quarta-feira, 9 de novembro de 2011

O mito da superpopulação debatido no II Congresso Internacional pela Vida

O diretor de Coordenação Latino-Americana da Human Life International, Mario Rojas, abordou o tema "Consequência do Mito da Superpopulação e o Inverno  Demográfico" durante o  II Congresso Internacional pela Verdade e pela Vida, promovido pela Human Life International no Mosteiro de São Bento, em São Paulo.

Ele indicou que há duas visões diferentes: explosão demográfica e inverno demográfico. A primeira faz surgir tendências à eugenia (raça superior) e questões  vinculadas à geopolítica, controle de natalidade e meio ambiente, defendendo que a população é excessiva. Já a segunda é defendida pelos técnicos em  demografia e indica a séria perda de população em grupos-chave, como o economicamente ativo e crianças.

Segundo Rojas, entre 1968 e 1978, quase dois bilhões de dólares foram revertidos para diminuir o crescimento populacional em praticamente todos os países do  terceiro mundo. Segundo depoimento do médico epidemiologista Reimer Ravenholt, nomeado, em 1967, para um escritório de problemas demográficos junto à United  States Agency for International Development (Usaid - Agência dos Estados unidos para o Desenvolvimento Internacional), cerca de 1 bilhão de seres humanos  foram impedidos de nascer em todo o mundo, apenas nos anos 70.

A gênese do mito da superpopulação encontra-se nas teorias que foram defendidas por Thomas Malthus na Inglaterra, em 1798. Ele acreditava que as populações aumentavam geometricamente (exponencialmente), enquanto a produção de alimentos cresceria aritmeticamente - o que, se assim fosse, faria com que o mundo ficasse sem alimentos para todos em 1890. A solução que ele apresentava seria diminuir o "excedente" de população sem curar as doenças.

Hoje, um dos dados mais alarmantes no contexto do inverno demográfico é que diversos países já contam com índices de fertilidade inferiores a 2,1 filhos por mulher, número considerado mínimo para que uma população possa se renovar.

A seguir, confira uma entrevista exclusiva do noticias.cancaonova.com com Mario Rojas.

Frente aos dados de diminuição do número de filhos por todos os cantos do mundo, o que pode ser feito neste sentido?

Mario Rojas - A situação que acontece especialmente na Europa é de um verdadeiro inverno demográfico. Mais gente fica idosa e há cada vez menos gente jovem. Dentro de 20 anos, será ainda menos gente colaborando com o sistema econômico desses países. Isso significa menos aporte ao sistema econômico e menos recursos para os idosos no futuro. Isso é um problema sério, porque, hoje, a população economicamente ativa trabalha para que a da terceira idade possa desfrutar de um bom descanso, merecido depois de muitos anos de trabalho contínuo. No entanto, conforme tenha menos gente no mercado laboral, menos dinheiro haverá para as pessoas da terceira idade. O grande problema é que os custos geriátricos são muito maiores que os da população em geral.

Se temos poucas pessoas nascendo, haverá menos gente jovem e mais gente idosa e mais velha, que não poderão gerar vida. Para um casal de 50 anos de idade, por exemplo, fica mais difícil ter filhos do que para um casal de 20 anos. O problema é a disseminação da ideia: "Não quero me casar hoje porque prefiro ter um cachorro, um gato, desfrutar as férias". Mas eu pergunto: o que vai acontecer com você quando chegar à terceira idade? Quem vai tomar conta de você? O Estado? E será que vai ser um Estado benevolente? E se você não tiver filhos, quem vai tomar conta de você? O gato, o cachorro? É mais fácil um filho se preocupar com você do que um perfeito estranho. Não podemos correr o risco de atentar contra a nossa população, porque, senão, ela começa a envelhecer e, se fica mais velha, não vamos ter suficiente dinheiro para cobrir os gastos que virão depois.


Nesse sentido, a Doutrina Social da Igreja (DSI) apresenta-se como uma grande saída. O senhor acredita que ela deva ser melhor conhecida pelo governo e melhor utilizada?

Mario Rojas - A humanidade é sã, tem um processo de crescimento e de término. Se começamos a mexer com a vida, fazer clonagem, fertilização in vitro, isso não gera vida e, se não gera vida, começa a alterar condições estáveis da natureza. E a Igreja é sábia porque promove a doutrina de Jesus. Se nos amamos, não podemos promover políticas de controle populacional.


Por Leonardo Meira do Portal de Noticias Canção Nova.
Publicado 4 de novembro de 2011.

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