segunda-feira, 12 de março de 2012

Madres do Deserto – Madre Alexandra


Hoje vamos conhecer a vida da Madre Alexandra, reclusa e madre, e o cântico de louvor do silêncio de Deus.
A história dela, segundo lemos na obra de Paládio é assim: “Abandonou a cidade de Alexandria devido à sua grande beleza, pois um de seus pretendentes alienou-se ao não ser correspondido pela jovem.” Provavelmente ela já tivesse o propósito de consagrar-se a Deus de maneira doméstica como outras virgens, porém devido a seu atrativo natural e ao assédio de seus pretendentes, tomou a resolução de viver encerrada em um sepulcro, recebendo aquilo que precisava por uma abertura que havia no sepulcro.
Melânia, uma monja a visitou por volta do ano de 370 e contou: “Nunca pude ver seu rosto; unicamente acercando-me daquele buraco, lhe supliquei que me dissesse por que havia se encerrado naquela tumba. Ela sempre pela abertura deixou ouvir sua voz para dizer-me”: “Um homem apaixonou-se e ficou alienado por minha causa. E para que não parecesse que eu o afligisse ou humilhasse, preferi meter-me viva neste sepulcro a escandalizar uma alma criada à imagem de Deus.” E adicionou Melânia: Ao perguntar-lhe eu como podia passar a vida ali dentro sem estar com ninguém, lutando com a acedia, me respondeu:” De madrugada eu rezo e procuro também de fiar algum linho, como trabalho. No restante do dia rumino em meu espírito os santos patriarcas, profetas, apóstolos e mártires. Depois como alguma coisa e nas demais horas passo perseverando com paciência e disposta a aguardar meu fim com doce esperança.
Alexandra, segundo a tradição oral, dava conselhos a quantos se acercavam a perguntar-lhe sobre várias questões no que se refere ao espírito e aos assuntos terrenos. Era uma verdadeira Madre espiritual, uma Madre.
Assim viveu dez anos. Um dia, quando a mulher que lhe levava as provisões, a chamou sem obter resposta, e logo foi dizer a Dídimo o cego, foram alguns discípulos com a mulher, derrubaram a espécie de porta que a separava do mundo e a encontraram morta. “Estava tão composta como se acostumava estar os defuntos.”, que se creio, não sem fundamento, que Alexandra, ao sentir próximo o momento da morte, ela mesma se arrumou como se tivesse já envolta.
Estas e outras reclusas eram muito conhecidas em seu ambiente. A mulher, por sua natureza e por receber um trato distinto na sociedade, pode ter escondida ao longo de sua existência, uma profunda espiritualidade de Madre, que se lhe desse ocasião, ajudaria a muitos a encontrar seu caminho para Deus. O Espírito suscitava esse ministério nas mulheres dos primeiros séculos, como um carisma apostólico. Elas estavam atentas a suas moções, escutavam e o transmitiam.
APOFTEGMAS DE MADRE ALEXANDRA
1. Só Deus sabe o que é bom.
2. Oxalá nossa alma voe ao Céu junto com nossa oração.
3. Perguntaram-lhe: O que fazes para manter o bom ânimo? Ela respondeu: Espero a morte a cada dia.

Que Madre Alexandra possa interceder por nós, a fim de que nosso olhar interior possa estar centrado em Deus.

Continuamos na próxima semana...
Fiquem na paz!
Madre Rosa Maria de Lima, F.M.D.J

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