quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

DIANTE DO MAL , COMO AGIRMOS ? - LITURGIA DIÁRIA , 27 DE FEVEREIRO DE 2014

 
DIANTE DO MAL , COMO AGIRMOS ?
A vida cristã é uma cristianização da vida. Em suma, ela abarca todos os seus aspectos. Santifica-se de acordo com seu temperamento, sua família, sua história, seu país, seu sexo, seu passado e, também, de acordo com as circunstâncias providenciais nas quais se está situado. Ora, a época na qual devemos nos santificar é marcada por uma crise sem precedentes na história da Igreja. Essa crise deve ser a ocasião providencial de um progresso da vida cristã. É precisamente aqui que reside o problema, tanto somos tentados a evitar a Cruz de Cristo, e a não carregá-la como convém. Pior, diante desse escândalo do mal incessantemente renovado, duas escolhas opostas nos espreitam
O ENDURECIMENTO : O primeiro é de se endurecer diante do mal e, sobretudo, dos fautores do mal. Isso é comum, próprio de uma alma reta, generosa, porém ainda muito cheia de si mesma e não o bastante da misericórdia de Cristo. Tal era o caso dos Apóstolos João e Tiago, prontos a fazer cair fogo do Céu sobre os samaritanos, e, felizmente, freados pelo próprio Jesus Cristo
Se o endurecimento prossegue, a alma cai no puritanismo, até mesmo no farisaísmo, onde ela perde pouco a pouco o olhar compassivo que tanto convém aos discípulos de Cristo. Seu zelo se torna amargo e se caracteriza pelo emprego abusivo da ironia, a abundância de julgamentos apressados e temerários e a severidade com a qual seu ódio louvável pelo erro é transferido ilegitimamente sobre os pecadores
Esse defeito tem várias causas. Ele pode provir, em particular, do que os autores espirituais chamam de acídia. Esse mal, muito cedo diagnosticado na Antiguidade cristã, se caracteriza pelo aborrecimento pela vida cristã no que ela tem de espiritual. É um tipo de paralisia que invade a alma diante do esforço da vida cristã e, mais precisamente, diante do bem divino. A alma não encontra mais alegria na vida interior, na contemplação, na oração. A alma fica como que aborrecida com a ideia de imergir nas verdades sobrenaturais, nos bens espirituais. Se a alma sucumbe a essa paralisia, ela se apressa em fugir de seu dever espiritual, depois, de seu dever em geral, e o foge segundo seu temperamento
Para algumas delas, a fuga consistirá em se abster puramente e simplesmente de um dever árduo: um pouco de oração e de adoração, uma correspondência não entregue, uma admoestação difícil de se fazer, etc.. Para outros, isso consistirá em se atribuir um dever onde não existe. Isso é a preguiça ativa, daqueles que estão dispostos a fazer tudo… salvo o que o Bom Deus lhes pede hic et nunc . Essa acídia assume uma forma particular na alma de alguns beatos falsos. Seu aborrecimento diante das exigências da vida espiritual encontra uma escapatória honrável no zelo amargo. Visto que eles se recusam a colocar todo o ardor desejado na vida interior, eles se desculpam se consagrando a um zelo pela religião por demais humano. Tal pai de família perderá seu tempo na internet, pretendidamente para se informar sobre a crise da Igreja que ele vive com ardor… no lugar de se colocar de joelhos. Tal mulher partirá numa cruzada contra todos aqueles que faltam com a modéstia nas vestes. Tal outro arquivará todas as publicações “inimigas” que lhe parecem desastrosas. Por mais úteis e boas que sejam essas ocupações, elas estão desviadas de sua bondade moral por uma intenção acídica. Esse zelo humano esconde a ausência de zelo pela vida interior. Este é um defeito que, infelizmente, é encontrado mais particularmente nos meios dos “Tradicionalistas” . Tendo boas razões para isso: o zelo amargo supõe ter… zelo. E o zelo supõe ter princípios, regras de vida. E nem todo mundo os tem… ao menos não os mesmos.  Esse defeito, felizmente, tem remédio[1], mas, antes de indicá-los, convém abordar o segundo escolho
O AMOLECIMENTO  : Ao inverso dos precedentes, outros cristãos são tentados a entregar os pontos diante do progresso do mal. Essa é uma tentação mais comum, tanto é verdade que é mais fácil sucumbir tranquilamente que lutar galhardamente. Enquanto que seria preciso manter no espírito de fé e içar sua alma incessantemente acima de si para se unir a Deus, é mais fácil rebaixar as exigências da vida cristã e ceder ao compromisso
Assim que uma alma sente aborrecimento pela vida interior, ou perde a coragem diante das dificuldades da vida cristã, ela é rapidamente tentada a encontrar “acomodações com o Céu”. Essa tentação toma diversas formas, aqui ainda, de acordo com as pessoas. Um Lammenais, um Sangnier são exemplos de um enfraquecimento mais doutrinal, mais intelectual e político. No lugar de reagir por um crescimento da alma diante das dificuldades de uma restauração da “cristandade”, eles adaptaram a doutrina cristã às suas forças por demais humanas
“Para que serve lutar para defender uma ordem política e cristã ultrapassada?  Sigamos a evolução do mundo permitida por Deus“ . Alguns seriam tentados a sucumbir a essa tentação nessa crise da Igreja. Não tomamos o bonde errado nos opondo aos erros modernos? Não somos duros demais? Paremos de condenar incessantemente, paremos de contrariar as pessoas com histórias de saia, de véu, de missa ralliée ou não ralliée. Vamos em frente, e deixemos os rabugentos para trás. “A Fraternidade São Pio X é dura demais, é por isso que ela não avança muito !!”
Esse tipo de linguagem foi mantida nos anos pré-conciliares por numerosos eclesiásticos, decepcionados ao ver o pouco sucesso de seu apostolado e a descristianização de seu país. A solução parecia completamente encontrada: visto que não se conseguia mais mudar o mundo, era preciso mudar os métodos de apostolado. E esse foi o aggiornamento. Da mesma forma, diante da crise da Igreja que se prolonga, poderíamos ser tentados a sucumbir ao desencorajamento e ao compromisso. Essa tentação, muito compreensível, muito humana, continua uma tentação. E ela é a tentação de fugir dos meios sobrenaturais para se dobrar aos cálculos humanos, às soluções enviesadas, simplistas ou sofísticas
O amolecimento pode tomar outra forma, dessa vez “sobrenaturalista”. No lugar de viver nessa crise da Igreja e de se santificar nesse combate doutrinal, foge-se da luta para se refugiar em uma “mística” da oração, da piedade, onde o combate pela fé passa para um segundo plano. Este é um modo de querer a santidade fora da crise da Igreja e, portanto, das exigências reais da vida cristã
Outrossim isso é colocar a virtude moral da piedade antes da virtude teologal da fé, é colocar seu “conforto” espiritual antes da honra de Cristo. É uma nova forma de quietismo, que é apenas uma forma da acídia mais sutil e adornada de misticismo.  Em resumo, quando uma alma experimenta a letargia diante das exigências da vida cristã, ela pode tender a conformar essas exigências com suas forças completamente humanas
O REMÉDIO : A VIDA INTERIOR - O equilíbrio entre esses dois excessos é delicado. Diante do enrijecimento ou do desencorajamento que espreitam os cristãos atingidos pela crise da Igreja, notemos inicialmente que não somos julgados sobre os resultados, mas sobre nossa caridade combativa a serviço de Deus, como recordava tão bem Juan Donoso Cortés aos católicos tão prontos a se desencorajar:
“E que não me digam que, se a derrota é certa, a luta é inútil. Em primeiro lugar, a luta pode atenuar, abrandar a catástrofe e, em segundo lugar, para nós que temos a glória de sermos católicos, a luta é o cumprimento de um dever, e não o resultado de um cálculo. Agradecemos a Deus por nos ter concedido o combate; e não peçamos, além desse favor, a graça do triunfo Àquele cuja infinita bondade reserva àqueles que combatem generosamente por sua causa uma recompensa muito maior e preciosa para o homem que a vitória sobre a terra”
Notemos também uma diferença maior entre esses dois escolhos. Como recordava o pe. Calmel, é mais grave cair no amolecimento doutrinal que no endurecimento . Além disso, “Deus vomita os mornos“. Mas, sobretudo, nunca perdoa a perda dos princípios. Nosso Senhor dizia aos fariseus: “Façam o que eles dizem, mas não façam o que eles fazem“. Não se pode dizer o mesmo dos frouxos e dos liberais, precisamente porque eles se opõem ou renunciam os princípios
Quando um princípio é assentado com toda a inflexibilidade de um axioma e a diplomacia de um lenhador, ele pode assustar em seu rigor, mas a verdade continua. Talvez ela não seja esclarecida pelo exemplo, aquecida pela caridade, revestida de delicadeza e de um belo estilo, mas ela existe e uma alma bem nascida sempre poderá encontrar sua verdadeira face . Contudo, quando um princípio é abandonado, seu dilapidador pode ser amável o quanto puder, bem criado, estar confortável numa sala, discorrer belamente, (mas ele não passará) de um belo lampadário privado de sua chama, que não ilumina mais ninguém
Portanto não há equivalência entre os dois excessos, e é bom se lembrar disso.  O que fazer? Se é verdade que uma reforma é necessária, ela só pode ser aquela da santidade, de uma vida mais interior, mais contemplativa, mais apostólica
Nos dois escolhos que assinalamos, uma das causas comuns é essa fuga de uma vida interior, de uma lassidão pelos bens espirituais. Ora, todos os autores espirituais são unânimes, o gosto pelas coisas de Deus só pode ser encontrado por uma maior imersão nesses bens espirituais, pois, ao contrário dos bens materiais, cuja satisfação só traz insatisfação, a contemplação e o amor pelos bens espirituais engendram um maior desejo por eles. Nesse domínio, a máxima procede: o amor engendra o amor
O mundo não precisa então de um endurecimento moral, mas de uma misericórdia na medida de seu mal, de sua doença. E somente o contato privilegiado com Deus, de uma fé alimentada pela contemplação afetuosa, pode oferecer essa unção benéfica que adocica o remédio necessário, porém extenuante, de uma verdade forte
O mundo precisa ainda menos de um amolecimento doutrinal. Não se trata de mudar nossas posições doutrinais ou morais na crise da Igreja, também não se trata de se contentar em pregá-las em sua pureza, mas se trata de contemplá-las e vivê-las de um modo mais autêntico, mais santo, para sermos mais capazes de transmiti-las. E somente uma vida interior ardente, situada sobre a luz da fé, alimentada pelo estudo e a contemplação, fortificada pela meditação e a participação mais calorosa da missa e dos sacramentos da Igreja, pode conservar em uma alma o equilíbrio entre o amor ardente e fiel pela pureza da doutrina e o amor misericordioso e paciente pela alma humana
Em resumo, que os princípios da vida teologal continuem princípios. Ou seja, que eles existam e  se manifestem. Que eles sejam a fonte de uma vida de contemplação e de fé comunicativa que irradia sobre todos os aspectos da vida cristã
Somente essa reforma poderá fazer da Tradição o que ela deve ser: o ferro de lança, ou para tomar uma imagem mais evangélica, o apóstolo do mundo. E essa reforma interior deve ser a resolução de cada um
A verdade deve ser transmitida por apóstolos que sejam como “encarnações a mais” de Jesus Cristo, ONDE A VERDADE E A CARIDADE FORMAM APENAS UMA ÚNICA COISA, COMO UMA CHAMA QUE ILUMINA E AQUECE TODOS AQUELES QUE SE APROXIMAM DELA

LITURGIA DO DIA 27 DE FEVEREIRO DE 2014
PRIMEIRA LEITURA (TG 5,1-6)

LEITURA DA CARTA DE SÃO TIAGO - 1E agora, ricos, chorai e gemei, por causa das desgraças que estão para cair sobre vós. 2Vossa riqueza está apodrecendo, e vossas roupas estão carcomidas pelas traças. 3Vosso ouro e vossa prata estão enferrujados, e a ferrugem deles vai servir de testemunho contra vós e devorar vossas carnes, como fogo! Amontoastes tesouros nos últimos dias. 4Vede: o salário dos trabalhadores que ceifaram os vossos campos, que vós deixastes de pagar, está gritando, e o clamor dos trabalhadores chegou aos ouvidos do Senhor todo-poderoso. 5Vós vivestes luxuosamente na terra, entregues à boa vida, cevando os vossos corações para o dia da matança. 6Condenastes o justo e o assassinastes; ele não resiste a vós - Palavra do Senhor

SALMO RESPONSORIAL (SL 48)

FELIZES OS HUMILDES DE ESPÍRITO PORQUE DELES É O REINO DOS CÉUS!

— Este é o fim do que espera estultamente, o fim daqueles que se alegram com sua sorte; são um rebanho recolhido ao cemitério, e a própria morte é o pastor que os apascenta

— São empurrados e deslizam para o abismo. Logo seu corpo e seu semblante se desfazem, e entre os mortos fixarão sua morada. Deus, porém, me salvará das mãos da morte e junto a si me tomará em suas mãos

— Não te inquietes, quando um homem fica rico e aumenta a opulência de sua casa; pois ao morrer não levará nada consigo, nem seu prestígio poderá acompanhá-lo

— Felicitava-se a si mesmo enquanto vivo: “Todos te aplaudem, tudo bem, isto que é vida!” Mas vai-se ele para junto de seus pais, que nunca mais e nunca mais verão a luz!

EVANGELHO (MC 9,41-50)

PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHO DE JESUS CRISTO + SEGUNDO MARCOS - Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 41Quem vos der a beber um copo de água, porque sois de Cristo, não ficará sem receber a sua recompensa. 42E se alguém escandalizar um desses pequeninos que creem, melhor seria que fosse jogado no mar com uma pedra de moinho amarrada ao pescoço. 43Se tua mão te leva a pecar, corta-a! 44É melhor entrar na Vida sem uma das mãos, do que, tendo as duas, ir para o inferno, para o fogo que nunca se apaga. 45Se teu pé te leva a pecar, corta-o! 46É melhor entrar na Vida sem um dos pés, do que, tendo os dois, ser jogado no inferno. 47Se teu olho te leva a pecar, arranca-o! É melhor entrar no Reino de Deus com um olho só, do que, tendo os dois, ser jogado no inferno, 48‘onde o verme deles não morre, e o fogo não se apaga’”. 49Pois todos hão de ser salgados pelo fogo. 50Coisa boa é o sal. Mas se o sal se tornar insosso, com que lhe restituireis o tempero? Tende, pois, sal em vós mesmos e vivei em paz uns com os outros - Palavra da Salvação

 

MENSAGEM DE NOSSA SENHORA EM MEDJUGORJE – “O convite que Eu faço, para vocês viverem as Mensagens que Eu Ihes dou, é quotidiano; de modo especial, filhinhos, desejaria aproximá-los mais do Coração de Jesus. Por este motivo, filhinhos, hoje Eu os convido à oração dirigida ao Meu querido Jesus, a fim de que todos os corações de vocês sejam Dele. Convido-os, ainda, a se consagrarem ao Meu Coração Imaculado. Desejo que vocês se consagrem pessoalmente, também como família e como paróquia, de tal modo que todos venham a pertencer a Deus, por Meu intermédio. Portanto, filhinhos, rezem muito para conseguir compreender o valor das Mensagens que eu Ihes dou. Não peço nada para Mim mesma, mas peço tudo para a salvação das almas de vocês. Satanás é forte, e por isso, filhinhos, aproximem-se do Meu Coração Materno, com contínua oração” – MENSAGEM DO DIA 25.10.88

 

São Gabriel das DoresA IGREJA CELEBRA HOJE , SÃO GABRIEL DAS DORES - Nascido a 1838 em Assis, na Itália, dentro de uma família nobre e religiosa, recebeu o nome de batismo Francisco, em homenagem a São Francisco. Na juventude andou desviado por muitos caminhos, e era dado a leitura de romances, festas e danças. Por outro lado, o jovem se sentiu chamado a consagrar-se totalmente a Deus, no sacerdócio ministerial. Mas vivia ‘um pé lá, outro cá’. Ou seja, nas noitadas e na oração e penitência. Aos 18 anos, desiludido, desanimado e arrependido, entrou numa procissão onde tinha a imagem de Nossa Senhora. Em meio a tantos toques de Deus, ouviu uma voz serena, a voz da Virgem Maria, que dizia que aquele mundo não era para ele, e que Deus o queria na religião. Obediente a Santíssima Virgem, na fé, entrou para a Congregação dos Padres Passionistas. Ali, na radicalidade ao Evangelho, mudou o nome para Gabriel, e de acordo também com a sua devoção a Nossa Senhora, chamou-se então: Gabriel da Dores. Antes de entrar para a Congregação, já tinha a saúde fraca, e com apenas 23 anos partiu para a glória, deixando o rastro da radicalidade em Deus. Em meios as dores, São Gabriel viveu o santo Evangelho. São Gabriel das Dores, rogai por nós!

 

 

 

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