quarta-feira, 17 de julho de 2013

O Despertar da fé


Queridos irmãos, queridas irmãs, a paz! No texto abaixo, o Padre Lívio Fanzaga, diretor da Rádio Maria, na Itália, nos mostra como a Rainha da Paz vem, com tanto amor, a este mundo ateu e ateísta, para despertar a nossa fé.

“Convertei-vos e crede no Evangelho”: estas são as primeiras palavras de Jesus no início da vida pública. Também a Rainha da Paz liga intimamente o caminho de conversão ao despertar da fé. Assim como os homens se afastam de Deus devido à sua incredulidade, assim também podem retornar a Ele abrindo-se, na fé, à Sua misericórdia. Ela afirma muito claramente que uma das razões fundamentais para que Deus A tivesse enviado é o despertar da fé, começando exatamente pela paróquia de Medjugorje.
Nossa Senhora tem bem presente a situação da cristandade, a qual não apenas vive uma crise de fé, como nunca havia acontecido na história, mas segue velozmente em direção a uma visão ateia e materialista da vida, na qual não há mais lugar para Deus. Em La Salette, e também em Lourdes ou em Fátima, Nossa Senhora se limita a alguns chamados fundamentais, como a oração e a penitência, sempre necessárias para um povo de Deus exposto às tentações da tibieza e do compromisso. Agora a situação é radicalmente diferente. Não poderíamos explicar a catequese de tantos anos de Maria sem o gravíssimo perigo que o cristianismo está correndo de dissolver-se na apostasia e de desmoronarem seus fundamentos doutrinais bimilenares.
O que preocupa Nossa Senhora é uma visão prática da vida, agora com um modo padronizado de pensar e de viver de não poucos fieis, onde não existe mais lugar nem para Deus, nem para a alma, nem para a vida eterna. Uma análise atenta de suas mensagens nos induz a afirmar que o primeiro objetivo que Maria se propõe é o de fazer com que uma geração, que perdeu a Deus, O redescubra, geração esta que O sacrificou aos bens materiais e à soberba ilusão de construir um mundo sem Ele.
O mesmo convite, repetido em quase todas as mensagens, de dedicar-se à oração, tem como objetivo descobrir a Deus na própria vida. É fazendo a experiência de Deus na oração que o homem pode de novo compreender a grandeza e a beleza da vida e colocá-la como um caminho para a eternidade. Descobrir Deus, decidir-se por Ele e dar-lhe o primeiro lugar é um dos temas fundamentais da catequese da Serva do Senhor, cujas mensagens, pensando bem, clamam todas: “Deus!”.
Para a Rainha da Paz, Deus é o Pai que ama infinitamente todos os homens, também os que não conhecem o Seu amor, é o Filho, que sacrificou a si próprio sobre a cruz para salvar-nos, é o Espírito Santo, que nos ilumina no caminho da fé e nos sustenta no caminho da santidade. É maravilhoso constatar como nas mensagens se delineia, com uma linguagem simples mas, ao mesmo tempo, sublime, o vasto panorama das verdades da fé católica. É um catecismo completo, com o qual o fiel se sente em perfeita sintonia, onde as verdades não são afirmações abstratas, mas alimento revigorante para a própria vida espiritual.
E a Mãe de Deus tem bem presente a devastação da fé que o processo de secularização provocou no coração de muitos cristãos. Com uma sabedoria e uma paciência verdadeiramente divinas, a Santa Virgem conduz os próprios videntes, toda a paróquia e, enfim, os milhões de peregrinos, ao centro vital do cristianismo, que é a pessoa de Jesus Cristo vivo na Sua Igreja. Ela o faz de um modo muito concreto e eficaz. Desde os primeiros dias, ensina as pessoas a recitarem o Creio no início do Santo Rosário. Então convida toda  paróquia para a Santa Missa quotidiana, fazendo da Eucaristia o coração da experiência de fé.
Nossa Senhora não se limita a exortações gerais, mas entra também nas particulares, como faria todo bom pároco. Deseja que também as crianças vão à Santa Missa, mas afirma que é preciso cuidar para que todos participem de um modo ordenado e devoto. É por vontade da Rainha da Paz que em Medjugorje a Adoração Eucarística assumiu uma importância especial, que o inesquecível padre Slavko honrou com a sua dedicação e a sua devoção, fazendo delas um momento de grande experiência de fé e de glorificação do Senhor ressuscitado, realmente presente em meio a nós.
Num tempo em que o sacramento da confissão vive um momento de crise e de abandono por parte de não poucos cristãos, a Rainha da Paz ajuda os paroquianos a descobri-lo em todo o seu valor para caminharem em frente no caminho espiritual, chegando a recomendar a confissão mensal e, depois, segundo as necessidades pessoais. Em seguida, adverte que não se deve limitar-se a confessar os pecados, mas deve-se pedir ao confessor algum conselho para se dar um passo em frente no caminho da santidade.
Uma particular importância tem, em Medjugorje, o mistério da Cruz. Não muito longe da colina das primeiras aparições, eleva-se um monte chamado Krizevac, que significa “Monte da Cruz”, porque em seu cume se ergue uma gigantesca cruz de cimento, que os paroquianos construíram no distante ano de 1933. “Também aquela cruz estava nos planos de Deus”, afirmou Nossa Senhora.
De fato, em seu ensino, Maria nos conduz ao coração mesmo do qual brota a salvação, que é o sofrimento de Jesus. Nossa Senhora convida frequentemente a subir o Krizevac, meditando as estações da Via Sacra. Durante a Quaresma, exorta a que se recite o Rosário de joelhos diante do crucifixo, para que os paroquianos pudessem compreender o quanto Jesus sofreu também pelos pecados da paróquia. Por duas vezes, durante a aparição, Nossa Senhora mostrou aos seis videntes “Ecce homo”, isto é, Jesus flagelado, cuspido e coroado de espinhos, dizendo: “Eis o quanto Jesus sofreu por nós”. Sim, também Maria se coloca entre aqueles que receberam a graça da redenção, porque também Ela, desde o primeiro instante da Sua concepção, foi cheia da graça que o Crucificado mereceu com a Sua paixão e morte.
Num momento em que não poucos se envergonham da cruz de Cristo e procuram retirá-la do cristianismo, Nossa Senhora nos lembra que da Cruz vem a nossa salvação. Não só isso, mas ensina a amar a Cruz, a suportar as perseguições, a aceitar os sofrimentos como uma graça e a vivê-los com alegria, porque através deles podemos cooperar com a nossa salvação e com a salvação do mundo, em união com Jesus Cristo crucificado.

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