler qualquer que fosse o livro sobre o qual sua mão caísse. Então, com os olhos fechados, colocou a mão de forma aleatória. “Abri meus olhos. Minha mão estava sobre um livro que eu nunca tinha lido – A História de uma Alma, de Santa Teresa do Menino Jesus.
Marcel Van deu uma olhada rápida no livro, mas o colocou de lado, achando que não continha nada de especial. Mas em seguida ele se reprovou, dizendo: “Ah, agindo assim, você quebrou sua promessa!”. “Então peguei o livro de novo com minha cabeça cheia de perguntas confusas – O que é essa História de uma Alma??? Quem é essa Santa Teresa do Menino Jesus??? De onde ela veio??? O certo é que ela se parece com milhares de outros santos”.
Mais tarde, ele percebeu o quanto estava errado. “Oh, minha querida irmã, você deve ser necessariamente uma santa de muita coragem para aturar os julgamentos errados que eu fiz de sua vida!”
De acordo com o prometido, Van começou a ler o livro. Declara: “Eu mal tinha lido algumas páginas quando duas inundações de lágrimas começaram a correr pelo meu rosto... O que me comoveu tão profundamente foi o raciocínio da pequena Teresa:
‘Assim como o sol brilha ao mesmo tempo sobre os cedros e sobre cada pequena flor como se fosse o único na terra, da mesma forma Nosso Senhor cuida de cada alma como se não houvesse nenhuma outra alma como ela’.”
Continua Marcel Van: “Compreendi então que Deus é Amor... Como Santa Teresinha, eu posso santificar-me através de todos os meus pequenos atos... Um sorriso, uma palavra ou um olhar, contanto que tudo seja feito com amor. Que felicidade!... De agora em diante, a santidade não mais irá me assustar... Minhas lágrimas estavam jorrando como se fossem uma fonte inesgotável”.
À medida que Marcel continuava a leitura, ele ia percebendo que “a história da alma de Teresa é a história de minha alma...”
Na manhã seguinte, Marcel ajoelhou-se diante do altar da Virgem Maria e Lhe pediu que desse a ele esta Santa como guia no seu “pequeno caminho”.
Então, voltando-se para Jesus, pediu-Lhe: “Dai-me Teresinha do Menino Jesus como guia, para que ela possa ensinar-me a amar como eu preciso, já que sou muito ignorante. Concedei-me também a graça de perseverar no Vosso amor até o fim, para amar-Vos eternamente na pátria de amor reservada àqueles que Vos amam”.
Van se torna o irmãozinho espiritual de Santa Teresa
Pouco depois, ocorreu aquele episódio que nós vimos na semana passada, quando Santa Teresinha se apresenta espiritualmente a Marcel, e começa a dirigi-lo segundo a vontade de Deus.

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