quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Servo de Deus Marcel Van


Queridos irmãos, queridas irmãs, a paz!
Como lhes havia dito na semana passada, no nosso grupo de oração conhecíamos, sobre o servo de Deus Marcelo Van – jovem religioso redentorista do Vietnã do Norte, morto num campo de prisioneiros em 10 de julho de 1959 e cuja causa de beatificação está em curso – apenas o que a Ir. Emmanuel escreveu no seu precioso livro “O Menino Escondido de Medjugorje”, editora Raboni. Assim, hoje, antes de irmos adiante, reproduziremos aqui o que ali podemos ler. Trata-se de colóquios que Jesus mantinha com Marcelo quando este tinha 14 anos de idade.

Van: A propósito, Jesus, quando Tu estavas na Terra, Tu comias peixes? Comias pratos semelhantes aos que eu como?
Jesus: É claro que sim, Eu comia pratos semelhantes aos que tu comes. Comia ora carne, ora peixe, ora legumes; mas Maria apresentava esses pratos de um jeito muito apetitoso, não era nada como os que tu comes!

Van: Quando eu tiver de cozinhar, dirá a Maria para me ensinar a preparar muitos pratos gostosos, não é? E Tu, Jesus, sabes cozinhar?
Jesus: Sim, Eu sei. Quando Eu era pequeno, ficava ao lado da Minha Mãe porque Eu gostava muito, e Minha intenção, ficando perto dela, era de fazê-la entender melhor as coisas divinas. Maria gostava muito de Mim e, normalmente, tudo o que Ela fazia Eu sabia fazer.

Van: Pequeno Jesus, há muito tempo que quero Te fazer uma pergunta. Poderia me responder, não é? As pessoas dizem que, durante Tua infância, nunca riste nem choraste, que eras quieto mesmo quando sentias fome, aceitando o que a Santa Virgem fizesse de Ti o que Ela queria... Isso é mesmo verdade?
Jesus: Antes de tudo, pequeno Van, é preciso que entendas que, segundo a Minha natureza divina, sou a segunda Pessoa da Santíssima Trindade e, por isso, Eu sou Um só com o Pai e o Espírito Santo. Entretanto, enquanto homem, Eu tinha em Mim as fraquezas da infância... Com esta única diferença: Eu não tinha defeitos como tu tens. Não era nem guloso nem turbulento como tu. Aconteceu-Me de chorar, mas, quando Maria Me consolava, Eu entendia logo. Além disso, se uma criança nunca risse, ela faria perder a alegria em sua família. Naquela época, Eu agia em tudo como as outras crianças. Quando os parentes em visita me davam bolos, Eu os aceitava com alegria e os comia espontaneamente. Deus Pai nunca permitiu que Minha família tivesse de sofrer com a fome ou a sede nem uma só refeição. Além disso, Maria sabia prever e, sobretudo, tinha confiança em Seu verdadeiro Pai do Céu. Para comigo, Ela Se comportava como uma mãe, mas, com Deus Pai, Ela Se comportava com a candura de uma criança. Se Lhe faltasse alguma coisa, Ela só sabia levantar os olhos para o Céu e pedir a Deus Pai na maior simplicidade e sinceridade. E, como essa confiança e simplicidade eram muito agradáveis a Deus, Maria alcançava tudo o que pedia como Ela já te disse antes. Por exemplo, quando Lhe faltava farinha para fazer o pão, Ela Se contentava em dizer ao Seu verdadeiro Pai: “Ó, Pai, hoje ‘Vosso Pequeno’ e Vossos filhos estão precisando!”. Então Ela detalhava: “Não têm mais farinha, sal, etc.”. Depois disso, Ela ficava em paz como de costume. O verdadeiro Pai do Céu estava muito apressado em atender Suas preces, mas o fazia de um jeito muito natural, sem recorrer a milagres estrondosos.

Van: Pequeno Jesus, antigamente, será que usavas sandálias?
Jesus: Sim, mas essas sandálias não se pareciam com as de hoje. Elas eram quase semelhantes às que usam os camponeses do Vietnã. Eu não tinha lindas sandálias, mas sandálias bem simples. Era a mesma coisa com minhas roupas.

Van: Ó Jesus, queira queimar todos os meus defeitos e maus hábitos no fogo do Teu amor. Meu muito querido Jesus, queira queimar no Teu amor todos os meus pecados, mesmo os que eu não cometi ainda.
Jesus: Irmãozinho, aceita antes todas as contrariedades que Eu te envio, com isso Me trarás mais alegria que se jejuasses um  século inteiro. E, mesmo que sofresses como Eu a morte numa cruz, isso não seria melhor que a mortificação que quero te ensinar aqui, a saber, a obediência. A melhor das mortificações é a obediência. Eu só gosto da mortificação da obediência.
É graças a Maria que as almas podem se unir ao Meu amor de forma íntima e duradoura. Meu amiguinho, lembra-te sempre: tu deves amar Minha Mãe como Eu mesmo te amo.
As almas que Me amam devem ser consideradas como atmosferas sadias que permitem ao Meu amor respirar e viver no mundo. Se não houvesse no mundo essas atmosferas salutares, Meu amor morreria asfixiado.

O Menino Jesus, acompanhado de Sua Mãe, veio na direção de Van, passo a passo.

Van: Ó Mãe, se Tu O carregasses nos Teus braços, não seria mais rápido?
Maria: É verdade, mas o pequeno Jesus não quer Se poupar do cansaço de um ou dois passos por amor a ti.

Van: Mas, Jesus, será que a expansão do reino do Teu amor já começou no mundo?
Jesus: Sim, já, e o ponto de partida dessa expansão é a própria França. E é a tua irmã Teresa (trata-se aqui de Santa Teresinha do Menino Jesus, que vinha também ensinar o pequeno Van) em pessoa que é o apóstolo universal dos outros apóstolos do Meu amor. Sim, é dali que partiu a expansão do reino do Meu amor que se prolonga atualmente. E tu, Van, escrevendo Minhas palavras, participas também dessa obra, como o tenho dito anteriormente. Há ainda muitos outros apóstolos que tu não conheces. Eles também trabalham em grande segredo e se sucedem continuamente, para expandir no mundo o reino do Meu amor. Van, Me escuta bem. Eu gosto muito de ti, tenho uma predileção especial pelas crianças, sou muito feliz de ser Amigo delas. Se elas quiserem Me procurar, é muito fácil, basta-lhes observar sua própria maneira de agir e Me encontrarão imediatamente nelas. Já prometi às crianças o reino dos Céus e essa promessa não as obriga absolutamente a nada. Se Eu as tivesse obrigado a jejuar, a se impor a disciplina, a se mortificar, etc., como os recém-nascidos que morrem imediatamente após o batismo poderiam ir para o Céu? Van, o amor misericordioso reservou às crianças uma parte magnífica. Elas não têm outra coisa a fazer que acolhê-lo... O mundo mata a alma das crianças debaixo dos Meus próprios olhos, e Eu, o que posso fazer?... Van, tu entendeste bem? É preciso arrancar as crianças das trevas do mundo... Ó mundo, ai de ti! Se tu não tivesses as crianças para dar asilo à bondade divina, serias aniquilado pela justiça de Deus. Van, tudo me agrada nas crianças: uma palavra, um sorriso, até uma lágrima derramada num momento de tristeza, tudo isso Me agrada. Mas infelizmente, Van, parece que agora, pela sua maneira de agir, as crianças querem rivalizar com as pessoas grandes.

Van: Jesus, Tu és tagarela demais, Tua língua não para; quantas vezes já faltaste com o silêncio, nem me deixando rezar em paz. E, depois, ousas ainda enumerar minhas faltas? Muito bem, vou Te acusar junto a Maria e Lhe dizer que não paras de falar, e em qualquer que seja o lugar, sem...
Jesus: O que tu estás dizendo aí, Van? Esqueceste, pois, o período bem recente em que guardei o silêncio por um pouco mais de dois meses e ficaste com os olhos bem vermelhos, te queixando ora a Maria, ora à irmã Teresa... Van, tu Me amas? Ontem à noite, por que riste meditando sobre as lágrimas que derramei no cocho? Quando Eu nasci, Me encontrei exatamente na mesma situação em que as outras criancinhas; sofri então com o frio e a tristeza. Se, naquele momento, tu tivesses estado lá para conversar comigo, é provável que Eu não tivesse chorado. Se Eu tivesse escutado, como agora, palavras de amor, Eu teria sem dúvida esquecido totalmente o frio.”

Terminemos por hoje, rezando com Marcelo Van:
“Ó, meu Jesus, bem-amado, quanto mais numerosas são as provas que me mandas, tanto mais cresce também minha certeza de amar-Te de verdade.
Ó, meu Jesus, Tu que, antigamente, em Nazaré, fizeste tudo por obediência, sem retroceder diante de nenhuma dificuldade, ensina-me a fazer tudo perfeitamente.
Ó, Jesus, eu só quero a Tua glória em tudo; só quero fazer Tua vontade, só quero agir por amor a Ti.
Jesus, eu Te amo, eu Te amo. Digna-Te compreender os sentimentos do meu coração.”

“Ó Jesus, amor do meu coração, quero falar contigo sem cessar para cobrir, com minhas palavras, as blasfêmias que se proferem contra Ti. Quero recolher todas as setas de fogo que diriges às almas, mas que elas se negam a deixar que penetrem em seus corações, e Te peço que estas setas de fogo penetrem em meu próprio coração. Ó Jesus, dou-Te beijos, continuo a dá-los sem cessar para satisfazer o amor do Teu Coração, que é rejeitado. Todo o amor que há no meu coração eu o derramo no Teu.”
 “Te amo, ó meu Jesus. Quero seguir amando-Te sempre. Digna-te compreender o meu pobre coração que Te ama.”
Estas orações foram escritas pelo Irmão Marcelo em setembro de 1945.




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