sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Clonagem e Reprodução Humana

Sabemos que a Igreja declara que a clonagem para fins de reprodução de seres humanos é uma prática contrária à dignidade humana e não deveria ser permitida. No processo de clonagem, ficam pervertidas as relações fundamentais da pessoa humana.

Tendo em vista o debate bioético e os pronunciamentos da Igreja, percebemos que a clonagem reprodutiva e terapêutica fere a estrutura ontológica do ser humano, pois ela não se reduz como um meio terapêutico para salvar vidas, ou para estudo, sendo que, a compreensão antropológica da vida, do desenvolvimento do ser, engloba muitas outras funções além da biológica. Além do que a clonagem abre espaço para a discriminação, ao distinguir, “contra naturam”, seres humanos constituídos da mesma substância. Muitos cientistas vêem no ser clonado um animal que possui em relação ao doador da célula, somente o mesmo conteúdo genético, mas se esquecem que ele possui também a mesma dignidade, e por isso que sendo ele utilizado com objeto de reposição constitui uma grave violência contra o ser humano e sua dignidade.

Percebemos que a clonagem fere então os princípios éticos, pois não está sendo levado em conta os meios, mas unicamente os fins da clonagem. Mas o que mais choca é que a clonagem tem em si mesma a intenção de formar, a partir da fusão entre uma célula somática e um óvulo sem núcleo, um embrião com as mesmas características do doador da célula, o que faz com que se torne imprescindível o uso do embrião e conseqüentemente, a ruptura do desenvolvimento da vida humana, que inicia com a fusão dos gametas, e este é um dado científico, embasado na biologia genética, que não pode ser desprezada. Além do que não é aceitável desde o ponto de vista ético sacrificar deliberadamente nenhum ser humano, ainda que seja com a finalidade de aliviar os problemas de saúde de outros seres humanos.

Isto sem falar que também esta perversão das relações fundamentais da pessoa humana, pode ser entendida no seu sentido mais estreito, como a anulação de sentimentos e emoções do ser clonado e o vazio que pode ficar em seu ser, em relação a sua criação e aos que o circundam, criando também a possível falta de respeito para com os seres humanos e sua dignidade como pessoa humana, composta também de emoções e sentimentos, e extendendo esta refleção, o perigo de em um amanhã próximo clonar embriões humanos a fim de produzir crianças em série, vistas como escravos produtivos.

Pe. Mateus Maria

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