quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Jelena Vasilij fala aos peregrinos


Após cerca de um ano do início das aparições de Nossa Senhora em Medjugorje, duas meninas de pouco mais de 11 anos, Jelena e Marijana, começaram a ter locuções interiores, através das quais Nossa Senhora guiava o grupo de oração de Medjugorje. Num encontro com os peregrinos em 1999, Jelena Vasilij fala sobre a oração e o jejum. Veremos hoje a primeira parte desta palestra, deixando o tema do jejum para a semana que vem.

“Como já disse em outras ocasiões, a minha não é uma experiência de ‘visão’, mas uma experiência toda interior, fruto da oração.

De que exatamente se trata? São inspirações que recebo na oração. O Senhor não me dá a capacidade de compreender o futuro do mundo, não são intuições que tenham relação com os segredos... Este ‘dom’ é também muito condicionado à abertura e ao crescimento que a pessoa quiser fazer. Portanto, torna-se cada vez mais profundo quanto mais profunda é a vida espiritual da pessoa.

Nós entendemos a fé como uma lâmpada, uma luz que ilumina a nossa existência e os nossos passos, para que façamos parte de verdade da ‘família de Deus’. Se nós quisermos aproximar-nos cada vez mais de Deus, devemos alimentar esta fé sobretudo com muita oração. Porque na oração nós nos abrimos completamente ao Senhor e ela se torna um momento exclusivo para Deus.

Hoje ouço muitos dizerem: “Mas não é melhor fazer alguma obra de caridade”? “Talvez fosse melhor que fizéssemos caridade e rezássemos menos”. Ou: “Rezemos muito e façamos menos caridade”. É como se existisse um contraste entre as duas coisas. Portanto, existem aqueles que têm muitas atividades na Igreja: isso é muito bonito. Outros, preferem uma vida mais contemplativa. Mas, se nós lermos os Evangelhos, se lermos as Cartas de S. Paulo e escutarmos as mensagens dadas aqui (em Medjugorje), veremos que é possível chegar a um equilíbrio. Definitivamente, um amor nutre o outro: quanto mais nós amarmos a Deus, mais nós seremos capazes de amar o irmão. E, se nós formos fechados ao irmão, certamente seremos fechados também para com Deus.

Não podemos pensar em sermos transformados pela oração enquanto dentro de nós habitar o ódio. Devemos buscar Deus na verdade. Portanto, penso que o relacionamento com Ele na oração nos ajuda a libertar-nos de toda aquela falsidade que muitas vezes existe nos nossos relacionamentos humanos. Nós, diante dos outros, podemos esconder coisas, mas, diante de Deus, devemos abrir o coração completamente, se quisermos que Deus o transforme.

Eis por que Nossa Senhora sempre nos ensinou que a primeira etapa é a contrição. Nós verdadeiramente devemos pedir ao Senhor que nos liberte de todos os obstáculos, porque foi dito: Cristo é o único convidado que, quando entra na tua casa, não deixa nada como era antes.
Assim, quando começamos a rezar, devemos procurar “morrer” um pouco a nós mesmos, pedir ao Senhor que nos liberte do nosso egoísmo, do nosso orgulho, de tudo que é negativo, que nos dê força...

Esta é a oração de abandono. É verdadeiramente necessário conseguir encontrar a paz na oração! A Deus não interessa tanto aquilo que possamos recitar, mas a Ele interessa a pessoa. Deus quer o nosso coração, não nos pede para sermos subjetivos e fazermos as coisas da nossa maneira. Ele quer a nossa total adesão, a nossa participação.

Por isso, se nós buscarmos Deus, devemos ligar-nos, sobretudo, à vida sacramental, à Graça, particularmente, à Santa Missa. Nós, católicos, muitas vezes estamos com fome, quando temos este Alimento que se doa todos os dias... E, se nós nos esquecemos de ir à Missa, ou se pensamos que não seja necessário participar dela com frequência, então acho que devemos ficar preocupados, porque a nossa fé está em crise...

Quem deseja crescer na vida espiritual, deve treinar muito a sua vontade, a sua capacidade de dizer “sim” e de morrer a si mesmo.

Devemos verdadeiramente fazer este ato de fé, e os frutos virão depois. Tenhamos Deus como nosso fiador e não nos preocupemos se iremos ver ou não os frutos da nossa vida espiritual.
Nossa Senhora sempre nos aconselha que nos preparemos para a Santa Missa, chegando ao menos cinco minutos antes, para preparar o nosso coração. E nos aconselha também que agradeçamos depois da Missa, para que cada um de nós se torne um “tabernáculo vivo” para Deus no mundo.

Nossa Senhora nos deu um conselho: aprender a oferecer também a nós mesmos durante a Missa. Oferecer o que existe dentro de nós e apresentá-lo com o Sacrifício de Cristo.

Além disso, Nossa Senhora pediu o rosário completo com todos os mistérios, por uma razão muito simples: quanto mais nós meditarmos Cristo, mais O interiorizaremos, mais nos tornaremos como Ele. Portanto, não tenham medo de repetir, nós temos necessidade de repetir muito, antes de conseguirmos compreender alguma coisa...

Nossa Senhora nos pede, sobretudo, que agradeçamos. Também Ela nos agradece cada vez que nos fala... Penso que o nosso relacionamento com Deus deve ser fundado, sobretudo, no agradecimento: um agradecimento que é o verdadeiro fruto do encontro com Deus, na fé. Isso quer dizer, dar-se conta do grande dom que o Senhor nos faz. Antes de tudo, o grande dom da vida que nos dá a cada dia...

Pensem: se Deus parasse de animar esta criação, ela deixaria de existir num segundo! Então, Ele está tão presente em nossa realidade! Quando nos criou, o fez para que pudéssemos agradecer-Lhe e louvá-lo. Esta é a nossa verdadeira vocação: viver para a Glória de Deus!

Penso que esta fé verdadeiramente nos liberta e nos dá a alegria de que nos fala Nossa Senhora, sem a qual é de fato impossível viver neste mundo!" (a ser continuado)
Traduzido do italiano para o português por Tania

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