quinta-feira, 25 de abril de 2013

São João Maria Vianney : “Se soubéssemos o que é um padre, morreríamos de amor...‏”


São João Maria Vianney : “Se soubéssemos o que é um padre, morreríamos de amor...‏”


Cristo (...) é o único Sacerdote da Nova Aliança, cuja duração é eterna, infinita. Exerceu na cruz o ofício de sacerdote de modo visível e foi nela a vítima cruenta; nos nossos dias continua a exercer invisivelmente o mesmo ofício e a sacrificar-se, incruentamente, nos nossos altares. Para ser de algum modo visível, fá-lo mediante homens, que investe de seu poder sacerdotal, dizendo-lhes: "Fazei isto em memória de Mim"

Daqui provém toda a dignidade do sacerdócio na Igreja Católica. Daqui o apelidar-se o sacerdote católico de "alter Christus" - outro Cristo. - Daqui o atribuir-se ao sacerdote católico o que se atribui a Cristo, dizendo dele: "Tu es sacerdos in aeternum secundum ordinem Melchisedech" (Sl 109, 4)

E isto tudo diz do sacerdote católico, porque não é mero instrumento nas mãos de Cristo, como o é a pena com que escrevo, mas é algo muito maior

Explico-me: O instrumento não merece louvor, honra e glória; pois quem tal tributaria a uma pena, embora concorra para produzir obra prima de literatura? É que a pena age segundo for movida pelo escritor, como causa sua principal; e tanto faz quanto direta e imediatamente é movida; nada mais e nada menos

Não assim o sacerdote; é algo mais nas mãos de Cristo. O sacerdote é mais que instrumento, é mais que mera causa instrumental: é causa ministerial. A causa ministerial consiste em que ela subministra e prepara tudo o que o agente deve ter ou é conveniente que tenha para poder agir; porque assim o reclama, quer a disposição intrínseca da coisa, quer a disposição extrínseca e positiva do mandante

A causa ministerial, portanto, deve ser dotada de inteligência e vontade; pode, por conseguinte, frustrar, até certo ponto, os intentos do que dela pretende valer-se, não mesmo excluído o próprio Deus. Pode tornar-se conseguintemente desmerecedora ou merecedora das suas obras, porque delas responsável

Daqui a dignidade suma e a responsabilidade tremenda do sacerdote, vigário de Cristo.

Não é um mero instrumento nas mãos de Cristo-Sacerdote; mas é um meio ministerial. Deu-se a Jesus livremente de corpo e alma, para, por seu meio, exercer as funções sacerdotais e perpetuar em sua pessoa o sacerdócio visível cá no mundo

Cristo-Sacerdote veria irremediavelmente frustrada a sua obra de redenção, no dia em que já não contasse com um homem-sacerdote; não porque não lhe fosse possível uma nova ordem de coisas na grande e maravilhosa economia da redenção do gênero humano, mas porque a suave providência divina assim dispôs

Cristo, o Sumo Sacerdote, o Sacerdote principal, continuará a exercer seus atos sacerdotais na terra só na pessoa de seus vigários visíveis: os sacerdotes católicos legítimos

Deus, na sua infinita Providência, vigiará e fará com que seu  divino Filho possa encontrar sempre, até a consumação dos séculos, homens dignos e fiéis que se prestem com júbilo e alvoroço como suas causas ministeriais, para que possa dispensar, por intermédio deles, os frutos inestimáveis do sacrifício da cruz, renovado de modo incruento no santo Sacrifício da Missa

Ó Grande Pontífice! Ó Sumo Sacerdote, Jesus Cristo, é então verdade que pusestes nestas criaturas, que se dizem homens, os vossos complacentes olhares?

"Ecce ancilla Domini, fiat mihi secundum verbum tuum." Como a Virgem Maria, dado o seu consentimento, se tornou co-redentora do gênero humano, assim estas criaturas dão o seu consentimento, e tornam-se sacerdotes vossos; antes tornam-se um outro vós, um "outro Cristo" - Alter Christus. - Cala-te, língua! Pára, pena! Porque é mais importante o silêncio e mais significativa a carta em branco!

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