quarta-feira, 8 de maio de 2013

Medjugorje é um acontecimento eclesial




Queridos irmãos, queridas irmãs, a paz! Neste artigo, Pe. Livio Fanzaga destaca a grande novidade de Medjugorje: ali Nossa Senhora escolhe uma paróquia, da qual se torna mãe e mestra de um caminho espiritual, paróquia esta que, a princípio, não é melhor do que muitas outras, mas que, ao se deixar conduzir por Maria, torna-se um instrumento para que seja infundido um novo vigor e uma nova vida por todo o corpo da Igreja.


    “Poderíamos descrever ao infinito as maravilhas da graça de Medjugorje, mas no final qualquer católico bem formado se perguntaria: mas qual é a atitude da Igreja? Pergunta que eu mesmo me fiz desde o início. Quando fui a Medjugorje em 1985, em primeiro lugar fui visitar o bispo da época, Mons. Zanic. Ele me disse com grande honestidade que eu era livre para acreditar ou não, mas que deveria sempre ficar com as disposições oficiais da autoridade eclesiástica competente, coisa que eu nunca tive dificuldade em aceitar. 

     Não é meu intento agora entrar aqui nos detalhes das disposições eclesiásticas, que dão liberdade aos fieis e supervisionam todo o complexo fenômeno. Não esqueçamos que a novidade e a complexidade dos fatos de Medjugorje, em comparação com as aparições do passado, colocaram a Igreja diante de problemas de discernimento que exigem doses suplementares de prudência e aconselhamento. Trata-se de acontecimentos em plena evolução e tudo o que a Igreja por enquanto pode oferecer é um acompanhamento pastoral.

     No entanto, eu gostaria de enfatizar que as aparições de Medjugorje, ao contrário de muitas outras no passado, não se colocam ao lado, mas no próprio coração da Igreja, desde que a escolha de Maria recaiu sobre uma paróquia, no interior da qual escolheu os jovens como mensageiros de sua vontade. A escolha de uma paróquia, da qual a Senhora mesma se torna mãe e mestra do caminho espiritual, é a grande novidade das aparições de Medjugorje, que se tornam assim, desde o início, um acontecimento eclesial em todos os aspectos. 

     É como se a Rainha da Paz, em seu projeto de renovar e sustentar a Igreja espiritualmente, tivesse tomado sob sua responsabilidade pessoal aquela pequena porção da Igreja que é a paróquia, confluindo para ela todas as realidades vivas que constituem uma comunidade cristã concreta. Basta pegar o livro das mensagens para compreender essa clara intenção de Nossa Senhora, que aqui não é dirigida aos videntes, mas, através deles, aos paroquianos, orientando-os na vida espiritual, litúrgica e pastoral. 

     Mesmo quando vieram peregrinos de todo do mundo, a Rainha da Paz deixa claro que as mensagens são dadas em primeiro lugar aos paroquianos e depois a todos os outros. Que fique bem claro, Medjugorje não é, certamente, pelo menos no início, uma paróquia melhor do que muitas outras. Mas Nossa Senhora quer começar a partir de uma situação de pobreza espiritual comum a muitas paróquias da cristandade, para orientar os fiéis em direção a um caminho de fé e conversão. Dessa forma, diz, aqueles que vierem de outras partes do mundo poderão também eles colocar-se no mesmo caminho. 

     O plano de Maria vai ao coração da Igreja. Não é por acaso que toda a aldeia de Medjugorje, apesar da intimidação, interferências e até mesmo perseguições dos anos de comunismo, tenha respondido com fé e generosidade à graça das aparições, o que, por exemplo, não aconteceu em Lourdes e muito menos em Fátima. Ainda mais impressionante é a adesão dos responsáveis pela paróquia, administrada pelos frades franciscanos, generosamente ajudados pelas irmãs, os quais, desde o primeiro pároco, o padre Jozo – que acabou na cadeia por ter testemunhado a sua fé nas aparições – até os atuais responsáveis, fizeram-se servos diligentes da Rainha da Paz no conduzir a paróquia de acordo com as suas diretrizes. 

     É, portanto, a partir de uma instituição oficial da Igreja, que é a paróquia, cujo pároco é nomeado pelo bispo, que a Mãe de Deus começou a cumprir sua tarefa maternal em relação a toda a Igreja. Os peregrinos que vão a Medjugorje, vão a uma paróquia onde eles encontram uma igreja, com missas, confessionários e inúmeros sacerdotes, provenientes de todas as partes do mundo, que celebram e confessam, renovando-se, ao mesmo tempo, a si próprios. A partir desta paróquia o despertar da fé, da oração e da vida cristã se difundem por todo o corpo da Igreja, ao qual infunde um novo vigor e uma nova vida, a fim de enfrentar os tempos difíceis da batalha espiritual e do testemunho.”



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