quinta-feira, 14 de julho de 2011

O SILÊNCIO - LITURGIA DIÁRIA , 15 DE JULHO DE 2011

O SILÊNCIO


Esse silêncio devia durar mais de duas horas. Durante esse lapso de tempo as trevas ir-se-ão cada vez mais adensando; tudo se espavorirá em torno do augusto moribundo, e as palavras que Ele acaba de pronunciar operarão lentamente, qual germe poderoso, nas almas.O perdão, lançado indistintamente sobre todos os algozes e sobre todos os soldados, já inclina o coração do centurião e o dos seus homens... E dentro em pouco, prostrando-se, eles vão ser os primeiros a exclamar: este era verdadeiramente o Filho de Deus! A misericórdia divina concebida ao ladrão enche-o, eleva-o, purifica-o, e aquele santo moribundo conserva a alma deliciosamente ocupada com aquela soberana e divina compaixão. Aquela dupla palavra: Mulher, eis aí Vosso filho! João, eis aí vossa mãe!... oh! como opera a um tempo suave e dolorosamente no coração de Maria e de Seu novo filho! A princípio, ao primeiro enunciado dessa palavra, João e Maria devem ter-se entreolhado... e, nesses recíprocos olhares, que respeitosa veneração da parte do novo filho!... que ternura do lado da nova Mãe! Em seguida Maria compreendeu, com a reflexão e pela operação divina que agia nEla, compreendeu todo o singular alcance dessa doação. Indubitavelmente, e é o primeiro sentido verdadeiro falando daquele modo Jesus não fazia mais do que cumprir os deveres de um bom Filho. Ele partia, morria: Sua Mãe ali estava, ia ficar sozinha, e Ele não quer que Ela fique assim sem arrimo e isolada. Queria dizer que Ele ainda se ocupava com Ela, mesmo durante a Sua vida pública. Nem tudo está relatado nos evangelhos: há um evangelho do coração que se não escreve, sente-se. Jesus se vai, e quer que alguém O substitua: Seus olhos procuram, há um apóstolo presente... Ah! se Pedro ali estivesse! Aquela Mãe inconsolável tocava-lhe de direito, a ele, o chefe da Igreja, o vigário, o representante de Cristo. Mas não estava. E então Jesus dá à felicidade de João aquilo que houvera talvez dado ao primado de Pedro, se este tivesse sido fiel. Há horas em que Deus procura: feliz de quem se acha então sob os olhares do Senhor! Portanto Maria se torna a Mãe de João, e João deverá ter para com Ela toda a ternura de Jesus. Porém a Virgem penetrou mais a fundo na palavra de Seu Filho: dá-Lhe Ele coisa melhor e Lhe pede mais. Ela compreendeu-O. É uma maternidade mais extensa; e, segundo a tradição da piedade cristã, para corresponder a Seu Filho, que lhO pedia moribundo, Ela devia amar no novo filho todos os homens presentes, todos os homens futuros. E é precisamente esta dolorosa maternidade que executa a Sua obra durante aquelas duas horas de silêncio. - Ah! meu Jesus, que é que Me pedis? Todos os homens presentes?... E Maria olha à volta de Si. Há lá João, certamente o Seu olhar se compraz nele, mas há também os algozes, os soldados, os motejadores, os sacerdotes e os fariseus. Será mister ir até estes? – Ó Mãe dolorosa, é mister. Que revolvimento nas Suas entranhas! Uma vez mais, é mister. E os homens vindouros? Ai! Assim como Seu Filho, do alto da Cruz, abraçava com Seu olhar divino todas as gerações, do pé da Cruz Maria deve estender a amplitude da Sua maternidade a todos os homens futuros. Não recueis ante esta tarefa, ó minha Mãe, vinde até mim e estreitai-me nesse cruel amplexo! Ela assim faz; porém, ao mesmo tempo em que se Lhe operava nas entranhas essa nova e cruel parturição, o coração se Lhe rasgava sob a ponta do gládio prometido por Simeão. Ela compreendeu então o alcance da sinistra profecia; mas, como via Seu Filho oferecer as mãos e os pés aos cravos, ofereceu Seu coração ao gládio, e foi desta ferida cruenta que nós nascemos, naquela hora de silêncio e de trevas, ao pé da Cruz, a dois passos do ladrão perdoado, ao lado de Madalena chorosa, e na aproximação simbólica e divina de João e Maria. E Jesus contemplava tudo do alto ao Seu trono sangrento; e pôde dizer então, como após os dias da primeira criação, que tudo tinha sido bem feito:et vidit Deus quod esset bonum (Gên. 1,12). Desde aquela hora do Calvário, desde aquele parto laborioso e novo, Maria tem pelo mundo duas classes bem distintas de filhos. Há a raça de João: as almas puras ou purificadas. A estas, as carícias e as doçuras dos olhares de uma Mãe que ama neles a vida de Seu Jesus, a graça. Quantas se encontram, ó Mãe, dessas almas seletas? Eu vejo só um João no Calvário. E há a raça dos algozes. Ai! Quem há que possa lisonjear-se de lhe não pertencer ou de lhe não haver pertencido? - Quem comete o pecado não crucifica de novo Jesus Cristo? E ao lado dessa Cruz incessantemente erguida não deve haver uma Mãe incessantemente de pé e dolorosa? Ela lá está, mas nós lá estamos com Ela, e Ela nos ama. E é este talvez um dos maiores milagres de Deus, o haver sabido de tal sorte atrair a Si os pecadores, que deles tenha feito filhos de Sua Mãe; porque aquela hora lúgubre Maria não somente Se digna de recebê-los, como ainda os procura, vai atrás deles, retém-nos e lhes abre o Seu coração como o melhor e o mais seguro dos refúgios. Sancta Maria, refugium paccatorum, ora pro nobis. - [FONTE : LIVRO "A Subida do Calvário" , pelo Pe. Luís Perroy, S.J.; Editora Vozes, III Edição, 1957. Continua com o post: Quarta palavra: O desamparo]


LITURGIA DO DIA 15 DE JULHO DE 2011



PRIMEIRA LEITURA : Êxodo 11, 10-12.14

SÃO BOAVENTURA BISPO E DOUTOR
(branco, pref. comum ou dos pastores - ofício da memória) - Leitura do livro do Êxodo - 10Moisés e Aarão realizaram muitos prodígios diante do Faraó; mas o Senhor endureceu o coração do Faraó, e ele nóo deixou que os filhos de Israel saíssem da sua terra. 12,1O Senhor disse a Moisés e a Aarão no Egito: 2'Este mês será para vós o começo dos meses; será o primeiro mês do ano. 3Falai a toda a comunidade dos filhos de Israel, dizendo: 'No décimo dia deste mês, cada um tome um cordeiro por família, um cordeiro por casa. 4Se a família não for bastante numerosa para comer um cordeiro, convidará também o vizinho mais próximo, de acordo com o número de pessoas. Deveis calcular o número de comensais, conforme o tamanho do cordeiro. 5O cordeiro será sem defeito, macho, de um ano. Podereis escolher tanto um cordeiro, como um cabrito: 6e devereis guardá-lo preso até ao dia catorze deste mês. Então toda a comunidade de Israel reunida o imolará ao cair da tarde. 7Tomareis um pouco do seu sangue e untareis os marcos e a travessa da porta, nas casas em que o comerdes. 8Comereis a carne nessa mesma noite, assada ao fogo, com pães ázimos e ervas amargas. 9Não comereis dele nada cru, ou cozido em água, mas assado ao fogo, inteiro, com cabeça, pernas e vísceras. 10Não deixareis nada para o dia seguinte: o que sobrar, devereis queimá-lo ao fogo. 11Assim devereis comê-lo: com os rins cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão. E comereis às pressas, pois é a Páscoa, isto é, a Passagem do Senhor! 12E naquela noite passarei pela terra do Egito e ferirei na terra do Egito todos os primogênitos, desde os homens até os animais; e infligirei castigos contra todos os deuses do Egito, eu, o Senhor. 13O sangue servirá de sinal nas casas onde estiverdes. Ao ver o sangue, passarei adiante, e não vos atingirá a praga exterminadora, quando eu ferir a terra do Egito. 14Este dia será para vós uma festa memorável em honra do Senhor, que haveis de celebrar por todas as gerações, como instituição perpétua. Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL

REFRÃO: R. Elevo o cálice da minha salvação, invocando o nome santo do Senhor.
12 - Que poderei retribuir ao Senhor Deus* por tudo aquilo que ele fez em meu favor?
13 - Elevo o cálice da minha salvação,* invocando o nome santo do Senhor. R.
15 - É sentida por demais pelo Senhor* a morte de seus santos, seus amigos.
16 - Eis que sou o vosso servo, ó Senhor* mas me quebrastes os grilhões da escravidão! R.
17 - Por isso oferto um sacrifício de louvor,* invocando o nome santo do Senhor.
18 - Vou cumprir minhas promessas ao Senhor* na presença de seu povo reunido.

EVANGELHO : Mateus 12, 1-8

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus - Naquele tempo, 1Atravessava Jesus os campos de trigo num dia de sábado. Seus discípulos, tendo fome, começaram a arrancar as espigas para comê-las. 2Vendo isto, os fariseus disseram-lhe: Eis que teus discípulos fazem o que é proibido no dia de sábado. 3Jesus respondeu-lhes: Não lestes o que fez Davi num dia em que teve fome, ele e seus companheiros, 4como entrou na casa de Deus e comeu os pães da proposição? Ora, nem a ele nem àqueles que o acompanhavam era permitido comer esses pães reservados só aos sacerdotes. 5Não lestes na lei que, nos dias de sábado, os sacerdotes transgridem no templo o descanso do sábado e não se tornam culpados? 6Ora, eu vos declaro que aqui está quem é maior que o templo. 7Se compreendêsseis o sentido destas palavras: Quero a misericórdia e não o sacrifício... não condenaríeis os inocentes. 8Porque o Filho do Homem é senhor também do sábado. - Palavra da salvação

MENSAGEM DO DIA 15/03/1990 - Eu estou com vocês, embora vocês não tenham consciência disso. Desejo protegê-los de tudo aquilo que Satanás Ihes oferece com o objetivo de destruí-los. Assim como carreguei Jesus em Meu colo (era a festa da Anunciação), desejo, queridos filhos, conduzi-los, também a vocês, em direção à santidade. Deus quer salvá-los e, através dos homens, da natureza e de muitas outras coisas, manda-Ihes mensagens, que só podem ajudá-los a compreender que devem mudar a direção da suas vidas. Portanto, filhinhos, entendam a grandeza do presente que Deus Ihes dá por meio de Mim, que os protejo com o Meu manto e os conduzo à alegria da vida - MENSAGEM DE NOSSA SENHORA EM MEDJUGORJE
Queres saber que força se esconde no sangue de Cristo? Vê de onde foi que ele começou a correr e qual é a sua origem: vem da cruz, do lado do Senhor. Estando Jesus já morto, diz o evangelho, mas ainda suspenso da cruz, veio um soldado «e abriu-Lhe o lado com um golpe de lança, e dele saiu sangue e água» (Jo 19, 33-34). Esta água era o símbolo do baptismo, e o sangue o símbolo dos mistérios eucarísticos. [...] Foi, pois, um soldado que Lhe abriu o lado, perfurando a muralha do templo santo; e eu encontrei este tesouro, e fiz dele a minha fortuna. [...]«E dele saiu sangue e água». Não passes com indiferença por este mistério. [...] Já te disse que esta água e este sangue são símbolo do baptismo e dos mistérios eucarísticos. Ora, a Igreja nasceu destes dois sacramentos: deste banho do renascimento e da renovação no Espírito, ou seja, do baptismo, e dos mistérios. Mas os sinais do baptismo e dos mistérios saíram do lado de Cristo; consequentemente, Cristo constituiu a Igreja a partir do Seu lado, tal como formara Eva a partir do lado de Adão (Gn 2, 22). É por isso que Paulo afirma: Somos da Sua carne e dos Seus ossos (cf Act 17, 29; Gn 2, 23), designando desse modo o lado do Senhor. Com efeito, assim como o Senhor tomou carne do lado de Adão para formar a mulher, assim também Cristo nos deu o sangue e a água do Seu lado para formar a Igreja. E, assim como retirou a carne do lado de Adão enquanto este dormia, assim também nos deu o sangue e a água depois da Sua morte [...], porque desde agora a morte é um simples sono. Vistes como foi que Cristo Se uniu à Sua esposa? Vistes que alimento nos dá a todos? Foi deste alimento que nascemos, é com ele que nos alimentamos. Assim como a mulher gera os filhos do seu próprio sangue e os alimenta com o seu leite, assim também Cristo alimenta constantemente com o Seu sangue aqueles que gerou

A IGREJA CELEBRA HOJE , SÃO BOAVENTURA - O santo de hoje foi bispo e reconhecido doutor da Igreja do Cristo que chamou pescadores e camponeses para segui-lo no carisma de Francisco de Assis, mas também homens cultos e de ciência. São Boaventura era um destes homens de muita ciência, porém, de maior humildade e conhecimento de Deus, por isto registrou o que vivia. Escreve ele: "Não basta a leitura sem a unção, não basta a especulação sem a devoção, não basta a pesquisa sem maravilhar-se; não basta a circunspecção sem o júbilo, o trabalho sem a piedade, a ciência sem a caridade, a inteligência sem a humildade, o estudo sem a graça". Boaventura nasceu no centro da Itália em 1218, e ao ficar muito doente recebeu a cura por meio de uma oração feita por São Francisco de Assis, que percebendo a graça tomou-o nos braços e disse: "Ó, boa ventura!". Entrou na Ordem Franciscana e, pela mortificação dos sentidos e muita oração, exerceu sua vocação franciscana e sacerdócio na santidade, a ponto do seu mestre qualificar-lhe assim: "Parece que o pecado original nele não achou lugar". São Boaventura, antes de se destacar como santo bispo, já chamava - sem querer - a atenção pela sua cultura e ciência teológica, por isso, ao lado de Santo Alberto Magno e Santo Tomás de Aquino, caracterizaram o século XIII como o tempo de sínteses teológicas. Certa vez, um frei lhe perguntou se poderia salvar-se, já que desconhecia a ciência teológica; a resposta do santo não foi outra: "Se Deus dá ao homem somente a graça de poder amá-Lo isso basta... Uma simples velhinha poderá amar a Deus mais que um professor de teologia". O Doutor Seráfico, assumiu muitas responsabilidades, como ministro geral da Ordem Franciscana, bispo, arcebispo, até que depois de tanto trabalhar, ganhou com 56 anos o repouso no céu


































































































































































































































































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