sábado, 23 de março de 2013

FRANCISCO, PEDRO E JOÃO


 

 
 
Os evangelhos contam que São João era o discípulo preferido de Jesus. Mas, qual seria a razão disso? Como vocês sabem, não sou teólogo nem entendido nesses assuntos, aliás, nem nesses, nem em outros, mas gostaria de atrever-me a dar alguns palpites sobre essa preferência de Jesus.


Não vou ter aqui a pretensão de ser original. Pode ser que o que vou dizer eu já tenha lido em algum lugar e não me lembre mais. Tenho cá a opinião de que Jesus amava mais São João porque ele era o mais perfeito dentre os apóstolos. Talvez ele não fosse quem mais amasse Cristo, mas o que O amava de modo mais perfeito. A própria tríplice declaração de amor de Pedro, no final do evangelho do próprio São João, parece conter a afirmação, o reconhecimento por parte de Cristo, de que São Pedro O amava mais do que todos os outros apóstolos.
 

Sabemos que Deus odeia o pecado. Ainda que seja infinitamente misericordioso, Deus abomina a mínima falta, a mínima culpa, a menor impureza. Reparemos na integridade de caráter de São João. Ele não era covarde. Não era inconstante. Não abandonou seu Mestre na perseguição, na paixão e na morte. Como prêmio, São João recebeu a custódia de Maria, e o martírio não o atingiu.
 

Há um aspecto no apóstolo amado que sempre me chamou muito a atenção. Qual é ele? A sua proximidade espiritual a São Pedro. Após a paixão e a morte de Jesus, os evangelhos e os Atos dos Apóstolos dão a impressão de que São João era o apóstolo mais próximo a São Pedro. Quase sempre vemos os dois juntos. Até na corrida ao sepulcro, quando o discípulo mais jovem chega primeiro, mas, reconhecendo a autoridade de Pedro, não entra.


Sim. São João era o mais perfeito enquanto Jesus vivia na terra, mas continuou sendo o mais perfeito quando o Senhor subiu aos céus. Como sabemos disso? São João é o modelo da devoção que devemos ter à Virgem Maria, ao zelo e carinho que devemos ter por ela e pelas coisas dela, e o modelo de obediência perfeita ao Papa.
 

Depois que Jesus subiu aos céus, sou inclinado a afirmar que quando São João via São Pedro, não via São Pedro. Via Cristo. Quando São João ouvia São Pedro, não ouvia São Pedro. Ouvia Cristo. O discípulo amado sabia, mais do que isso, sentia, que Pedro era o Vigário de Cristo. A palavra vigário quer dizer substituto, aquele que faz as vezes de outro.
 

Certamente, São João percebia a diferença brutal, descomunal, que havia entre o Criador, Cristo, e a criatura, Pedro. É bem provável até que percebesse e conhecesse bem os defeitos de São Pedro. Mas isso não diminuía a reverência e a obediência filial que ele mantinha ao príncipe dos apóstolos.
 

Temos agora um novo Papa. Bendito seja Deus! Bendito seja o nome de Deus pelo Papa Francisco! A exemplo de São João, não nos afastemos de Pedro. Acompanhemo-lo em suas alegrias e em suas dores. Apoiemo-lo em seus trabalhos, com as nossas orações e, se preciso for, também com ações concretas. Estejamos ao lado de Pedro em suas lutas e pelejas.
 

Lembremo-nos sempre do exemplo de São João: com Jesus até o calvário; na intimidade e no zelo pelas coisas de Maria; no amor e na obediência incondicional ao Papa.
                       
 
 
Paul Medeiros Krause
Procurador do Banco Central em Belo Horizonte
 

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