quarta-feira, 24 de julho de 2013

Amar os inimigos


Queridos irmãos, queridas irmãs, a paz! a Igreja nos ensina que amar não é uma questão de sentimentos, não se trata de “gostar”. Trata-se de um mandamento, daquele mandamento Jesus chamou de “seu”: “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amo (Jo 15, 12). Santa Teresinha do Menino Jesus, na sua simplicidade, nos ensina como colocar em prática este mandamento:

 Há na comunidade uma irmã que tem o talento de me desagradar em todas as  coisas; os seus modos, as suas palavras, o seu caráter eram-me muito  desagradáveis. No entanto, é uma santa religiosa que deve ser muito  agradável ao bom Deus; assim, não querendo ceder à antipatia natural que  sentia, disse a mim própria que a caridade não devia ser composta por  sentimentos, mas por obras. Decidi então fazer por esta irmã aquilo que  faria pela pessoa que mais amasse. Cada vez que a encontrava rezava ao  Senhor por ela, oferecendo-Lhe todas as suas virtudes e méritos. Sentia  que isso agradava a Jesus, pois não existe artista que não goste de  receber louvores pelas suas obras e Jesus, o artista das almas, fica feliz  quando não nos detemos no exterior mas, penetrando até ao santuário  íntimo que Ele escolheu para morar, admiramos a sua beleza.  
 Não me contentava em rezar muito pela irmã que me suscitava tantos  combates, obrigava-me a fazer-lhe todos os favores possíveis e, quando  tinha a tentação de lhe responder de modo desagradável, contentava-me em  lhe fazer o meu sorriso mais amável e fazia por desviar a conversa. […]  E também muitas vezes […], tendo algumas relações de trabalho com essa  irmã, quando os embates eram demasiado violentos, fugia como um desertor.  Como ela ignorava totalmente o que eu sentia por ela, nunca desconfiou dos  motivos da minha conduta e continua persuadida de que o seu caráter me  agrada. Um dia, no recreio, disse-me mais ou menos estas palavras com um ar  muito contente: «Pode dizer-me, irmã Teresa do Menino Jesus, o que a  atrai tanto em mim, pois de cada vez que olha para mim vejo-a sorrir?» Ah,  o que me atraía era Jesus, escondido no fundo da sua alma. Jesus torna  doces as coisas mais amargas.

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