terça-feira, 24 de abril de 2012

Bento XVI pede combate ao turismo sexual, o tráfico de pessoas e a exploração de menores

O Papa Bento XVI denunciou alguns perigos no turismo e pediu que a comunidade internacional combata o turismo sexual, o tráfico de pessoas com este fim ou para transplantes de órgãos, e a exploração de menores. Assim o indicou o Santo Padre em uma mensagem divulgada hoje por ocasião do 7º Congresso Mundial de Pastoral do Turismo que começa esta segunda-feira na cidade mexicana de Cancun. O Papa disse que o turismo, "como toda realidade humana, não está isento de perigos nem de elementos negativos. Trata-se de males que devem ser enfrentados urgentemente, já que transgridem os direitos e a dignidade de milhões de homens e mulheres, especialmente dos pobres, os menores e os deficientes". "O turismo sexual uma das formas mais abjetas destas separações que devastam, desde o ponto de vista moral, psicológico e de saúde, a vida das pessoas, de tantas famílias e, às vezes, de comunidades inteiras", denunciou. No texto o Papa indicou que "o tráfico de seres humanos por motivos sexuais ou para transplantes de órgãos, assim como a exploração de menores, seu abandono em mãos de pessoas sem escrúpulos, o abuso, a tortura, são produzidos tristemente em muitos contextos turísticos". "Tudo isto deve induzir aqueles que se dedicam pastoralmente ou por motivos de trabalho ao mundo do turismo, e a toda comunidade internacional, a aumentar a vigilância, a prevenir e contrastar estas aberrações", exortou. Na mensagem, o Santo Padre recordou que embora existam estes perigos, o turismo deve ser sempre "iluminado e transformado pela Palavra de Deus. A partir desta convicção, a Igreja, com sua solicitude pastoral, e sendo consciente do importante influxo que este fenômeno tem sobre o ser humano, acompanha-o desde seus primeiros passos, anima e promove suas potencialidades, ao mesmo tempo em que assinala e trabalha por corrigir seus riscos e separações". "O turismo –continuou– junto com as férias e o tempo livre, aparece como um espaço privilegiado para a restauração física e espiritual, possibilita o encontro de quem pertence a culturas diversas, e ocasião de aproximação à natureza, favorecendo por tudo isso a escuta e a contemplação, a tolerância e a paz, o diálogo e a harmonia em meio da diversidade". Bento XVI disse logo que "a viagem manifestação de nosso ser homo viator, ao mesmo tempo em que reflete esse outro itinerário, mais profundo e significativo, que estamos chamados a percorrer: que nos conduz ao encontro com Deus". "A possibilidade que nos brindam as viagens de admirar a beleza dos povos, das culturas e da natureza, pode conduzir-nos a Deus, favorecendo a experiência de fé, ‘pois pela grandeza e formosura das criaturas se chega por analogia a contemplar o seu criador’". Depois de exortar que o Congresso permita avançar rumo um "turismo diferente" que tenha em conta estas recomendações, o Papa ressaltou três âmbitos nos quais a pastoral desta atividade humana deve centrar-se. "Em primeiro lugar, iluminar este fenômeno com a doutrina social da Igreja, promovendo uma cultura do turismo ético e responsável, de modo que chegue a ser respeitoso com a dignidade das pessoas e dos povos, acessível a todos, justo, sustentável e ecológico". O aproveitamento do tempo livre e as férias periódicas, prosseguiu Bento XVI, "são uma oportunidade e um direito. A Igreja deseja seguir oferecendo sua sincera colaboração, a partir do âmbito que é o próprio, para fazer que este direito seja uma realidade para todos os seres humanos, especialmente para os grupos mais desfavorecidos". Em segundo lugar, disse logo, "a ação pastoral nunca deve esquecer a via pulchritudinis, a ‘via da beleza’. Muitas das manifestações do patrimônio histórico-cultural religioso ‘autênticos caminhos para Deus, a Beleza suprema; mais ainda, uma ajuda para crescer na relação com ele, na oração. Trata-se das obras que nascem da fé e que expressam a fé’". É importante, continuou, "cuidar da acolhida e organizar as visitas turísticas sempre a partir do respeito ao lugar sagrado e à função litúrgica para a qual nasceram muitas destas obras e que segue sendo seu destino primordial". Em terceiro lugar, escreveu Bento XVI, "a pastoral do turismo tem que acompanha os cristãos no usufruto de suas férias e tempo livre, de modo que seja proveitoso para seu crescimento humano e espiritual". "Este certamente é ‘um tempo oportuno para que o corpo se relaxe e também para alimentar o espírito com tempos mais longos de oração e de meditação, para crescer na relação pessoal com Cristo e conformar-se cada vez mais aos seus ensinamentos’". O Papa Bento XVI recordou que "a nova evangelização, a que todos estamos convocados, exige-nos ter presente e aproveitar as numerosas ocasiões que o fenômeno do turismo nos oferece para apresentar a Cristo como resposta suprema aos interrogantes do homem de hoje". "Exorto pois a que a pastoral do turismo forme parte, com pleno direito, da pastoral orgânica e ordinária da Igreja, de modo que coordenando os projetos e esforços, respondamos com maior fidelidade ao mandato missionário do Senhor", concluiu. A mensagem do Papa está dirigido ao Cardeal Antonio Maria Veglió, Presidente do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes; e ao Bispo-Prelado do Cancun-Chetumal, Dom. Pedro Pablo Elizondo Cárdenas. aci

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