quarta-feira, 4 de abril de 2012

Quarta Feira da Semana Santa

Laudes V. Vinde, ó Deus em meu auxílio. R. Socorrei-me sem demora. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio, agora e sempre. Amém. Hino O fel lhe dão por bebida sobre o madeiro sagrado. Espinhos, cravos e lança ferem seu corpo e seu lado. No sangue e água que jorram, mar, terra e céu são lavados. Ó cruz fiel sois a árvore mais nobre em meio às demais, que selva alguma produz com flor e frutos iguais. Ó lenho e cravos tão doces, um doce peso levais. Árvore, inclina os teus ramos, abranda as fibras mais duras. A quem te fez germinar minora tantas torturas. Leito mais brando oferece ao Santo Rei das alturas. Só tu, ó Cruz, mereceste suster o preço do mundo e preparar para o náufrago um porto, em mar tão profundo. Quis o cordeiro imolado banhar-te em sangue fecundo. Glória e poder à Trindade. Ao Pai e ao Filho Louvor. Honra ao Espírito Santo. Eterna glória ao Senhor, que nos salvou pela graça e nos remiu pelo amor. A vós, Trindade clemente, com toda a terra adoramos, e no perdão renovados um canto novo cantamos. Salmodia Ant. 1 No meu dia de aflição, minhas mãos buscam a Deus. Salmo 76(77) Lembrando as maravilhas do Senhor Somos afligidos de todos os lados, mas não vencidos (2Cor 4,8). –2 Quero clamar ao Senhor Deus em alta voz, * em alta voz eu clamo a Deus: que ele me ouça! =3 No meu dia de aflição busco o Senhor; † sem me cansar ergo, de noite, as minhas mãos, * e minh'alma não se deixa consolar. –4 Quando me lembro do Senhor, solto gemidos, * e, ao recordá-lo, minha alma desfalece. –5 Não me deixastes, ó meu Deus, fechar os olhos, * e, perturbado, já nem posso mais falar! –6 Eu reflito sobre os tempos de outrora, * e dos anos que passaram me recordo; –7 meu coração fica a pensar durante a noite, * e de tanto meditar, eu me pergunto: – –8 Será que Deus vai rejeitar-nos para sempre? * E nunca mais nos há de dar o seu favor? –9 Por acaso, seu amor foi esgotado? * Sua promessa, afinal, terá falhado? –10 Será que Deus se esqueceu de ter piedade? * Será que a ira lhe fechou o coração? –11 Eu confesso que é esta a minha dor: * 'A mão de Deus não é a mesma: está mudada!' –12 Mas, recordando os grandes feitos do passado, * vossos prodígios eu relembro, ó Senhor; –13 eu medito sobre as vossas maravilhas * e sobre as obras grandiosas que fizestes. –14 São santos, ó Senhor, vossos caminhos! * Haverá deus que se compare ao nosso Deus? –15 Sois o Deus que operastes maravilhas, * vosso poder manifestastes entre os povos. –16 Com vosso braço redimistes vosso povo, * os filhos de Jacó e de José. –17 Quando as águas, ó Senhor,vos avistaram, * elas tremeram e os abismos se agitaram =18 e as nuvens derramaram suas águas, † a tempestade fez ouvir a sua voz, * por todo lado se espalharam vossas flechas. =19 Ribombou a vossa voz entre trovões, † vossos raios toda a terra iluminaram, * a terra inteira estremeceu e se abalou. =20 Abriu-se em pleno mar vosso caminho † e a vossa estrada, pelas águas mais profundas; * mas ninguém viu os sinais dos vossos passos. –21 Como um rebanho conduzistes vosso povo * e o guiastes por Moisés e Aarão. – Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. * Como era no princípio, agora e sempre. Amém. Ant. No meu dia de aflição, minhas mãos buscam a Deus. Ant. 2 Se morrermos com Cristo, nós cremos que com Cristo também viveremos. Cântico 1Sm 2,1-10 Os humildes se alegram em Deus Derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes. Encheu de bens os famintos (Lc 1,52- 53). –1 Exulta no Senhor meu coração, * e se eleva a minha fronte no meu Deus; – minha boca desafia os meus rivais * porque me alegro com a vossa salvação. –2 Não há santo como é santo o nosso Deus, * ninguém é forte à semelhança do Senhor! –3 Não faleis tantas palavras orgulhosas, * nem profiram arrogâncias vossos lábios! – Pois o Senhor é o nosso Deus que tudo sabe. * Ele conhece os pensamentos mais ocultos. –4 O arco dos fortes foi dobrado, foi quebrado, * mas os fracos se vestiram de vigor. –5 Os saciados se empregaram por um pão, * mas os pobres e os famintos se fartaram. – Muitas vezes deu à luz a que era estéril,* mas a mãe de muitos filhos definhou. –6 É o Senhor quem dá a morte e dá a vida, * faz descer à sepultura e faz voltar; –7 é o Senhor quem faz o pobre e faz o rico, * é o Senhor quem nos humilha e nos exalta. –8 O Senhor ergue do pó o homem fraco, * e do lixo ele retira o indigente, – para fazê-los assentar-se com os nobres * num lugar de muita honra e distinção. – – As colunas desta terra lhe pertencem, * e sobre elas assentou o universo. –9 Ele vela sobre os passos de seus santos, * mas os ímpios se extraviam pelas trevas. –10 Ninguém triunfa se apoiando em suas forças; * os inimigos do Senhor serão vencidos; – sobre eles faz troar o seu trovão, * o Senhor julga os confins de toda a terra. – O Senhor dará a seu Rei a realeza * e exaltará o seu Ungido com poder. – Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. * Como era no princípio, agora e sempre. Amém. Ant. Se morrermos com Cristo, nós cremos que com Cristo também viveremos. Ant. 3 Jesus Cristo tornou-se para nós sabedoria de Deus a mais sublime, santidade, justiça e redenção. Salmo 96(97) A glória do Senhor como juiz Este salmo expressa a salvação do mundo e a fé dos povos todos em Deus (Sto. Atanásio). –1 Deus é Rei! Exulte a terra de alegria, * † e as ilhas numerosas rejubilem! –2 Treva e nuvem o rodeiam no seu trono, * que se apóia na justiça e no direito. –3 Vai um fogo caminhando à sua frente * e devora ao redor seus inimigos. –4 Seus relâmpagos clareiam toda a terra; * toda a terra ao contemplá-los estremece. –5 As montanhas se derretem como cera * ante a face do Senhor de toda a terra; –6 e assim proclama o céu sua justiça, * todos os povos podem ver a sua glória. =7 'Os que adoram as estátuas se envergonhem † e os que põem a sua glória nos seus ídolos; * aos pés de Deus vêm se prostrar todos os deuses!' =8 Sião escuta transbordante de alegria, † e exultam as cidades de Judá, * porque são justos, ó Senhor, vossos juízos! =9 Porque vós sois o Altíssimo, Senhor, † muito acima do universo que criastes, * e de muito superais todos os deuses. =10 O Senhor ama os que detestam a maldade, † ele protege seus fiéis e suas vidas, * e da mão dos pecadores os liberta. –11 Uma luz já se levanta para os justos, * e a alegria, para os retos corações. –12 Homens justos, alegrai-vos no Senhor, * celebrai e bendizei seu santo nome! – Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. * Como era no princípio, agora e sempre. Amém. Ant. Jesus Cristo tornou-se para nós sabedoria de Deus a mais sublime, santidade, justiça e redenção. Leitura breve Is 50,5-7 O Senhor abriu-me os ouvidos; não lhe resisti nem voltei atrás. Ofereci as costas para me baterem e as faces para me arrancarem a barba: não desviei o rosto de bofetões e cusparadas. Mas o Senhor Deus é meu Auxiliador, por isso não me deixei abater o ânimo, conservei o rosto impassível como pedra, porque sei que não sairei humilhado. Responsório breve R. Foi levado como ovelha ao matadouro; e, maltratado, não abriu a sua boca. * De sua linhagem quem dela cogitou? R. Foi levado. R. Da terra dos viventes foi cortado, por causa da revolta do seu povo. * De sua linhagem. Glória ao Pai. R. Foi levado. CÂNTICO EVANGÉLICO(BENEDICTUS) Lc 1,68-79 Ant. O sangue de Cristo, que a si mesmo ofertou-se pelo Espírito Santo como hóstia sem mancha, purifica noss’alma das obras da morte, para servir ao Deus vivo. O Messias e seu Precursor –68 Bendito seja o Senhor Deus de Israel, * que a seu povo visitou e libertou; –69 e fez surgir um poderoso Salvador * na casa de Davi, seu servidor, –70 como falara pela boca de seus santos, * os profetas desde os tempos mais antigos, –71 para salvar-nos do poder dos inimigos * e da mão de todos quantos nos odeiam. –72 Assim mostrou misericórdia a nossos pais, * recordando a sua santa Aliança –73 e o juramento a Abraão, o nosso pai, * de conceder-nos 74 que, libertos do inimigo, = a ele nós sirvamos sem temor † 75 em santidade e em justiça diante dele, * enquanto perdurarem nossos dias. =76 Serás profeta do Altíssimo, ó menino, † pois irás andando à frente do Senhor * para aplainar e preparar os seus caminhos, –77 anunciando ao seu povo a salvação, * que está na remissão de seus pecados; –78 pelo amor do coração de nosso Deus, * Sol nascente que nos veio visitar –79 lá do alto como luz resplandecente * a iluminar a quantos jazem entre as trevas = e na sombra da morte estão sentados † e para dirigir os nossos passos, * guiando-nos no caminho da paz. – Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. * Como era no princípio, agora e sempre. Amém. Ant. O sangue de Cristo, que a si mesmo ofertou-se pelo Espírito Santo como hóstia sem mancha, purifica noss’alma das obras da morte, para servir ao Deus vivo. Preces Imploremos a Cristo Salvador, que nos remiu por sua morte e ressurreição; e digamos: R. Senhor, tende piedade de nós! Vós, que subistes a Jerusalém para sofrer a Paixão, e assim entrar na glória, – conduzi vossa Igreja à Páscoa da eternidade. R. Vós, que, elevado na cruz, deixastes a lança do soldado vos traspassar, – curai as nossas feridas. R. Vós, que transformastes o madeiro da cruz em árvore da vida, – concedei de seus frutos aos que renasceram pelo batismo. R. Vós, que, pregado na cruz, perdoastes o ladrão arrependido, – perdoai-nos também a nós pecadores. R. (intenções livres) Pai nosso... Oração Ó Deus, que fizestes vosso Filho padecer o suplício da cruz para arrancar-nos à escravidão do pecado, concedei aos vossos servos e servas, a graça da ressurreição. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Conclusão da Hora O Senhor nos abençoe, nos livre de todo o mal e nos conduza à vida eterna. Amém. Hora Média V. Vinde, ó Deus em meu auxílio. R. Socorrei-me sem demora. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio, agora e sempre. Amém. Hino O número sagrado, três vezes três das horas, abrindo um novo espaço, nos chama à prece, agora. Ao nome de Jesus, perdão seu povo implora. O Cristo ouviu a prece sincera do ladrão. A graça foi-lhe dada, por sua confissão. Jesus ouvindo a súplica, também nos dê perdão. Agora morre a morte, vencida pela cruz; após as trevas densas, serena, volta a luz; o horror do mal se quebra, nas mentes Deus reluz. A Cristo nós rogamos e ao Pai, eterno Bem, com seu Divino Espírito, amor que os sustém, proteja sua Igreja agora e sempre. Amém. Salmodia -- salmodia complementar -- Ant. Para mim, viver é Cristo e morrer é uma vantagem; minha glória é a Cruz do Senhor Cristo Jesus. Salmo 118(119),57-64 VI (Heth) Meditação sobre a Palavra de Deus na Lei Sois uma carta de Cristo, gravada não em tábuas de pedra, mas em vossos corações (2Cor 3,3). –57 É esta a parte que escolhi por minha herança: * observar vossas palavras, ó Senhor! –58 De todo o coração eu vos suplico: * piedade para mim, que o prometestes! –59 Fico pensando, ó Senhor, nos meus caminhos; * escolhi por vossa lei guiar meus passos. –60 Eu me apresso, sem perder um só instante, * em praticar todos os vossos mandamentos. –61 Mesmo que os ímpios me amarrem com seus laços, * nem assim hei de esquecer a vossa lei. –62 Alta noite eu me levanto e vos dou graças * pelas vossas decisões leais e justas. –63 Sou amigo dos fiéis que vos respeitam * e daqueles que observam vossas leis. –64 Transborda em toda a terra o vosso amor; * ensinai-me, ó Senhor, vossa vontade! – Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. * Como era no princípio, agora e sempre. Amém. Salmo 54(55),2-15.17-24 Oração depois da traição de um amigo Jesus começou a sentir pavor e angústia (Mc 14,33). I –2 Ó meu Deus, escutai minha prece, * não fujais desta minha oração! –3 Dignai-vos me ouvir, respondei-me: * a angústia me faz delirar! –4 Ao clamor do inimigo estremeço, * e ao grito dos ímpios eu tremo. – Sobre mim muitos males derramam, * contra mim furiosos investem. –5 Meu coração dentro em mim se angustia, * e os terrores da morte me abatem; –6 o temor e o tremor me penetram, * o pavor me envolve e deprime! =7 É por isso que eu digo na angústia: † 'Quem me dera ter asas de pomba * e voar para achar um descanso! –8 Fugiria, então, para longe, * e me iria esconder no deserto. –9 Acharia depressa um refúgio * contra o vento, a procela, o tufão'. =10 Ó Senhor, confundi as más línguas; † dispersai-as, porque na cidade * só se vê violência e discórdia! =11 Dia e noite circundam seus muros, † 12 dentro dela há maldades e crimes, * a injustiça, a opressão moram nela! – Violência, imposturas e fraudes * já não deixam suas ruas e praças. – Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. * Como era no princípio, agora e sempre. Amém. Ant. O temor e o tremor me penetram; dignai-vos me ouvir, respondei-me! Ant. 3 Eu, porém, clamo a Deus em meu pranto, e o Senhor me haverá de salvar. II –13 Se o inimigo viesse insultar-me, * poderia aceitar certamente; – se contra mim investisse o inimigo, * poderia, talvez, esconder-me. –14 Mas és tu, companheiro e amigo, * tu, meu íntimo e meu familiar, –15 com quem tive agradável convívio * com o povo, indo à casa de Deus! –17 Eu, porém, clamo a Deus em meu pranto, * e o Senhor me haverá de salvar! –18 Desde a tarde, à manhã, ao meio-dia, * faço ouvir meu lamento e gemido. –19 O Senhor há de ouvir minha voz, * libertando a minh'alma na paz, – derrotando os meus agressores, * porque muitos estão contra mim! –20 Deus me ouve e haverá de humilhá-los, * porque é Rei e Senhor desde sempre. – Para os ímpios não há conversão, * pois não temem a Deus, o Senhor. –21 Erguem a mão contra os próprios amigos, * violando os seus compromissos; –22 sua boca está cheia de unção, * mas o seu coração traz a guerra; – suas palavras mais brandas que o óleo, * na verdade, porém, são punhais. –23 Lança sobre o Senhor teus cuidados, * porque ele há de ser teu sustento, – e jamais ele irá permitir * que o justo para sempre vacile! –24 Vós, porém, ó Senhor, os lançais * no abismo e na cova da morte. – Assassinos e homens de fraude * não verão a metade da vida. – Quanto a mim, ó Senhor, ao contrário: * ponho em vós toda a minha esperança! – Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. * Como era no princípio, agora e sempre. Amém. Ant. Para mim, viver é Cristo e morrer é uma vantagem; minha glória é a Cruz do Senhor Cristo Jesus. Leitura breve Hb 9,28 Cristo, oferecido uma vez por todas, para tirar os pecados da multidão, aparecerá uma segunda vez, fora do pecado, para salvar aqueles que o esperam. V. Veneremos o sinal da santa cruz, R. Pela qual a salvação veio até nós. Oração Ó Deus, que fizestes vosso Filho padecer o suplício da cruz para arrancar-nos à escravidão do pecado, concedei aos vossos servos e servas, a graça da ressurreição. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Conclusão da Hora V. Bendigamos ao Senhor. R. Demos graças a Deus. Ofício das Leituras V. Vinde, ó Deus em meu auxílio. R. Socorrei-me sem demora. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio, agora e sempre. Amém. Esta introdução se omite quando o Invitatório precede imediatamente ao Ofício das Leituras. Hino Cantem meus lábios a luta que sobre a cruz se travou; cantem o nobre triunfo que no madeiro alcançou o Redentor do Universo quando por nós se imolou. O Criador teve pena do primitivo casal, que foi ferido de morte, comendo o fruto fatal, e marcou logo outra árvore, para curar-nos do mal. Tal ordem foi exigida na obra da salvação: cai o inimigo no laço de sua própria invenção. Do próprio lenho da morte Deus fez nascer redenção. Na plenitude dos tempos, a hora santa chegou e, pelo Pai enviado, nasceu do mundo o autor; e duma Virgem no seio a nossa carne tomou. Seis lustros tendo passado, cumpriu a sua missão. Só para ela nascido, livre se entrega à Paixão. Na cruz se eleva o Cordeiro, como perfeita oblação. Glória e poder à Trindade. Ao Pai e ao Filho, louvor. Honra ao Espírito Santo. Eterna glória ao Senhor, que nos salvou pela graça e nos remiu pelo amor. Salmodia Ant. 1 Nós sofremos no mais íntimo de nós, esperando a redenção de nosso corpo. Salmo 38(39) Prece de um enfermo A criação ficou sujeita à vaidade. por sua dependência daquele que a sujeitou; esperando ser libertada (Rm 8,20). I –2 Disse comigo: “Vigiarei minhas palavras, * a fim de não pecar com minha língua; – haverei de pôr um freio em minha boca * enquanto o ímpio estiver em minha frente”. =3 Eu fiquei silencioso como um mudo, † mas de nada me valeu o meu silêncio, * pois minha dor recrudesceu ainda mais. =4 Meu coração se abrasou dentro de mim, † um fogo se ateou ao pensar nisso, * 5 e minha língua então falou desabafando: = “Revelai-me, ó Senhor, qual o meu fim, † qual é o número e a medida dos meus dias, * para que eu veja quanto é frágil minha vida! –6 De poucos palmos vós fizestes os meus dias; * perante vós a minha vida é quase nada. –7 O homem, mesmo em pé, é como um sopro, * ele passa como a sombra que se esvai; – ele se agita e se preocupa inutilmente, * junta riquezas sem saber quem vai usá-las”. – Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. * Como era no princípio, agora e sempre. Amém. Ant. Nós sofremos no mais íntimo de nós, esperando a redenção de nosso corpo. Ant. 2 Ó Senhor, prestai ouvidos à minha prece, não fiqueis surdo aos lamentos do meu pranto! II –8 E agora, meu Senhor, que mais espero? * Só em vós eu coloquei minha esperança! –9 De todo meu pecado libertai-me; * não me entregueis às zombarias dos estultos! –10 Eu me calei e já não abro mais a boca, * porque vós mesmo, ó Senhor, assim agistes. –11 Afastai longe de mim vossos flagelos; * desfaleço ao rigor de vossa mão! =12 Punis o homem, corrigindo as suas faltas; † como a traça, destruís sua beleza: * todo homem não é mais do que um sopro. =13 Ó Senhor, prestai ouvido à minha prece, † escutai-me quando grito por socorro, * não fiqueis surdo aos lamentos do meu pranto! – Sou um hóspede somente em vossa casa, * um peregrino como todos os meus pais. –14 Desviai o vosso olhar, que eu tome alento, * antes que parta e que deixe de existir! – Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. * Como era no princípio, agora e sempre. Amém. Ant. Ó Senhor, prestai ouvidos à minha prece, não fiqueis surdo aos lamentos do meu pranto! Ant. 3 Eu confio na clemência do Senhor agora e para sempre. Salmo 51(52) Contra a maldade do caluniador Quem se gloria, glorie-se no Senhor (1Cor 1,31). –3 Por que é que te glorias da maldade, * ó injusto prepotente? =4 Tu planejas emboscadas todo dia, † tua língua é qual navalha afiada, * fabricante de mentiras! –5 Tu amas mais o mal do que o bem, * mais a mentira que a verdade! –6 Só gostas das palavras que destroem, * ó língua enganadora! –7 Por isso Deus vai destruir-te para sempre * e expulsar-te de sua tenda; – vai extirpar-te e arrancar tuas raízes * da terra dos viventes! –8 Os justos hão de vê-lo e temerão, * e rindo dele vão dizer: –9 “Eis o homem que não pôs no Senhor Deus * seu refúgio e sua força, – mas confiou na multidão de suas riquezas, * subiu na vida por seus crimes!” –10 Eu, porém, como oliveira verdejante * na casa do Senhor, – confio na clemência do meu Deus * agora e para sempre! –11 Louvarei a vossa graça eternamente, * porque vós assim agistes; – espero em vosso nome, porque é bom, * perante os vossos santos! – Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. * Como era no princípio, agora e sempre. Amém. Ant. Eu confio na clemência do Senhor agora e para sempre. V. Quando eu for elevado da terra, R. Atrairei para mim todo ser. Primeira leitura Da Carta aos Hebreus 12,14-29 Aproximamo-nos do monte do Deus vivo Irmãos: 14Procurai a paz com todos,e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor; 15cuidai para que ninguém abandone a graça de Deus. Que nenhuma raiz venenosa cresça no meio de vós, tumultuando e contaminando a comunidade. 16Não haja nenhum imoral ou profanador, como Esaú, que, por um prato de comida, vendeu seus direitos de filho primogênito. 17Bem sabeis que a seguir foi rejeitado, quando quis obter a bênção como herança; não encontrou modo para seu pai mudar a decisão, embora lhe pedisse com lágrimas. 18Vós não vos aproximastes de uma realidade palpável: “fogo ardente e escuridão, trevas e tempestade, 19som da trombeta e voz poderosa”, que os ouvintes suplicaram não continuasse, 20pois não suportavam o que fora ordenado: “Até um animal será apedrejado, se tocar a montanha”. 21Eles ficaram tão espantados comesse espetáculo, que Moisés disse: “Estou apavorado e com medo”. 22Mas vós vos aproximastes do monte Sião e da cidade do Deus vivo, a Jerusalém celeste; da reunião festiva de milhões de anjos; 23da assembléia dos primogênitos, cujos nomes estão escritos nos céus; de Deus, o Juiz de todos; dos espíritos dos justos, que chegaram à perfeição; 24de Jesus, mediador da nova aliança, e da aspersão do sangue mais eloqüente que o de Abel. 25Cuidado! Não deixeis de escutar aquele que vos fala. Os que recusaram escutar aquele que os advertia na terra, não escaparam do castigo. Menos ainda escaparemos nós do castigo, se nos afastarmos de quem nos fala do alto do céu. 26Aquele, cuja voz aquele dia abalou a terra, agora diz: “Mais uma vez abalarei não somente a terra, mas também o céu”. 27A expressão “mais uma vez” anuncia o desaparecimento de tudo aquilo que participa da instabilidade do mundo criado, para que permaneça só o que é inabalável. 28Já que recebemos um reino inabalável, conservemos bem essa graça. Por meio dela, sirvamos a Deus de modo a agradar-lhe, isto é, com respeito e temor. 29Pois o nosso Deus é um fogo devorador. Responsório Dt 5,23.24a; Cf. Hb 12,22a R. Depois que percebestes a voz vinda das trevas e o Sinai ardendo em fogo, a mim chegastes e dissestes: * O Senhor, o nosso Deus, nos mostrou a sua glória, nos mostrou sua grandeza. V. Aproximastes-vos, irmãos, da cidade do Deus vivo, da Sião celestial. * O Senhor. Segunda leitura Do Tratado sobre o Evangelho de São João, de Santo Agostinho, bispo (Tract. 84,1-2:CCL36,536-538) (Séc.V) A plenitude do amor Irmãos caríssimos, o Senhor definiu a plenitude do amor com que devemos amar-nos uns aos outros, quando disse: Ninguém tem amor maior do que aquele que dá sua vida pelos amigos (Jo 15,13). Daqui se conclui o que o mesmo evangelista João diz em sua epístola: Jesus deu a sua vida por nós. Portanto, também nós devemos dar a vida pelos irmãos (1Jo 3,16), amando-nos verdadeiramente uns aos outros, como ele nos amou até dar a sua vida por nós. É certamente a mesma coisa que se lê nos Provérbios de Salomão: Quando te sentares à mesa de um poderoso, olha com atenção o que te é oferecido; e estende a tua mão, sabendo que também deves preparar coisas semelhantes (cf. Pr 23,1-2 Vulg.). Ora, a mesa do poderoso é a mesa em que se recebe o corpo e o sangue daquele que deu a sua vida por nós. Sentar-se à mesa significa aproximar-se com humildade. Olhar com atenção o que é oferecido, é tomar consciência da grandeza desta graça. E estender a mão sabendo que também se devem preparar coisas semelhantes, significa o que já disse antes: assim como Cristo deu a sua vida por nós, também devemos dar a nossa vida pelos irmãos. É o que diz o apóstolo Pedro: Cristo sofreu por nós, deixando-nos um exemplo, a fim de que sigamos os seus passos (cf. 1Pd 2,21). Isto significa preparar coisas semelhantes. Foi o que fizeram, com ardente amor, os santos mártires. Se não quisermos celebrar inutilmente as suas memórias e nos sentarmos sem proveito à mesa do Senhor, no banquete onde eles se saciaram, é preciso que, como eles, preparemos coisas semelhantes. Por isso, quando nos aproximamos da mesa do Senhor, não recordamos os mártires do mesmo modo como aos outros que dormem o sono da paz, ou seja, não rezamos por eles, mas antes pedimos para que rezem por nós, a fim de seguirmos os seus passos. Pois já alcançaram a plenitude daquele amor acima do qual não pode haver outro maior, conforme disse o Senhor. Eles apresentaram a seus irmãos o mesmo que por sua vez receberam da mesa do Senhor. Não queremos dizer com isso que possamos nos igualar a Cristo Senhor, mesmo que, por sua causa, soframos o martírio até o derramamento de sangue. Ele teve o poder de dar a sua vida e depois retomá-la; nós, pelo contrário, não vivemos quanto queremos, e morremos mesmo contra a nossa vontade. Ele, morrendo, matou em si a morte; nós, por sua morte, somos libertados da morte. A sua carne não sofreu a corrupção; a nossa, só depois de passar pela corrupção, será por ele revestida de incorruptibilidade, no fim do mundo. Ele não precisou de nós para nos salvar; entretanto, sem ele nós não podemos fazer nada. Ele se apresentou a nós como a videira para os ramos; nós não podemos ter a vida se nos separarmos dele. Finalmente, ainda que os irmãos morram pelos irmãos, nenhum mártir derramou o seu sangue pela remissão dos pecados de seus irmãos, como ele fez por nós. Isto, porém, não para que o imitássemos, mas como um motivo para agradecermos. Portanto, na medida em que os mártires derramaram seu sangue pelos irmãos, prepararam o mesmo que tinham recebido da mesa do Senhor. Amemo-nos também a nós uns aos outros, como Cristo nos amou e se entregou por nós. Responsório 1Jo 4,9.11.10b R. Foi nisto que a nós se mostrou o amor que Deus Pai tem por nós: enviou-nos seu Filho Unigênito para que nós vivamos por ele. * Se Deus nos amou deste modo, também nós nos devemos amar. V. Deus nos amou , por primeiro, e enviou-nos seu Filho Unigênito, como vítima por nossos pecados. * Se Deus. Oração Ó Deus, que fizestes vosso Filho padecer o suplício da cruz para arancar-nos à escravidão do pecado, concedei aos vosos servos e servas, a graça da ressurreição. Por nosso Senhor Jesus Cristo, voso Filho, na unidade do Espírito Santo. Conclusão da Hora V. Bendigamos ao Senhor. R. Graças a Deus.

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